segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

A HISTÓRIA DE NICK - Conto

 


            Minha relação amorosa com os gatos data de muitos anos, desde que meus filhos, ainda pequenos, pediram-me um bichinho de estimação. Primeiramente adotamos a Melody[1], depois Pipo[2], Tequinho[3] , Cristal[4], Meguy[5]... E assim foi também com Nick.

            Na manhã fria de segunda feira, dia 14 de Novembro, embora fosse período de verão, ao acompanhar um querido casal amigo, até o estacionamento, encontramos um gatinho de agarrado à roda do carro deles, que certamente seria esmagado, caso não o tivéssemos visto a tempo. Sempre solícito, o zelador do nosso condomínio veio nos ajudar, pegando o gatinho que, como eu havia feito a mais de 30 anos com Pipo, acolhi junto ao meu peito, transmitindo-lhe afeto e acolhimento. Seu olho esquerdo estava praticamente fechado por uma forte infecção, motivo pelo qual agendamos uma consulta com a veterinária. Por sugestão do filhinho de uma amiga, ele recebeu o nome de Nick. Na consulta, ficamos sabendo que Nickinho estava desnutrido, desidratado, pesava apenas 250 gramas e, além disso, estava com conjuntivite. Segundo ela, se não tivesse sido acolhido, morreria em dois ou três dias. Segundo as orientações médicas, iniciamos o seu tratamento por cerca de quarenta dias, com colírios, nutrientes e um leite especial, já que ele praticamente não havia sido amamentado. Na consulta da semana seguinte, ele já havia aumentado para cerca de 500 gramas e depois, para 800. Crescia e engordava a olhos vistos. Rapidamente, aprendeu a usar a caixa de areia, subir escadas, depois aprendeu a descer os degraus, subir no sofá, na cama, para aninhar-se em nosso colo e coração. Nossa gata Cristal, a princípio arredia com o bichano, foi-se afeiçoando a ele, permitindo, inclusiva que ele a mordesse, com seus quatro dentes caninos afiados, pois os outros ainda nem haviam nascido. Aliás, por essa carência de amamentação, Nickinho mordia a todos nós, tendo que ser repreendido dezenas de vezes, por seu comportamento inconveniente. Mas ele é um bom aluno na Escola da Vida: Inteligente, ágil, forte e de temperamento dominador, rapidamente ocupou a liderança do contexto, como se nós fizéssemos parte da sua ninhada. Nossa Cristal, que não chegou a ter filhotes, pacientemente foi-se acostumando com ele, chegando a compartilhar o sono, em aconchego mútuo, em algumas ocasiões. Mas a verdade é que meu marido e eu não temos mais idade para adotar bichinhos e, após a nossa partida, deixá-los entregues a própria sorte. Com esta compreensão,  durante cerca de quarenta dias, dedicamo-nos à recuperação do seu olhinho esquerdo, pedindo a Deus que ele voltasse a enxergar, normalmente e ficamos muito felizes com a sua plena recuperação. Enquanto isso, nós entramos em contato com familiares e amigos mais jovens, que pudessem adotá-lo com carinho, até que, realmente encontramos a família ideal para o pequeno Nick.

            Logo na primeira semana de 2023, recebemos a notícia de que a nova família, Mãe e uma filhinha de nove anos, estavam prontas para receber o gatinho. Como já havíamos nos apegado a ele, o coração doeu ao anteciparmos a saudade, mas sabíamos que seria melhor para ele. Mesmo assim chorei enquanto meu marido enaltecia suas peripécias de macho ativo. Assim sendo, ao sairmos de casa para o almoço, aconcheguei Nickinho ao meu peito, para não ter que me despedir dele, na hora da separação, enquanto, mais uma vez, as lágrimas molhavam o meu rosto. Depois, coloquei-o dentro da casinha de transporte para entregá-lo aos cuidados de uma jovem, simpática e amorosa mãe, que nos agradeceu pelo presente recebido.

            No dia seguinte, ainda preocupada com sua adaptação à nova família, entrei em contato com ela, para saber como ele havia passado a noite, sendo surpreendida pela a boa notícia de que ele havia-se instalado entre as cobertas, como costumava fazer em nossa casa, na companhia das bonecas da menina. Ficamos felizes por ele! A passagem de Nick por nossa casa, no breve espaço de quase dois meses, ensinou-nos a amar livremente, treinando o desapego e libertando-nos do sentimento de posse que poderia aprisioná-lo a nós. Como podemos ver na foto que recebemos da jovem mãe, Nick já ocupou o seu lugar de liderança, junto a sua nova família, que cuida dele com todo carinho e desvelo. Gratidão a elas, por este acolhimento tão amoroso, proporcinando-nos um final tão feliz à história de Nick.

Sueli Meirelles, em Nova Friburgo, 14 de Janeiro de 2023.

Especialista em Psicologia Clínica Transpessoal e autora do Método Meirelles de Reprogramação Mental. Escritora e Palestrante

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