sábado, 5 de agosto de 2017

COMO SERVIR NO CAOS?

            Servir tem o sentido de trabalhar em favor de alguém. Para Roberto Crema[1], Reitor da Unipaz[2], “O serviço é o viço do ser”, propondo-nos o serviço voluntário como fator de jovialidade e entusiasmo. No dicionário online, encontramos as seguintes definições, que nos ajudam a desenvolver um novo olhar sobre este “Caos” que predomina em momentos de mutação civilizatória: Confusão geral dos elementos da matéria, antes (nosso grifo) da suposta criação do Universo, do aparecimento dos seres, da realidade ou da natureza; cosmos. [Figurado] Estado de completa desordem, confusão de idéias; amontoado de coisas que se misturam; desorganização mental ou espacial. [Filosofia] Condição desordenada que, pela tradição platônica, é anterior ao demiurgo[3]. [Geologia] Amontoado de blocos de certas rochas, que se formam como conseqüência da erosão. [Física] Sistema sem estabilidade, dinâmico, que se altera no tempo a cada pequena alteração das suas condições iniciais.[4]
            A reflexão sobre tais definições conduz-nos à compreensão da importância do momento que estamos vivendo. Se este momento antecede uma nova criação e somos co-criadores com Deus; se somos regidos por um Princípio Inteligente que nos habita e dá vida, nosso pensamento criativo dispõe de um imenso reservatório de matéria prima, para que possamos desenvolver novos modos de vida e de relacionamento. Estamos num momento de reforma planetária, em que o aparente caos nos oferece infinitas possibilidades de novas organizações e sistemas. Mas, assim sendo, quais os critérios fundamentais para essa nova organização? Que competências e habilidades precisamos desenvolver, para servirmos no caos? Através das próprias definições dos termos, constantes das referências, o autoconhecimento se afigura como o primeiro passo da caminhada. Através dele, descobrimos nossa própria Luz Interior e iluminamos os cantos escuros de nossas almas, dissolvendo o orgulho, a vaidade, a inveja, intolerância, ganância, egoísmo... Nossas crenças auto-limitantes que alimentam o medo da perda de tudo aquilo que mais desejamos e nos apegamos. Cumprida esta etapa de limpeza interior, conseguiremos desenvolver sentimentos de amor incondicional, solidariedade e compaixão, atravessando as limitações dos quatro primeiros estados de consciência, geridos pelo desejo material, sexual, desejo de poder e apego afetivo, despertando para o quinto estado de consciência, o psíquico, o poder do verbo, entrando nesta quinta dimensão da era informacional, mas também dos conflitos de idéias entre os opostos, que precisam ser integrados como complementares. Como nos ensinou Jean-Yves Leloup[5], co-fundador do CIT – Colégio Internacional de Terapeutas[6], juntamente com Pierre Weil[7], depois do mergulho interno do autoconhecimento é preciso retornar “ao mercado”; ao caos civilizatório, no qual, a partir das experiências atravessadas, poderemos compartilhar com nossos semelhantes, as aprendizagens recolhidas e a descrição do caminho percorrido, transitando do conhecimento à sabedoria e da sabedoria ao verdadeiro amor, esta força agregadora que sustenta os universos. Na prática diária, poderemos também funcionar como suportes de fé, estabilidade e equilíbrio diante das situações adversas que se apresentarem. Quanto mais pessoas conseguirem fazer isto, mais suave será a travessia para a nova consciência planetária e mais rápida será a reestruturação social.
            Como percebemos, o tema é vasto e profundo, desdobrando-se em muitas outras reflexões e partilhas. Que este momento de caos possa realmente ser o vazio fértil que irá nos conduzir a novos modelos civilizatórios.
            Quem atende ao chamado e se dispõe a servir, com a alegria vivenciada no décimo primeiro estado de consciência, que antecede a possibilidade de síntese?...

                                                      Sueli Meirelles[8], em Nova Friburgo, 05 de Agosto de 2017.

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[3][3] Fonte: http://www.dicionarioinformal.com.br/demiurgo/ Artífice ou criador, divindade responsável pela criação do universo físico, segundo os gnósticos. Em trabalhos de Platão, cerca de 360ac, é uma divindade ou força criativa que deu forma ao mundo material. Já no Gnosticismo, uma divindade subordinada à Divindade Suprema, algumas vezes considerada como o criador do mal outras vezes um ser imperfeito que criou o mundo material e que impede as almas humanas de voltarem a se integrar a Divindade única no Pleroma. No gnosticismo, a Divindade suprema e única se manifesta no Pleroma em pares, Erons, masculinos e femininos de divindades, chamados de Arcontes. Uma dessas Arcontes, Sophia (a Sabedoria), tenta prematuramente voltar á unidade sem o seu par e caí da Pleroma. Essa queda provoca o desejo de voltar e a paixão pelo seu par que a fecunda. Como resultado fica grávida e dá a luz a seres imperfeitos chamados Arcontes. O Demiurgo cria o mundo material, o cosmo, e torna-se o chefe dos arcontes, aprisionando a alma, que são emanações de Shofia da Divindade Suprema, dentro do corpo material humano e exigindo que os homens o adorem como Deus Supremo e único (Jeová).
Libertada com ajuda de um Arconte que se rebela contra o Demiurgo, Sophia retorna a Pleroma e envia para o mundo da matéria o seu par, Cristo, para ensinar as almas como retornar á Pleroma através do autoconhecimento (gnosticismo).
Pleroma: O Gnosticismo ensina que o mundo é controlado por Arcontes, dentre os quais está, segundo algumas versões do Gnosticismo, a divindade do Antigo Testamento, que mantém cativos alguns aspectos humanos, acidentalmente ou de propósito. O Pleroma celeste é a totalidade de tudo o que é considerado pela nossa compreensão como "divino". O Pleroma é muitas vezes referido como sendo a luz que existe "acima" do nosso mundo, ocupado por seres espirituais que se emanaram do Pleroma. Estes seres são descritos como Aeons (seres eternos) e, algumas vezes, como Arcontes. Jesus é interpretado como um Aeon intermediário que foi enviado, juntamente com a sua contraparte Sophia (gnosticismo), do Pleroma. Com a ajuda deles, a humanidade seria capaz de recuperar o conhecimento perdido de suas origens divinas e assim recuperar a unidade com o Pleroma. O termo é, portanto, um elemento central da cosmologia religiosa Gnóstica. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Pleroma

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