Como de costume, sempre que escrevo
sobre um tema, procuro, primeiramente, o seu significado lingüístico.
Compreender o sentido profundo de cada termo, abre-nos as portas da percepção
para muitos significados ocultos ou esquecidos, com o empobrecimento cultural
do nosso país. Ao pesquisar o verbo degradar, encontrei: “1. Privar de graus, dignidades ou encargos. 2.
Aviltar. Degradação: 1. Destituição ignominiosa dum grau, qualidade etc. (dicionário
Aurélio, pág. 153). Para Ignomínia,
encontrei: “”Grande desonra; infâmia” (Dicionário Aurélio, pág. 273).
O primeiro verbo encontrado – privar
- nos traz a primeira questão: Como nossa população é privada de tudo! Da
segurança, da saúde e da educação tão alardeadas nos períodos eleitorais.
Privada também da possibilidade de subir em graus: graus de escolaridade, de
qualidade de vida. Tornamo-nos uma população sempre empurrada, degraus abaixo,
pela exorbitância dos juros que enriquecem as financeiras transnacionais, que
se somam aos bilhões desviados pela corrupção, tomando o rumo de terras estrangeiras.
Privada das dignidades e do respeito que lhe seriam devidos por nossos governantes,
para que tivesse auto-estima. Privada de poder orgulhar-se de ser brasileira,
quando o país estoura nas manchetes internacionais, reforçando a imagem de povo
primitivo e violento, difundida nos países de primeiro mundo. Vítima de grande
desonra e profundamente ferida pela infâmia daqueles que se vendem, chafurdando-se
na contagiosa lama da corrupção. Ignominiosamente destituída de sua qualidade
de vida, a população brasileira permanece na alienante apatia cidadã, daqueles
que estão cada vez mais distante das oportunidades que uma estrutura sócio-econômica
voltada para o bem comum, lhe poderia oferecer.
Como de costume, também gosto de
recorrer à pesquisa histórica, porque somos, por tudo o que foi anteriormente
referido, uma população de pouca escolaridade e curta memória.
Quando pensamos no nosso imenso
Brasil, o que nos vem à mente é a sua riqueza natural (tanto em beleza como em
recursos), que faz com que este país tenha o potencial de um paraíso, onde uma
população saudável e alegre poderia conviver pacificamente.
Como
disse Pero Vaz de Caminha, em carta a El Rei, D. Manuel: “Até agora não pudemos saber se há ouro ou prata nela, ou outra coisa de
metal, ou ferro; nem lha vimos. Contudo a terra em si é de muito bons ares
frescos e temperados como os de Entre-Douro-e-Minho, porque neste tempo d'agora
assim os achávamos como os de lá. Águas são muitas; infinitas. Em tal maneira é
graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo (...)!” (site: www.cce.ufsc.br).
Como bem sabemos, havia, e ainda há
metais e pedras preciosas, que desde as primeiras expedições “exploradoras”,
tomaram o caminho da Europa, abrindo um canal de esvaziamento de nossas riquezas,
que ainda hoje enchem os cofres dos paraísos fiscais.
Como tão bem reconheceu Caminha, “a terra em si é de muito bons ares”,
embora também sofra degradação, pela ganância daqueles que não respeitam nossas
reservas ambientais. “As águas são
muitas; infinitas”, disse ele. Até quando? Indagamos, nós: Se o mundo
todo está com os olhos voltados para este recurso cada vez mais escasso? “Em
tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo (...)”
O que impede que nós, brasileiros
queiramos aproveitar e, verdadeiramente amar esta terra abençoada que provocou
tantos elogios há mais de quinhentos anos atrás?...
SUELI MEIRELLES Site: www.suelimeirelles.com
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"Libertas Quae sera tamem" é o grito aprendido na minha vida escolar nas Minas Gerais à mais de 50 anos atrás... Precisamos reviver Tiradentes?
ResponderExcluirO brasileiro esqueceu a própria história...
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