quinta-feira, 21 de setembro de 2017

A VISÃO TRANSPESSOAL DA SEXUALIDADE - link da Live no final da página


 Foi com tristeza e desalento que vi a polêmica em torno da homossexualidade voltar às redes sociais, embora considere uma excelente oportunidade de esclarecimento. Também me entristeceu a quantidade de sandices fantasiadas de pseudo-ciência, alimentadas pelos conceitos e preconceitos de parte a parte, que tanto prejudicam as crianças nascidas com tendências homossexuais, quanto as heterosexuais, que ficarão confusas com a distorcida possibilidade de "escolha". Como Especialista em Psicologia Clínica, em exercício profissional há mais de três décadas, vejo, subliminarmente, o objetivo político-ideológico de, mais uma vez, exacerbar os ânimos do povo brasileiro e alimentar a fantasia da separatividade que divide a nação, neste momento.
                 Também não por acaso, atualmente, os templos de Tradições Religiosas de origem africana têm sido destruídos, em nome do Divino. Tais comportamentos evidenciam o mergulho da nossa decadente sociedade, em pântanos retrógrados de ignorância medieval.
                Alienadas em relação aos fundamentos históricos e aos profundos conhecimentos científicos necessários para a compreensão dos fenômenos de expansão de consciência e para a compreensão do significado inconsciente das tendências homo e hetero sexuais, as pessoas se ofendem mutuamente, encerram amizades e dividem famílias, sem ao menos buscarem embasamento para suas afirmações, na mesma web em que navegam nos mares do desconhecimento. Agem pelo impulso e exacerbação emocional que sempre caracterizaram as discussões em torno de ambos os temas: Sexualidade e Religião. E quando estes dois temas se interligam, as polêmicas fervilham e extrapolam a lógica conceitual dos necessários esclarecimentos científicos que hora se iniciam.
                Segundo a Psicologia Transpessoal, Abordagem que acolhe o ser humano em sua totalidade corpo-mente-espírito, com fundamentação teórica nos brilhantes textos de Carl Gustav Jung, Pierre Weil, Jean-Yves Leloup, Stanley Kripnner, Stanislav Grof e tantos outros pioneiros internacionais e brasileiros, tais como Júlio Peres, Vera Saldanha, Sérgio Felipe de Oliveira, Roberto Crema, somos muito mais do que a simples personalidade que se manifesta no mundo tridimensional.
                Em nossas pesquisas de fenômenos psicoespirituais, identificamos que todos nós temos uma parte permanente (Individualidade) e uma parte perecível (Personalidade), que existe entre nascimento e morte. Enquanto nossa Individualidade contém as representações inconscientes do masculino (animus) e do feminino (anima), nossas personalidades, através do nascimento, salvo os casos de trans-sexualidade, primeiramente irão expressar uma polaridade fisiológica masculina ou feminina, através dos caracteres sexuais externos. Com base em sua tendência inata, a criança irá revelar seu sexo psicológico homo ou hétero sexual, até o terceiro ano de vida, sem que isto possa ser revertido, através de intervenções psicológicas. Quando sob o amplo enfoque da Psicologia Transpessoal, identificamos que as pessoas que apresentam tendências homossexuais, podem estar em transição entre muitas existências masculinas para uma existência feminina ou vice-versa, como se estivessem desconfortáveis dentro da nova “vestimenta física”. Uma outra possibilidade, é que tragam registradas em seus inconscientes profundos, experiências traumáticas com o sexo oposto, geralmente seguidas de morte violenta, o que as leva a comportamentos aversivos ou de evitação, em sua maioria, em relação ao agressor masculino. Nestes casos, trabalhamos, através de técnicas de Regressão de Memória, o esvaziamento do intenso sofrimento, muitas vezes causa de profundas depressões.
                Também são comuns os casos de heterossexuais que sofreram abusos na infância e desenvolveram dúvidas em relação à sua tendência sexual, o que pode ser esclarecido através de técnicas de regressão à infância. Podemos ainda citar os casos de bloqueios do desejo sexual por repressão ou, mais modernamente, os casos de crianças com tendência heterossexual, que ficam confusas diante da ideologia atual, que defende, sem fundamentos científicos, a idéia de que é possível “escolher” a tendência sexual. Nossa proposta é no sentido de que os psicólogos exerçam sua função primordial de “espelhos”, no qual, com total acolhimento e compreensão, o cliente, agente da própria história,irá sentir-se à vontade para compreender a complexa dinâmica da sexualidade humana, alcançando a sua total integridade e auto-estima, necessárias para ocupar o seu lugar, na sociedade em que vive.
                Ainda muito longe da possibilidade de esgotarmos tão complexo assunto, deixamos este pequeno texto para reflexão dos leitores, com a expectativa de que ele possa trazer o cuidado necessário para não cairmos no extremo das polarizações de meras e insensatas opiniões pessoais.

Sueli Meirelles, Nova Friburgo, 21 de Setembro de 2017.

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2 comentários:

  1. Perfeito Dra. Sueli. Como sempre Emanuel nos orienta, através do nosso Chico Xavier, Instruí-vos. Deus a abençoe e fortaleça seu intelecto e sua Fé

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  2. E temos muito que aprofundar, relação aos estudos sobre a sexualidade.

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