terça-feira, 19 de maio de 2020

A OBRA DE DEUS - Transreligiosidade


Assistindo aos excelentes Vídeo-Documentários Históricos de Rubens Cruz[1], passeamos por vários países do Mundo, em especial, do Continente Europeu, rememoramos histórias seculares de guerras e conquistas que ultrapassavam as grossas muralhas que cercavam as cidades antigas, na inútil tentativa de impedir que o avanço do insaciável desejo de poder, dos conquistadores do pretérito. Em cada cidade, a cada vitória, era erguida uma igreja, para celebrar o grande feito, alcançado às custas de muitas mortes, de ambos os lados, já que não existe vencedor, em casos de mortes. Ambos os lados são perdedores!...
Tais reflexões conduziram-me à própria história dos primórdios do Cristianismo: Em princípio, uma seita perseguida pelo Império Romano, o Cristianismo original foi absorvido pelo povo dominador, quando cidadãos romanos se converteram a nova religião. Afinal, não seria politicamente correto crucificá-los ou conduzi-los às arenas, onde os leões famintos iriam destroçá-los como presas indefesas. Quando não dá mais para combater, é preciso absorver, formatar e controlar. E assim surgiu a Igreja Católica Apostólica[2] Romana. Num evidente sincretismo com o paganismo romano, o Cristianismo original foi incorporado às práticas concretas da religião pagã, com seus cultos de imagens, festividades e construção de suntuosos templos erguidos para um deus à imagem e semelhança do homem; um deus antropomórfico e insaciável, que necessitava de muitas moradas que atestassem sua grandiosidade e poder; um deus antropomórfico e assustador, que premiava e castigava; um deus que propagava o medo e a crença de que os muitos sofrimentos terrenos representavam a garantia de um lugar no céu; crenças de que as indulgências divinas poderiam ser compradas às custas de doações proporcionais ao tamanho do pecado cometido. Quanta riqueza acumulada, para um deus inalcançável aos pobres pecadores humanos!... Mas os séculos rolaram na interminável esteira do tempo e chegamos ao presente. Hoje, o Papa Francisco, com sua simplicidade, nova consciência e dedicação, tenta converter o Vaticano à simplicidade franciscana e ao Cristianismo original. Mas, como seria isso possível? Qual o primeiro passo para transitarmos da representação material da fé, para a ação solidária em favor dos milhares de filhos de Deus, que vivem em extrema pobreza? Como seria, se o Vaticano encontrasse uma forma de converter todos os recursos financeiros aplicados na construção dos templos luxuosos e milenares, na construção de moradias para os nossos irmãos planetários desfavorecidos?
Afinal, se deixamos de seguir aquele deus antropomórfico, para compreendermos o Princípio Inteligente que nos habita e nos dá vida; se conseguimos perceber que o Divino pode ter tantas possíveis moradas, quanto o número de corações de cada Ser Vivente, nesta Imensidão Cósmica; se já conseguimos visualizar, com nossos corações cristianizados, que a meta do Cristo é o acolhimento dos nossos semelhantes, que Seja Feita a Sua Vontade, assim na Terra como no Céu!...

         Sueli Meirelles, em Nova Friburgo, 16 de Maio de 2020
(*) Especialista em Psicologia Clínica (Hipnose Ericksoniana, Regressão de Memória e Reprogramação Mental) Escritora e Palestrante.

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[2] Universal.

sábado, 16 de maio de 2020

LIVROS ATRÁS DE NÓS - Comportamento


Atualmente tenho assistido muitas Lives, todas com excelentes conteúdos. Por trás dos palestrantes, na maioria das vezes, uma estante com muitos livros, certamente porque eles estão falando, durante a Quarentena, a partir de seus escritórios residenciais. Com a repetição constante da cena, parei para pensar na quantidade de livros que já lemos e que acumulamos em nossas estantes. Senti como se eles quisessem me dizer alguma coisa, com suas constantes presenças. Parei para refletir sobre minha experiência pessoal com eles: Quando criança, minha irmã me dizia: _”Leia bastante, porque, um dia, você vai escrever um livro!”. Lembro-me também, de uma redação que escrevi na época do Ensino Fundamental: “Gosto de Livro”, quando ainda existia acento circunflexo diferencial, para significar paladar. Ler é muito gostoso! Aos dez anos, ganhei, como presente de Natal, a coleção infantil de Monteiro Lobato, dezessete livros de pura viagem cultural. E assim foi, no decorrer da juventude e na fase adulta, durante a Graduação em Psicologia, durante o mergulho profundo na literatura espiritual, durante a Pós-Graduação em Clínica, cursos na UNIPAZ, acolhimento ao CIT, Congressos e apresentações de trabalho. Duzentos, trezentos, quatrocentos livros, que foram se acumulando e me renderam muitas páginas de citações bibliográficas, sempre úteis para quem escreve.
Por circunstâncias de algumas mudanças de residência, eu optei por guardar aqueles livros que eu ainda poderia ter a necessidade de reler ou consultar e comecei a doar os outros, escolhendo a dedo o endereço de quem deles poderia fazer muito bom uso e proveito e fui esvaziando as prateleiras das minhas estantes. Quando penso neste processo, pergunto-me sobre a possibilidade de que cada cidade venha a ter uma extensa Biblioteca, com livros doados por todos aqueles que já saborearam seus preciosos livros e que podem, agora, deles abrir mão, em favor daqueles que não têm acesso a este delicioso alimento para o coração, para a mente e o espírito. Não estariam os livros, atrás de nós, dizendo-nos que são gratos por terem feito parte do nosso passado de aprendizagem e que gostariam de poder alimentar novas e ávidas mentes, desejosas de saber? Sei que os livros não falam, mas tenho certeza de que eles gostariam de dizer isto. Fica aqui o recado!...

