terça-feira, 17 de outubro de 2017

A RAIZ DO PROBLEMA - educação


            Em que pese a qualidade dos expoentes do conhecimento pedagógico, que participam dos programas de capacitação profissional de professores, a educação brasileira continua em crise. A educação sofre do mesmo mal que tenta combater: A lacuna de aprendizagem entre o que sabe e o que pode chegar á saber, criando um profundo abismo entre a teoria e a realidade vivenciada em milhares de escolas em todo o território nacional. O organismo educacional como um todo, necessita de escuta e acolhimento terapêuticos, para que se busque o atendimento das necessidades básicas do ser humano, identificadas pelo Psicólogo Abraham Maslow:

                1ª - Necessidades fisiológicas (fome, sede, sono etc.);
2ª- Necessidades de abrigo e segurança (casa e conforto);
3ª- Necessidades de pertinência a um grupo (ter uma família);
4ª- Necessidade de auto-estima (sentir-se valorizado);
5ª- Necessidade de buscar o conhecimento (despertar a).
      Curiosidade, (para aprender a aprender).

Por um erro de diagnóstico, não se percebe que a educação está com sua saúde emocional seriamente comprometida: A Escola Brasileira sofre de baixa-estima, depressão, impotência e falta de sentido existencial, sintomas que afetam todas os segmentos do seu organismo: Cabeça (Diretoria e Administração), Braços (Professores), Corpo (Alunos) e Pernas (Pais e/ou familiares) apresentam seus sintomas, como angustiosos pedidos de socorro para o mal que os aflige.
            Sensibilizada com a questão, decidi traduzir em palavras, as angústias deste organismo, de cuja saúde emocional depende o desenvolvimento do nosso país. Através de algumas indagações, busco abrir um espaço de diálogo, onde algumas soluções podem ser encontradas:

a)     Indagações à Cabeça (Diretoria e Administração), você ocupa o lugar correspondente ao seu perfil de personalidade? Você tem uma visão ampla sobre as tendências da educação em nosso país? Você tem as habilidades e competências exigidas pelo seu cargo de liderança? Você se dispõe a um processo de transformação interior, para que possa funcionar como um instrumento de transformação ao seu redor? Ou você está nesta posição, por influência de fatores alheios aos objetivos educacionais, impondo-se como um obstáculo às soluções?
b)     Indagações aos Braços (Professores): Vocês estão em seus caminhos vocacionais? Vocês amam e abraçam as suas tarefas diárias de educação, sentindo-se realizados com o que fazem? Vocês se lembram da importância do seu trabalho para o crescimento deste país? Vocês se dispõem a sair da inércia e da apatia, arregaçando as mangas, e dando-se as mãos, para solidariamente buscar as soluções que o grave problema educacional exige? Vocês se sentem valorizados e economicamente recompensados com o que recebem? Ou vocês ficam desmotivados e impotentes, porque este é apenas o emprego possível, depois que os sonhos de realização profissional foram envolvidos pela névoa espessa da desesperança?
c)     Indagações ao Corpo (Aluno): Você está fisicamente bem alimentado? Você se sente seguro? Você se sente amado pelos outros? Seus sentimentos são compreendidos e respeitados? Você sente que o alimento intelectual que lhe é oferecido atende às suas necessidades de conhecimento, fortalecendo-o para enfrentar os problemas de vida diária? Ou sua fome se tornou específica, enquanto lhe dão como alimento outras informações que não aquelas que você busca? Você se revolta por não encontrar as respostas às suas mudas indagações sobre este mundo injusto e incompreensível, onde o único prazer acessível, talvez seja perturbar as aulas? O que você realmente gostaria de saber?
d)    Indagações às Pernas (Pais e familiares): Vocês estão conscientes de que sua função é dar sustentação ao corpo (filho) e conduzi-lo para um caminho que lhe proporcione o atendimento de suas necessidades materiais, emocionais, intelectuais e espirituais? Vocês estão conscientes de que precisam unir seus esforços aos braços, porque a tarefa de levar o corpo para onde ele deve ir é, primeiramente, sua? Ou você (a mãe) segue capengando pela falta da outra perna (o pai), que tomou rumo desconhecido, depois do encontro fortuito, desequilibrando a estrutura familiar?
Estes são os Sintomas Transversais que adoecem o organismo educacional, causando-lhe dor, medo, raiva e tristeza, sentimentos não expressos, entravados pelo controle do pescoço orgulhoso daqueles que não têm a humildade de perceber que é preciso ouvir; repressores do desabafo necessário, para que a educação recupere a sua saúde emocional; saúde imprescindível para que os professores efetivamente possam ensinar, para que os alunos efetivamente possam aprender, e para que o país possa efetivamente crescer.
Enquanto isto não for feito, milhares de reais serão gastos na tentativa de combater as doenças do nosso organismo educacional, oferecendo-lhe medicamentos importados de outras realidades sócio-econômicas, simplesmente por que não demos ouvidos às queixas desse paciente moribundo, que melhor do que ninguém pode nos facilitar o diagnóstico.

Sueli Meirelles: Especialista em Psicologia Clínica, Regressão de Memória, Hipnose Ericksoniana e Reprogramação Mental. Consultora em Desenvolvimento Humano

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