Compreender
o significado dos termos ajuda-nos a compreendermos também a realidade da vida.
Quando aprofundo o sentido do título deste artigo, a partir da definição
lingüística, começo a perceber os múltiplos aspectos que são necessários ao bom
convívio familiar. Pierre Weil, Doutor em Psicologia e introdutor da Psicologia
Transpessoal no Brasil, afirma que “A percepção da realidade é função do estado
de consciência em que cada pessoa se encontra.” Assim sendo, imaginemos um
pequeno grupo familiar convivendo a partir de diferentes olhares, escutas e
sensações, já que o canal de entrada da informação é diferente para cada
pessoa, cada uma querendo expressar emoções e idéias sobre sua percepção única.
Por outro lado, o termo família tem
o sentido de agrupamento humano formado por indivíduos com ancestrais em comum
e ou ligados apenas por laços afetivos, como ocorre com os casais, todos
vivendo na mesma casa ou com muita proximidade. Agora, vamos acrescentar a
esses dois aspectos, o fato de que as famílias, hoje, apresentam uma grande
variedade de configurações, incluindo segundos relacionamentos, com filhos de
casamentos anteriores, o convívio eventual ou permanente com os pais de ambos
os cônjuges, pressões financeiras, sobrecarga de trabalho, pressões sociais,
influências trazidas por noticiários desestabilizadores e pelo uso excessivo de
internet. Vamos acrescentar, ainda, as questões emocionais mal resolvidas,
contidas no histórico de vida de cada um e acentuadas pelos conflitos entre as
três gerações: Avós, pais e filhos, em diferentes idades e com diferentes
necessidades de atenção. Como lidar com tudo isso? Que multiplicidade de linhas
de comunicação (ou ruído) estarão presentes nestes diálogos? E se não houve
hábito de diálogo? Como fazer-se compreender?
No decorrer do tempo, é comum que as mágoas
geradas pelas pressuposições de parte a parte se sobreponham à apreciação mútua
entre os familiares, fazendo com que cada um passe a ver muito mais os defeitos
dos outros, do que as qualidades. É nesse sentido que as dinâmicas psicológicas
podem ser úteis, para clarificar os mal entendidos. Então, faça uma coisa bem
simples: Corte pequenos pedaços de papel, em número suficiente para que cada um
escreva, em cada um deles, o nome e três qualidades (frente) e três defeitos
(verso) de cada familiar. Não vale escrever as mesmas coisas, dos dois
lados!... Seja autêntico em seus posicionamentos! É hora de Verdade!... Depois,
entregue todos os papéis com o mesmo nome a própria pessoa e peça a ela que
leia, em voz alta, primeiro as qualidades referidas. Isto ajudará a pessoa a
resgatar sua auto-estima, a partir deste feedback positivo. Depois, peça a ela
que leia os defeitos sinalizados, comentando como se sente e o que gostaria de
dizer a respeito de suas qualidades e defeitos, a título de esclarecimento
sobre o seu comportamento. Este pode ser um meio para o esvaziamento de muitas
emoções e dissolução de mal-entendidos, tão comuns nas relações familiares,
quando não se abre um espaço de encontro e compreensão mútua. Acima de tudo,
lembre-se de que o Amor, o Perdão e a Compaixão representam inestimáveis
recursos para o desenvolvimento da Arte de Viver em Família e procure manter
este estado de ânimo. Depois, avalie e comente os resultados alcançados!...
Sueli Meirelles, em Nova Friburgo, 28 de Março
de 2019.
Whatsapp: 55 22 999.557.166
Site: www.suelimeirelles.com
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