quarta-feira, 22 de agosto de 2012

O GIGANTE ADORMECIDO


“Se o futuro exige sustentabilidade
 e a sustentabilidade exige democracia,
o futuro, então, exige democracia.
Mais uma vez, a solução real
está nas mãos do povo.”
(José Augusto Pádua – Greenpeace)


            Trezentos anos de escravidão infiltraram no sangue do brasileiro a submissão e a resignação, diante dos desatinos governamentais; as oligarquias da primeira metade do século o habituaram à troca da corrente da escravatura, pela escravidão econômica; os golpes militares o ensinaram a sufocar a revolta sob o peso esmagador das botas e torturas do poder; as reformas de ensino lhe tiraram o recurso da reflexão e da palavra consciente, capaz de levá-lo a questionar e reivindicar seus direitos.
Gigante pela própria natureza, mas gigante adormecido, o Brasil permanece inconsciente de todo o seu potencial. Quando solicitado a mobilizar-se, sonolento, afasta o impertinente aviso, como quem espanta o mosquito da dengue, sem perceber que sua inércia representa um risco de vida.
 A epidemia da apatia cidadã contamina a todos os brasileiros, mantendo-os  adormecidos. Em seus olhares vagos, mostram a desesperança e alienação de quem não acredita mais que seja possível mudar. Mergulhados na ignorância e na desinformação, perderam o contato com suas próprias Sabedorias Internas, com seus potenciais inatos para a solução de problemas. Alguns, com o pouco de energia que lhes resta, traduzem a insatisfação através de críticas e ironias que apontam os erros aberrantes, mas não contribuem para nenhuma mudança efetiva. Apenas desgastam-se  ainda mais, até serem também contaminados pela  epidemia da inércia. Neste estado mental dissociado e comatoso, permanecem à  espera da  ajuda externa que não virá, escrevendo o destino inexorável de uma civilização decadente: A destruição de si mesma. Esperamos, contudo, que neste pesadelo se esgotem todos os sentimentos de desesperança, até que a própria espera inútil, os leve a pensar na possibilidade de agirem por conta própria.
Pelo próprio momento evolutivo, não teremos um salvador da pátria. Não é mais tempo das pessoas se reunirem em torno de um único lider; é tempo das pessoas assumirem seu papel social, exercitarem a  sua autonomia e responsabilidade civil, unindo-se a outros, igualmente despertos e conscientes de sua própria capacidade de ação, para viabilizar,  com o esforço e contribuição de cada um, as melhores condições de vida que todos desejam.  ACORDA BRASIL!!!

(*) Psicóloga Clínica do CIT – Colégio Internacional de Terapeutas

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