               Sueli Meirelles, em Nova Friburgo, 16 de Maio de 2020.

SUELI MEIRELLES - Especialista em Psicologia Clínica (Hipnose Ericksoniana, Regressão de Memória e Reprogramação Mental)Escritora e Palestrante.
Membro do CIT- Colégio Internacional de Terapeutas
Membro da ALUBRAT – Associação Luso Brasileira de Psicologia Transpessoal.
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sexta-feira, 15 de maio de 2020

A HORA DA VERDADE - Espiritualidade


            Os estudos da Física Quântica nos revelam que a mente é um campo vibracional e informacional, através do qual todos os cérebros sintonizados se comunicam. O funcionamento deste campo informacional, por sua vez, é regido por uma Consciência Superior, princípio inteligente e ético, que ordena todos os fenômenos de manifestação no mundo físico.
            No ser humano, esta partícula de Consciência Superior já está presente, no nascimento, trazendo uma programação existencial, na forma de probabilidade de eventos, tendo como objetivo, o aperfeiçoamento do indivíduo, em todos os sete níveis de funcionamento. Como esta informação está armazenada no inconsciente mais profundo, ao mergulhar no mundo da matéria, onde a energia é extremamente densa, a mente passa por um processo de adormecimento, mais ou menos acentuado (dependendo do grau evolutivo de cada pessoa), que dificulta ou impede o acesso direto a este programa. No decorrer da infância, através da interação entre a Individualidade (ideais, intuições e essência espiritual) com os estímulos do meio ambiente, vai se formando uma personalidade, comandada pelos desejos do Ego (desejo material, desejo sexual, desejo de poder e apego afetivo), estabelecendo-se a dinâmica evolutiva, através da qual o Ego deverá submeter-se ao comando da Consciência Superior. Como, na maioria dos casos, a mente consciente está desconectada desta programação, o indivíduo deixa-se dominar pelos desejos egóicos, desviando-se do seu caminho, decorrendo daí, todos os desequilíbrios de saúde física e emocional comuns à grande parte das pessoas, que contribuem para a perda da qualidade de vida, principalmente na Terceira Idade. Conforme o processo de envelhecimento se acentua, os mecanismos de controle do Ego sobre o inconsciente vão se afrouxando, gradativamente trazendo à consciência, a programação existencial - por isto, é comum que alguns idosos vivam crises de consciência e sentimentos de culpa e de medo da morte, pelo que acreditam que deveriam ter feito, ou pelo que deixaram de fazer.
            Os estudos realizados pelo pesquisador americano, Raymond Moody, com pessoas que viveram experiências de quase morte e voltaram, revelam, de maneira mais clara, como este processo ocorre: Durante a experiência, a pessoa se percebe atravessando um túnel escuro (que se acredita seja a densidade do próprio corpo físico); vê-se fora do corpo, enquanto este está sendo socorrido; percebe-se atravessando paredes; vê luzes e seres luminosos ou furiosos, conhecidos ou desconhecidos, conforme esteja energeticamente mais positiva ou negativa; ouve vozes, pressente que deve voltar ao corpo físico, porque ainda não terminou sua missão de vida, sentindo-se, então, atraída para este, como se estivesse caindo, e volta à consciência. Estes estudos também revelaram que todas estas pessoas mudaram radicalmente suas visões de mundo, tornando-se mais solidárias, éticas e conscientes do sentido evolutivo da vida, depois de passarem por estas experiências.
            O acompanhamento de pacientes terminais, com técnicas de alcance do inconsciente profundo, como a Captação Psíquica[1], também têm evidenciado o sofrimento atroz daqueles que não seguiram suas programações inconscientes de vida. Estes estudos mostram que céu e inferno não representam outros lugares no espaço físico, mas estados de consciência positivos ou negativos e dependentes do sentimento de realização da missão existencial alcançado por cada ser.
            Quando o indivíduo se aproxima da experiência de morte, há uma ampliação da consciência, provocando o processo de revisão da vida, quando dela são recolhidas as principais realizações e os erros mais significativos; um  flash-back, durante o qual ocorre um auto-julgamento ou uma espécie de juízo final, que não é realizado por outros, mas pela própria consciência individual, ao defrontar-se consigo mesma.
            Vista por este novo ângulo, a experiência de morte torna-se a hora da verdade, quando cada ser humano é confrontado com sua realidade interior; com seu verdadeiro tamanho evolutivo. Pode representar um momento de infinita paz, quando a meta existencial foi alcançada, ou um terrível momento de crise de consciência, quando o indivíduo percebe que se afastou do seu caminho evolutivo, como um aluno que tenha conduzido mal os seus estudos, terminando por ser reprovado.
            Também vista por este novo ângulo, a vida passa a ser compreendida como uma escola, na qual entramos ao nascer, recebendo o uniforme do corpo físico, e da qual sairemos, deixando o velho uniforme utilizado, para levarmos apenas aquilo que tenhamos aprendido de útil à nossa evolução.

