quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

A PAZ É O CAMINHO



Há alguns anos atrás, realizamos no Centro Social São Vicente, em Nova Iguaçu/RJ, uma apresentação das crianças da creche,  em rede com o Festival Mundial da Paz, promovido em Florianópolis/SC, por iniciativa de Dulce Magalhães, Doutora em Filosofia e Diretora da UNIPAZ - Florianópolis. 
Pela quantidade de pessoas mobilizadas para o evento, podemos perceber que este é um desejo que vem crescendo dentro de todos nós.  Podemos até mesmo dizer que, neste momento, a maior parte da humanidade quer paz. Mas será que alguma vez, paramos para refletir sobre a paz, em seus significados mais profundos?  Sabemos realmente o que é paz? Como podemos contribuir para a construção da paz no mundo, se algumas vezes nos sentimos tão impotentes, diante de tudo o que acontece?
.Segundo Mestre Aurélio, o Dicionarista, a paz pode ser definida como ausência de conflitos entre pessoas, grupos sociais ou nações, e entendida como sinônimo de serenidade. E serenidade, por sua vez, é por ele definida como “tranqüilidade de espírito”. Partindo destas definições, podemos compreender que a construção da paz começa dentro de cada um de nós, quando identificamos os conflitos existentes entre nossas partes psíquicas, que tentam se sobrepor umas às outras, pelo domínio de nossas personalidades, muitas vezes nos levando a agir de maneira diversa do que pretendíamos, gerando arrependimentos e culpas posteriores. A serenidade de espírito, por sua vez, implica em que possamos utilizar a razão e a emoção, de forma equilibrada, em nossas ações. Implica também na aceitação do princípio de que a vida é regida por Leis Sábias, por trás do aparente caos, e que tudo está certo no seu momento do tempo. Como estados de consciência que somos, fazemos o melhor que podemos, de acordo com aquilo que sabemos, em cada momento de nossas vidas. O que nos parece correto, num determinado momento, pode vir a ser considerado errado, quando alcançamos um estado de maior maturidade. Esta consciência contribui para que paremos de gastar energias desnecessárias, tentando parecermos melhores do que realmente somos, preocupados com a imagem que queremos passar para os outros. Por isso, o primeiro passo para alcançarmos a serenidade que nos conduz à construção da paz, implica na auto-aceitação, porque, na realidade, não somos maiores nem menores do que aquilo que realmente somos. Esta autenticidade é fator primordial para que alcancemos a paz dentro de nós mesmos.
Quando tomamos consciência de que faz parte da condição humana errar e acertar, podemos nos tornar mais compreensivos diante das dificuldades dos nossos semelhantes; podemos parar de criticá-los e julga-los segundo os nossos padrões, embora não tenhamos que ser coniventes com aquilo que fere os nossos princípios, e nem nos submetermos ao que, de alguma forma, venha a nos trazer algum tipo de constrangimento.
  Na construção do caminho da paz, o primeiro passo da auto-aceitação nos conduz ao segundo passo da aceitação incondicional dos nossos semelhantes, naquilo em que cada um deles é diferente de nós; naqueles aspectos em que eles não atendem às nossas expectativas. Esta aceitação incondicional nos ajuda a nos desidentificarmos com os erros alheios, aos quais, muitas vezes, nos mantemos aprisionados, através de mágoas e ressentimentos.  Quando alcançamos este estágio de aperfeiçoamento, passamos a  conviver melhor com os nossos familiares, amigos e colegas de trabalho, começando a construir a paz em torno de nós. Este exercício de convivência pacífica por sua vez nos habilita gradualmente a expandir este novo estado de consciência para relacionamentos mais amplos, dando o terceiro passo para a construção de uma grande rede de paz, que vai crescendo por toda a comunidade, pelo estado, pelo país e pelo continente, até envolver todo o planeta.
Estudos recentes sobre o inconsciente coletivo da humanidade mostram que, quando 10% das pessoas que integram uma população desenvolvem um novo padrão de comportamento, este se expande por toda a espécie. Dessa forma podemos alimentar a esperança de que nossa contribuição pessoal possa ser significativa e que, todas as pessoas que conseguirem desenvolver a paz, dentro de si mesmas, e ao seu redor, estarão efetivamente caminhando em direção à paz.

(*) Sueli Meirelles - Professora, Pesquisadora e Fenômenos Psicoespirituais e Especialista em Psicologia Clínica (Hipnose Ericksoniana e Regressão de Memória. Criadora do Método Meirelles de Reprogramação Mental. Escritora e Palestrante.
Whatsapp: 55 22 99955-7166



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