“O Brasil amanheceu
mais forte”, disse a Presidente. Sim, o Brasil amanheceu mais forte. Pela
primeira vez, num único dia, o Facebook deixou de ser usado para o habitual
“besteirol”, alimentado pelas sandices da TV aberta, para tecer um movimento de
cidadania, seguindo o exemplo de outros países, em que o povo fortaleceu seus
direitos, com reivindicações em massa, através das Redes Sociais.
Que bom que os brasileiros acordaram!
Embora ainda com múltiplas falas, o povo brasileiro levantou-se do berço esplendido
sustentado pelo paternalismo político; deixou a apatia cidadã herdada da
escravidão colonialista, para mobilizar-se e sair às ruas, tornando audível a
sua voz. Primeiro momento de infância política; primeiros passos de criança que
ainda não sente firmeza nas próprias pernas. Reivindicar a redução de tarifas
de transporte é válido. Mas, vamos ampliar nossas consciências e organizar
melhor nossas idéias e ideais. Vamos reivindicar que nossos políticos sejam os
dignos e respeitáveis representantes de nossas necessidades e anseios,
deixando, no velho modelo de mundo, a postura oportunista inspirada no célebre
“jeitinho” para levar vantagem.
Precisamos resgatar valores
essenciais. Precisamos buscar a educação enquanto processo de desenvolvimento
de todas as potencialidades humanas. Precisamos de conteúdos programáticos que
realmente preparem as novas gerações para o desenvolvimento das habilidades e
competências, que possam inseri-las nesse mercado de trabalho cada vez mais
globalizado e exigente, sem o paternalismo alienante, que desvaloriza a
capacidade de trabalho do brasileiro. Todos trazem, dentro de si, capacidade
para realizar algo de útil. Todos trazem, em seus inconscientes profundos, uma
programação existencial positiva.
Precisamos valorizar os professores como
importantes operários dos alicerces básicos de uma nação. Povo informado é povo
exigente, capaz de exercer a cidadania com ordem, consciência e respeito pelo
patrimônio público que também lhe pertence.
Precisamos de saúde de qualidade;
saúde preventiva e de baixo custo, com postos de atendimento multidisciplinar, que
informem a população sobre os vários recursos de manutenção da saúde integral.
Governar não é realizar obras
faraônicas e superfaturadas, para subir ao palanque, no dia da inauguração, a
espera dos aplausos que alimentam o ego iludido pelo poder. Governar exige
feeling clínico, para perceber as necessidades do povo, aplicando recursos, com
estratégias adequadas, que levem a soluções efetivas. Quantas vezes aqueles que
vivenciam um problema, já possuem soluções, esperando, apenas, os recursos para
viabilizá-las?
Por que os presídios estão
abarrotados, em sua maioria por jovens que somente encontraram subsistência nos
desvios da marginalidade? Vamos resgatar o valor do trabalho dignificante! Por
que não educamos para não prender? Por que não criamos programas de orientação
e planejamento familiar? Por que não fundamos eco-cidades, que viabilizem a
migração sustentável, para que nosso povo tenha mais qualidade de vida, em
substituição ao stress dos grandes centros urbanos? Por que não investimos na
valorização do agricultor e produção maciça de alimentos, que possam baratear
seus custos?
Queremos uma sociedade mais justa, em
que os salários correspondam à utilidade de cada profissão, para a sua
comunidade. Queremos reforma tributária. Queremos que os recursos públicos
sejam aplicados com consciência.
O que mudou nesse histórico dia
17/06/13? A informação, antes nas mãos restritas dos meios de comunicação
convencionais (Rádio e TV), expandiu-se pelas Redes Sociais, unindo indivíduos
responsáveis por si mesmos, em torno dos mesmos ideais, resgatando a força da
opinião popular.
Nosso hino e nossa bandeira pertencem
à nação, definida como o conjunto de indivíduos reunidos em torno de seus
símbolos. Vamos resgatar nossa consciência unificada de brasilidade, para que
possamos estabelecer o diálogo entre os opostos, acolhendo a luz de cada um e
dissolvendo as sombras, na construção de um novo tempo de paz, para que
possamos cantar: “E o sol da liberdade em
raios fúlgidos, brilhou no céu da pátria nesse instante”.
Somos unidos pelos símbolos e
separados pelos diábolos. Afinal, estamos a serviço de quem?...
Sueli Meirelles, em Nova Friburgo,
17/06/2013.
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