A cidade de Jerusalém é considerada
sagrada pelas três maiores religiões do Planeta: Judaísmo, Islamismo e
Cristianismo. Por qual razão, sendo tão cultuada, esta cidade é alvo de disputa
por religiões que têm uma origem em comum? Esta é uma história muito, muito
antiga!...
Abraão e Sara, depois de muitos anos
de casados, não tinham filhos. Para que Abraão pudesse ter um herdeiro, Sara
lhe ofereceu sua escrava Egípcia Agar[1], para que esta lhe desse um
filho. Assim, nasceu Ismael. Alguns anos depois, Sara, apesar da idade mais
avançada, também engravidou e deu a luz a Isaac. Sara, então, pediu que Abraão
mandasse embora Agar e seu filho bastardo, Ismael. Atravessando o deserto a pão e água, Agar morre e seu filho segue para a cidade de Meca, acreditando que seu meio- irmão, Issac, urdiu uma trama contra ele, o que o deixa cheio de revolta. Mais tarde, Maomé,
herdeiro da ancestralidade de Ismael, fundou o Islamismo, considerando-se,
igualmente herdeiro da Terra Prometida por Deus a Abraão[2]. E assim nasceu a disputa religiosa entre os irmãos Árabes e Judeus, que perdura até hoje, fomentada por aqueles que se
beneficiam com o lucro econômico da guerra, onde milhares de dólares são gastos
em armamentos a serviço da insaciável ganância e do desejo insano de poder,
mesmo ao custo de milhares de vidas, atendendo também aos interesses
subliminares nas reserva petrolíferas da região.
Em duas reuniões realizadas no ano
de 2013, no Carrossel de Luz[3], emergiram alguns
interessantes arquétipos, como símbolos do modelo social patriarcal e da
disputa gerada pelo preconceito entre os filhos considerados legítimos e os
filhos considerados bastardos. Esta informação deu origem ao Artigo “Os quatro
Arquétipos da Transição Brasileira[4]
Em reunião do Carrossel de Luz,
realizada em 27/01/18, para nossa surpresa, novamente emergiu o Arquétipo de Ismael,
em busca do espaço de fala e reconhecimento de direitos naturais, como herdeiro
de Abraão. Agora, mais do que em qualquer outro momento evolutivo da
humanidade, esses arquétipos tornaram-se extremamente significativos para a
mudança de mentalidade necessária ao surgimento de uma nova sociedade, onde
todos os filhos de famílias ou pátrias tenham igualdade de direitos, vez, voz e
o reconhecimento de seu lugar na sociedade. Que todos os povos que foram
dominados por outros povos, possam resgatar suas culturas e valores essenciais.
Aqui no Brasil, em especial, precisamos resgatar as culturas africana e indígena,
abrindo espaços para a compreensão de antigas e sábias visões de mundo, consideradas
inferiores pelos colonizadores, que visavam a conquista de terras e a exploração
de recursos naturais do nosso país. Em relação ao Oriente Médio, é preciso
compreendermos que as ações terroristas de grupos radicais não representam o
povo árabe em si, que convive de modo pacífico com os judeus, na proximidade
das fronteiras entre Israel e os países árabes, assim como convivem
pacificamente entre si, quando se encontram na condição de imigrantes, em
muitos países, inclusive no Brasil.
Em tempos modernos, o Arquétipo de
Ismael pede para ser visto e ouvido por todos nós. Que possamos, neste momento
de despertar da consciência, lançar um novo olhar sobre todos aqueles que
sempre estiveram invisíveis para os descendentes dos povos dominantes. Que
tenhamos um olhar atencioso para os menos favorecidos que também nos trazem
preciosas lições, a partir de suas experiências de vida. Que possamos perceber
que o registro da história oficial foi feito pelos povos dominantes. Que
possamos perceber, quantas vezes a sociedade patriarcal, a exemplo de Abraão,
expulsa de seu convívio, todos aqueles considerados inferiores como Agar ou
bastardos como Ismael. Foi assim ao longo de toda a história da humanidade.
Quando começaremos a fazer diferente?...
Sueli Meirelles, em Nova Friburgo, 30 de
Janeiro de 2018.
Professora, Pesquisadora e Especialista em Psicologia Clínica Transpessoal. Autora do Método Meirelles de Reprogramação Mental, livros, artigos, lives e blogs sobre Psicologia e Espiritualidade. Escritora e Palestrante.
Compartilhe a ajude a formar a Massa Crística da Mudança de Mentalidade Brasileira.
Site: www.institutoviraser.com
E-mail: sueli meirelles@gmail.com
Whatsapp: (22) 999.557.166
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Agar ou Hagar (hebraico: הָגָר, hebraico moderno:
Hagar, tiberiano: Hāḡār, "estrangeiro"; grego: Άγαρ Agar; latim:
Agar; árabe: هاجر; Hājar), de acordo com as crenças Abraâmicas, é a serva
egípcia de Sara, esposa de Abraão de acordo com o livro de Gênesis na Torá,
capítulos 16 e 21. Devido ao fato de ser estéril, Sara teria permitido que
Abraão coabitasse com Agar no sentido de gerar um herdeiro. Desta união, foi
gerado Ismael o que fez Agar desprezar Sara, já que esta não podia conceber, e
quando Sara concebeu milagrosamente a Isaque, Ismael passou a perseguir e
humilhar seu meio-irmão. Devido a este fato, Sara incitou Abraão para que
expulsasse Agar e Ismael. Estes quase pereceram de fome e sede no deserto, até
serem socorridos milagrosamente por Deus. Agar acabou cuidando de Ismael até
que este crescesse e se casasse. A Torá não continua a descrever sua vida além
deste ponto.
De acordo com a tradição Abraâmica, Agar é reconhecida
como mãe de Ismael, o patriarca dos ismaelitas, que são conhecidos como os
antepassados das nações árabes.
[2]
Fonte:
Gn.16:1-5 - A Gravidez de Agar
Gn.17:15-19 - A promessa Divina a Abraão e Sara
Gn.18:10-15 – A descrença de Sara
Gn.21:15-25 – Abraão expulsa Agar e Ismael
Gl.4:21-25 – As duas alianças
[3]
Blog do Carrossel de Luz: http://carrosseldeluz.blogspot.com.br/
[4]
Blog Sueli Meirelles: http://sueli-meirelles.blogspot.com.br/2013/07/os-quatro-arquetipos-da-transicao.html