Como
de hábito, começo a escrever sobre este tema a partir da definição do termo: Significado
de Migrar - verbo transitivo indireto e intransitivo. Mudar (de local, país, cidade,
Estado, região etc) com regularidade e de maneira periódica: durante o inverno
certas espécies de pássaros migram para o norte; seus filhos migraram para a
Europa.[1]
, a princípio traduzindo-se como um movimento de mudança de um lugar para
outro. Entretanto, quando falamos sobre migração de carreira ou de profissão,
estes movimentos exigem algumas reflexões sobre a maneira mais segura de fazer a
transição. Pesquisando na Web, encontrei excelentes orientações no Site da
PUC/RGS[2],
que podem ser consultadas pelos profissionais que lerem este artigo.
Em
tempos de acentuadas mudanças civilizatórias, é extremamente comum que, em dado
momento de vida, um profissional, insatisfeito com o contexto do exercício de
sua profissão ou com procedimentos de intervenção engessados ou desatualizados,
deseje mudar de área de atuação, a partir de cursos de especialização, que o
habilitem a novas formas de exercício profissional, como vem acontecendo com
muitos profissionais das áreas de saúde, educação, executivos de grandes
empresas e muitos outros. O movimento de migração de carreira dentro da mesma
profissão está relacionado às mudanças de área, que podem ser realizadas de
forma simples, a partir de cursos de formação e pós-graduação oferecidos pelas
instituições voltadas para o aprimoramento profissional dos graduados. Porém,
quando o assunto é migração profissional, este movimento se reveste de alguns
aspectos legais, que deverão ser considerados pelo profissional insatisfeito, diante da exigência de registro nos Conselhos
da profissão almejada e possíveis solicitações de laudos, principalmente para
fins judiciais, os quais, quando fornecidos por profissionais desinformados,
poderão envolvê-los em processos judiciais, com risco de cassação de seus
diplomas e até mesmo prisão, caso venham a ser denunciados por seus pacientes
ou clientes, por exercício ilegal de uma
profissão regulamentada, como é o caso da Medicina, Psicologia, Fisioterapia,
Educação Física... Só para citar as mais comuns na área de saúde e tantas
outras, como Direito ou Engenharia.
Em
relação ao exercício da Psicologia, cresce, cada vez mais, o número de
profissionais que migram para esta área, movidos pelo chamado vocacional ou
pela crescente valorização financeira dos serviços relacionados à saúde mental,
para os quais estão legalmente habilitados somente os Psicólogos e Psiquiatras,
com registro em seus respectivos Conselhos e os Títulos de Especialização
atualmente exigidos por estas Entidades Reguladoras e Fiscalizadoras de
exercício profissional, conforme aprofundado no artigo citado em nota de
rodapé.[3]
Vale também considerarmos que o profissional que
migra para a Psicologia desconhece o Código de Ética do Psicólogo[4]
e o percurso histórico do surgimento da profissão; desconhece seus principais
autores e os fundamentos teóricos que dão suporte técnico às intervenções
terapêuticas, dentro dos princípios de visão global e ação específica,
preconizados por Pierre Weil, um dos autores do nosso Código de Ética, criado
por ocasião da regulamentação da profissão, em 1964.
Dentro da
proposta de transdisciplinaridade[5],
Pierre Weil propõe a formação de Terapeutas Clínicos (Profissionais de Saúde),
Terapeutas Sociais ( Professores, Advogados, Administradores...) e Terapeutas
Ambientais (Geólogos, Engenheiros Florestais, Meteorologistas, Agrônomos...),
atuando com visão global e ação específica, sem que tenham que renunciar as
suas graduações de origem.