(*) Especialista em Psicologia Clínica (Hipnose Ericksoniana, Regressão de Memória e Reprogramação Mental) Escritora e Palestrante.Co-Fundadora e Coordenadora do Carrossel de Luz – Grupo de Pesquisas Psicoespirituais. Membro do CIT – Colégio Internacional de Terapeutas e da ALUBRAT – Associação Luso Brasileira de Psicologia Transpessoal.

Link para o Blog Carrossel de Luz: http://carrosseldeluz.blogspot.com/
Link para o Livro Vida depois da Vida: https://www.estantevirtual.com.br/livros/raymond-a-moody-jr/a-vida-depois-da-vida/3436650886?livro_usado=1&b_order=preco&gclid=Cj0KCQjw-_j1BRDkARIsAJcfmTE5xu-PuggRFy7xBB_-VjPZa5TLLpd7igWNGR7hk1mctuvmHyUmZ30aAm-zEALw_wcB.                                          Site: www.institutoviraser.com

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[1] Técnica criada pela Autora.




domingo, 3 de maio de 2020

A SOCIEDADE IDEAL - Comportamento


Em meio a pandemia de polarizações e polêmicas, tenho pensado muito sobre o nossa sociedade e sobre o que precisamos mudar, para podermos viver em harmonia e termos realização pessoal, condições essenciais para o nosso bem estar social? Tais reflexões me conduziram a rever os conceitos propostos por Abraham Maslow, psicólogo humanista americano, que ficou conhecido no meio acadêmico por seus estudos sobre a motivação humana, trazendo-nos a proposta do atendimento de uma hierarquia de necessidades básicas do Ser Humano, para que a felicidade possa ser alcançada.
Para ele, em primeiro lugar, o ser humano precisa de atendimento às suas necessidades fisiológicas, tais como sede, sono, sexo, alimentação ... E já neste nível, identificamos lacunas na estrutura de sustentação social, tais como saneamento básico, condições de higiene e nutrição adequadas. Quantos problemas iniciais!...
Em segundo lugar, ele coloca as necessidades de segurança, emprego, recursos, saúde e moradia. Como ainda estamos longe disso!...
Em terceiro lugar, ele situa a importância de pertencimento a uma família, acolhimento, relações afetivas e amizades saudáveis, evidenciando a carência social desses valores, em nossa sociedade decadente. Valores que foram atacados e desconstruídos, com objetivos manipulativos. Povo separado, povo em conflito, é povo enfraquecido!
Em quarto lugar ele ressalta a importância da auto-estima, da autoconfiança, reconhecimento e respeito mútuo. Como as nossas relações perderam qualidade!...Perdemos o hábito da gentileza, em nossas relações familiares e sociais!
Por fim, no alto da pirâmide, ele coloca a criatividade, auto-realização, solução de problemas e aceitação dos fatos, até mesmo para que possamos contorná-los e alcançar nossas metas evolutivas.
Penso que este é um bom momento para começarmos a pensar em estratégias de mudanças construtivas para o nosso país e para o nosso planeta, quando pudermos nos reunir outra vez. Penso que este é um bom momento para deixarmos ir o passado, dele recolhendo profundas e significativas aprendizagens; aprendendo com nossos erros e acertos; com motivação, maturidade, integridade e espírito de doação por esta nossa terra, que se encontra por nós contaminada e adoecida, para que realmente possamos manifestar a sociedade ideal em nossa realidade planetária.

                                                   Sueli Meirelles, em Nova Friburgo, 03 de Maio de 2020.

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