segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

TRIBUTO À GATA MELODY - Conto

 

             Para compartilhar com aqueles que um dia tiveram um bichinho de estimação.


                       Você chegou no dia 26 de setembro do ano de 1982, com pouco mais de um mês de vida, para alegria de um casal de irmãos, que pulavam abraçados, comemorando a sua presença. Seu pelo ralo e seu corpo leve e frágil, ainda não apresentavam as características típicas da bonita pelagem da raça siamesa.

                        Nos primeiros tempos, acompanhamos suas artes de filhote, quando você corria atrás da bola de papel que amarrávamos com barbante. Você rolava em cambalhotas sobre si mesma, com os ágeis trejeitos, somente possíveis pela sua flexibilidade felina. Você era uma gracinha! Às vezes, quando estávamos deitados, você pulava sobre um de nós, acomodando-se no aconchego do colo, e onde quer que estivéssemos, você sempre ficava por perto.

                        Em sua existência, você passou por muitos percalços: Despencou de um andar, as crianças caíram sobre você, teve raquitismo, fez cesariana e perdeu os filhotes de sua única gestação... Passou por ligadura de trompas. Mas gato tem sete vidas, não é?  Você continuou, adaptando-se as condições que o mundo estabelecia: Acordava pela manhã e se espreguiçava longamente, subindo ao terraço para o seu habitual banho de sol. Aprendemos isto com você. Como é importante espreguiçar-se ao acordar e tomar sol em horário adequado.

                        Sua vida sedentária fazia você engordar e nós a apelidamos de “fofucha”, “gatucha”, “tuchinha”, mas no fundo você era mesmo a nossa Melody, com sua maneira muita própria de ser: Charmosa em suas várias poses, que tinham por objetivo chamar a nossa atenção. Você se deitava de barriga para cima, com as patas em posições diferentes que combinavam com a cauda em curva, que se agitava levemente, registrando junto com as orelhas, o reconhecimento dos elogios que lhe fazíamos. Era um charme só!...  Você era também extremamente carinhosa e nos fitava com seus doces olhos azuis, sempre atendendo pelo nome, quando a chamávamos. Você viveu conosco por quatorze anos. É!... Como o tempo passou rápido! De vez em quando comentávamos que você já estava idosa e nos preparávamos para a sua partida. Você até que foi saudável durante bastante tempo e, talvez por ter absorvido nossas crenças, não quis curtir doença. No breve espaço de um dia, começou a ficar paradinha, preparando-se para a viagem. O coraçãozinho amoroso, como era seu modo de ser, foi pouco a pouco parando de bater, para que sua alma pudesse sair do corpo, da mesma forma tranqüila como viveu. Deixamos você na clínica veterinária e nos despedimos, sabendo que não mais a veríamos com vida. E assim aconteceu. Você se foi, deixando uma suave lembrança; ajudando-nos a vivenciar a experiência da aparente perda que nossos corações apegados e iludidos pelo plano material da vida, teimam em sofrer. Você não é mais nossa Melody. Nós sabemos que você pertence a Deus e a ele retornou. Fique em Paz e obrigado por ter compartilhado esse precioso tempo de nossas vidas.

(*) Especialista em Psicologia Clínica transpessoal. Autora do Método Meirelles de Reprogramação Mental. Escritora e Palestrante.

Whatsapp: 55 22 99955-7166

  E-mail: suelimeirelles@gmail.com

Site: www.institutoviraser.com

 



[1] Especialista em Psicologia Clínica. Consultora em Desenvolvimento Humano, Saúde Integral, Ecologia Integral e Educação para a Paz.

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