Hoje
quero compartilhar com vocês uma linda memória de infância: Há muito tempo atrás,
por esta época do ano, mamãe já havia feito as compras para a nossa ceia de
Natal, quando chegou a noticia de que minha avó e tia maternas estavam
gravemente doentes. Com seu espírito solidário e cuidadoso, mamãe prontamente
se ofereceu para cuidar da mãe e da irmã, partindo imediatamente para a casa delas,
na antiga capital do Estado da Guanabara, onde ambas moravam sozinhas, depois do
falecimento de vovô.
Ao
sair, mamãe nos disse: _ As compras estão aí! Façam a Ceia de Natal com seu
pai. Quando elas melhorarem, eu voltarei! Mas aquela fala não caiu bem, em
nossos corações! Em conversa familiar, decidimos que iríamos aguardar o
restabelecimento de nossas familiares e o retorno de mamãe, para que a nossa
ceia de Natal fosse realmente comemorativa. Nesta época tão distante, nós
morávamos numa casa simples de zona rural, onde não havia luz elétrica, o que
nos mantinha totalmente sem meios de comparação com os parâmetros dos acontecimentos
externos. Longe de nos parecer que isto representasse um problema, vivíamos num
mundo próprio, onde, fora os horários de estudo e trabalho, nossas diversões se
reduziam à leitura de bons livros e animadas conversas de Domingo, em torno do
café da manhã. Assim decidido, deixamos que o Natal passasse em branco e, sinceramente,
não tenho nenhuma lembrança de como passamos o dia 25 de Dezembro. Acredito que
tenha sido um dia comum, sem que qualquer sentimento de tristeza registrado,
já que as notícias que recebíamos, sobre as melhoras da saúde de vovó e titia, através
das visitas semanais de papai às doentes, eram animadoras. E assim se passaram
cerca de trinta dias, até que mamãe, vovó e titia chegaram a nossa casa, sendo
recebidas com imensa alegria. Qual não foi a surpresa delas, quando lhes
comunicamos que não havíamos feito a Ceia, para que pudéssemos ter
nossa Ceia de Natal com a presença de todos.
Assim,
no dia 25 de Janeiro daquele ano tão distante no tempo e jamais esquecido,
fizemos nossa Ceia de Natal, quando, para minha alegria infantil,
fui designada para distribuir os presentes dos familiares, os quais eu ia
retirando de dentro de um saco vermelho, até que este estivesse totalmente
vazio. Com expressão interrogativa, olhei para todos, procurando o meu presente
de Natal, até que meu irmão mais velho, que era muito alto, afastou-se um pouco
do móvel da sala, deixando que eu visse, atrás dele, uma linda e loura boneca.
Hoje,
quando penso que, segundo alguns historiadores, o mais provável é que o Mestre
Jesus não tenha nascido em Dezembro, mas no mês de Março, eu me emociono ao
pensar na criatividade daquela amorosa decisão, que fez com que o nosso Natal
em Janeiro viesse a se tornar uma doce lembrança da nossa união familiar.
Afinal, porque não podemos ter Natal em Janeiro, Fevereiro, Março...? Será que
o Espírito Natalino precisa de uma data fixa no calendário anual?
Sueli Meirelles, em Nova Friburgo, 03
de Dezembro de 2017
Compartilhe o Espírito de Natal; compartilhe felicidade!
Site: www.institutoviraser.com
Linda história, linda memória! Natal é sempre no coração em qualquer dia!
ResponderExcluirAmiga. Sim! Que seja Natal todo dia!!!
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