terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

TOC - TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO


           
Os transtornos neuróticos são distúrbios de comportamento, nos quais a percepção da realidade é distorcida por componentes emocionais de medo, raiva, tristeza, ansiedade... Entre eles está o Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), que se caracteriza pela combinação de comportamentos obsessivos (de idéias fixas e negativas em relação a determinadas situações ou acontecimentos) e compulsões (rituais desenvolvidos como tentativa de controle das obsessões). Neste distúrbio, a pessoa pode apresentar predominância do comportamento obsessivo, tais como:
  • Medo de contaminar-se por germes, sujeiras, etc. ;
  • Imaginar que tenha ferido ou ofendido outras pessoas;
  • Imaginar-se perdendo o controle, realizando violentas agressões ou até assassinatos;
  • Pensamentos sexuais urgentes e intrusivos;
  • Dúvidas morais e religiosas;
  • Pensamentos proibidos.
Ou do comportamento compulsivo. Os sintomas compulsivos mais comuns são:
  • Lavar-se para se descontaminar;
  • Repetir determinados gestos;
  • Verificar se as coisas estão como deveriam, porta trancada, gás desligado, etc.;
  • Tocar objetos;
  • Contar objetos;
  • Ordenar ou arrumar os objetos de uma determinada maneira;
  • Rezar com freqüência exagerada.
Quando trabalhamos com o inconsciente mais profundo, através da intervenção terapêutica de Reprogramação Mental, atuando sobre os metaprogramas que produzem tais alterações comportamentais, na maioria dos casos, encontramos conteúdos emocionais de medo, raiva e culpa, associados à ansiedade desenvolvida diante da expectativa de controle ou eliminação do intenso desconforto causado pelo TOC. Esta ansiedade pela cura, pode inclusive intensificar o quadro, acrescentando-lhe sintomas de depressão, diante do sentimento de impotência, na tentativa mal sucedida de controle dos sintomas.
      O medo subjacente ao TOC pode estar relacionado a sentimentos de insegurança gerados na infância, pela falta de uma orientação adequada, associados à exigência de altos padrões de desempenho, diante dos múltiplos desafios da vida, intensificando a necessidade de rituais, para que “tudo de certo”.
      A raiva, geralmente reprimida ou negada pela necessidade de aprovação externa, pode vir a se expressar através de pensamentos relacionados a acontecimentos negativos com as pessoas objeto dos desejos inconscientes não aceitos, exigindo longos e repetitivos rituais, para que “nada de mal lhes aconteça”.
      A culpa, na maioria dos casos, está inconscientemente associada aos sentimentos ou comportamentos não aceitos, tais como raiva e hostilidade em relação a figuras de autoridade, culpa pela sexualidade (causada por repressão sexual, ou por falta de uma educação sexual adequada, na infância), traduzida pela idéia de que “tudo deve estar sempre limpo”.
      Estes sentimentos podem, também, estar associados às crenças religiosas em relação a pecado e punição, contribuindo para o desenvolvimento de sentimentos de baixa-estima (idéia de não ser bom o bastante), que levam a pessoa a acreditar que será “castigada” por suas “falhas” diante de modelos e expectativas inatingíveis.
      O tratamento do TOC exige o esvaziamento dos conteúdos emocionais que alimentam os sintomas, com a reprogramação dos padrões mentais viciosos que, gradativamente são substituídos por novos padrões positivos, desenvolvidos no processo terapêutico. À medida que a Sabedoria Interna do cliente, quando em estado hipnótico, libera as intensas cargas emocionais contidas nos sintomas, ele pode então compreender e aceitar a falta de fundamentação lógica dos rituais que havia desenvolvido como defesa contra o sofrimento, recuperando a espontaneidade e a auto-estima.

SUELI MEIRELLES - Psicologa Clínica do CIT – Colégio Internacional de Terapeutas.Membro da ALUBRAT - Associação Luso Brasileira de Psicologia Transpessoal

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