quarta-feira, 3 de abril de 2019

A ARTE DE VIVER EM FAMÍLIA - Comportamento



         Compreender o significado dos termos ajuda-nos a compreendermos também a realidade da vida. Quando aprofundo o sentido do título deste artigo, a partir da definição lingüística, começo a perceber os múltiplos aspectos que são necessários ao bom convívio familiar. Pierre Weil, Doutor em Psicologia e introdutor da Psicologia Transpessoal no Brasil, afirma que “A percepção da realidade é função do estado de consciência em que cada pessoa se encontra.” Assim sendo, imaginemos um pequeno grupo familiar convivendo a partir de diferentes olhares, escutas e sensações, já que o canal de entrada da informação é diferente para cada pessoa, cada uma querendo expressar emoções e idéias sobre sua percepção única.
            Por outro lado, o termo família tem o sentido de agrupamento humano formado por indivíduos com ancestrais em comum e ou ligados apenas por laços afetivos, como ocorre com os casais, todos vivendo na mesma casa ou com muita proximidade. Agora, vamos acrescentar a esses dois aspectos, o fato de que as famílias, hoje, apresentam uma grande variedade de configurações, incluindo segundos relacionamentos, com filhos de casamentos anteriores, o convívio eventual ou permanente com os pais de ambos os cônjuges, pressões financeiras, sobrecarga de trabalho, pressões sociais, influências trazidas por noticiários desestabilizadores e pelo uso excessivo de internet. Vamos acrescentar, ainda, as questões emocionais mal resolvidas, contidas no histórico de vida de cada um e acentuadas pelos conflitos entre as três gerações: Avós, pais e filhos, em diferentes idades e com diferentes necessidades de atenção. Como lidar com tudo isso? Que multiplicidade de linhas de comunicação (ou ruído) estarão presentes nestes diálogos? E se não houve hábito de diálogo? Como fazer-se compreender?
             No decorrer do tempo, é comum que as mágoas geradas pelas pressuposições de parte a parte se sobreponham à apreciação mútua entre os familiares, fazendo com que cada um passe a ver muito mais os defeitos dos outros, do que as qualidades. É nesse sentido que as dinâmicas psicológicas podem ser úteis, para clarificar os mal entendidos. Então, faça uma coisa bem simples: Corte pequenos pedaços de papel, em número suficiente para que cada um escreva, em cada um deles, o nome e três qualidades (frente) e três defeitos (verso) de cada familiar. Não vale escrever as mesmas coisas, dos dois lados!... Seja autêntico em seus posicionamentos! É hora de Verdade!... Depois, entregue todos os papéis com o mesmo nome a própria pessoa e peça a ela que leia, em voz alta, primeiro as qualidades referidas. Isto ajudará a pessoa a resgatar sua auto-estima, a partir deste feedback positivo. Depois, peça a ela que leia os defeitos sinalizados, comentando como se sente e o que gostaria de dizer a respeito de suas qualidades e defeitos, a título de esclarecimento sobre o seu comportamento. Este pode ser um meio para o esvaziamento de muitas emoções e dissolução de mal-entendidos, tão comuns nas relações familiares, quando não se abre um espaço de encontro e compreensão mútua. Acima de tudo, lembre-se de que o Amor, o Perdão e a Compaixão representam inestimáveis recursos para o desenvolvimento da Arte de Viver em Família e procure manter este estado de ânimo. Depois, avalie e comente os resultados alcançados!...
                                    
                                                   Sueli Meirelles, em Nova Friburgo, 28 de Março de 2019.

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