Em
nosso Curso de Extensão sobre o Método Meirelles de Reprogramação Mental, em
sua terceira turma online, orientamos nossos alunos para que utilizem as
técnicas, dentro de suas áreas específicas de graduação, informando a seus
pacientes sobre estes recursos complementares, que vêm otimizar os resultados
que podem ser alcançados pelo tratamento realizado, como nos casos de
Nutricionistas, que podem identificar os conteúdos emocionais da relação de
seus pacientes com a alimentação, em caso de sintomas de sobrepeso, bulimia,
anorexia... Médicos que melhor poderão compreender os conteúdos emocionais dos
sintomas físicos, tais como cardiopatias, fibromialgias, úlceras, gastrites,
bursites... E tantos outros sintomas sempre alimentados por conteúdos
emocionais não elaborados. Ou ainda Pedagogos e Psicopedagogos, que irão
identificar a relação motivacional de Professores e alunos com o processo
ensino-aprendizagem ou dificuldades com o estudo de determinadas disciplinas,
com as quais os estudantes tenham memórias aversivas. Mas essas reflexões ainda
nos conduzem a outro aspecto esquecido: A falta de atualização dos conteúdos
programáticos dos Cursos de Graduação em Psicologia que, em sua maioria mantém
o mesmo conteúdo ao longo dos anos, por conta do desconhecimento do trabalho
pioneiro realizado por profissionais que, no espaço empírico, buscam formas
efetivas de intervenção psicológica, diante dos desafios vivenciados por seus
pacientes, num mundo em permanente processo de mutação.
Apesar
da utilização dos conhecimentos teóricos e técnicos de Psiconeurolinguística,
Bioenergética, Gestalt-Terapia e, principalmente da Psicologia Transpessoal, em
minha prática profissional ao longo de 38 anos, estas abordagens efetivas ainda
não fazem parte do Plano Pedagógico da maioria das Universidades, algumas ainda
com fundamentação em antigas terapias verbais, segundo a qual o
parafrasear leva o paciente a falar sobre o seu passado, até que os conteúdos
emocionais transbordem além dos mecanismos defensivos do ego.[6]
Em contrapartida, com os atuais recursos de intervenção psicológica, fundamentadas
na síntese entre as abordagens acima referidas, as técnicas provocam a
emergência das cargas emocionais, para que elas sejam esvaziadas e polarizadas
positivamente, resgatando o potencial de realização de cada pessoa, seus
objetivos construtivos e seu propósito existencial.
Todos
estes aspectos evidenciam a urgente necessidade de revisão dos cursos de
graduação, com propostas de integração de algumas profissões, por iniciativa de
seus Conselhos Reguladores, em parceria com as Universidades, em especial na
área de saúde mental, para um movimento de síntese e atualização tanto de
conteúdos como de aspectos legais, que possam dar respaldo aos processos de
migração entre profissões correlatas, que foram fragmentadas pelas
especializações.
Longe de
termos esgotado o assunto ou encontrado uma resposta para esta questão,
buscamos, neste artigo, apenas sinalizar a necessidade urgente de revisão deste
processo, tanto para a proteção dos profissionais que buscam a auto-realização
como para a proteção dos usuários que também desinformados sobre o assunto,
poderão estar correndo riscos de serem atendidos por terapeutas legalmente não
habilitados para estes procedimentos de intervenção numa área tão complexa e profunda como a área de saúde mental.
Convidamos a
todos os profissionais que se interessam pelo tema, a entrarem em contato
conosco, com suas perguntas, questionamentos e possíveis acréscimos que muito
poderão contribuir para a elucidação e definição de metas que possam conduzir
todos às soluções requeridas por esta questão extremamente relevante para a
nossa sociedade, em fase de profunda mutação de consciência.
Dra. Sueli
Meirelles, em Nova Friburgo, 22 de Novembro de 2023.
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Site: www.institutoviraser.com
Whatsapp: 55
22 99955-7166
Email: suelimeirelles@institutoviraser.com
[1]
Link para o Dicionário: https://www.dicio.com.br/migrar/
[2]
Link para o site da PUC/RGS com orientações sobre a migração de carreira: mailto:https://www.pucrs.br/blog/como-fazer-transicao-de-carreira/
[3]
Link para Artigo da Autora onde são citados os Dispositivos legais que
regulamentaram as especializações: http://sueli-meirelles.blogspot.com/2020/08/a-integracao-possivel-entre-psiquiatria.html
[4]
Link para o Código de Ética do Psicólogo: //site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2012/07/codigo-de-etica-psicologia.pdf
[5] Link
para o Legado de Pierre Weil: https://sueli-meirelles.blogspot.com/2023/11/o-legado-de-pierre-weil.html
[6] Link
para o artigo sobre os Mecanismo Defensivos do Ego: //carrosseldeluz.blogspot.com/2016/12/os-mecanismos-defensivos-do-ego.html