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quinta-feira, 27 de agosto de 2020

A INTEGRAÇÃO POSSÍVEL ENTRE PSIQUIATRIA, PSICOLOGIA E ESPIRITUALIDADE - Uma Proposta Inicial

A INTEGRAÇÃO POSSÍVEL ENTRE PSIQUIATRIA, PSICOLOGIA E TRANSCENDÊNCIA (Uma proposta inicial)

Hoje é dia do Psicólogo, data em que foi assinada a Lei 4.119[1], de 27 de agosto de 1962, que instituiu a profissão de Psicólogo, com formação generalista e tríplice (professor, pesquisador e psicólogo), podendo atuar em todos os campos, desde que devidamente registrado no Conselho Regional desta categoria profissional.

Em 14/09/2007, através da Resolução 013/2007[2], foi instituído o título de Especialista em Psicologia, concedendo a titulação e todos os Psicólogos que já exerciam alguma especialidade há mais de cinco anos, instituindo prova de acesso aos novos especialistas, através de provas anuais dos Conselhos, para atuação nas áreas abaixo descritas, conforme estabelecido na referida Resolução:

“Art. 3o - As especialidades a serem concedidas são as seguintes: I. Psicologia Escolar/Educacional; II. Psicologia Organizacional e do Trabalho; III. Psicologia de Trânsito; IV. Psicologia Jurídica; V. Psicologia do Esporte; VI. Psicologia Clínica; 3 VII. Psicologia Hospitalar; VIII. Psicopedagogia; IX. Psicomotricidade; X. Psicologia Social; XI. Neuropsicologia.”

 

Anteriormente, profissionais graduados em medicina, com formação também generalista, podiam exercer a Psiquiatria, até que através da Resolução 1974/2011[3], também foi instituída a exigência de título de especialista, ao Psiquiatra. Desta forma, atualmente apenas Médicos especializados em Psiquiatria e Psicólogos especializados em Clínica, ambos registrados em seus respectivos conselhos, podem, legalmente, atuar na área de saúde mental, em consultórios particulares ou instituições e fornecer laudos, atestados e pareceres técnicos.

A partir do aumento do interesse da sociedade pela área da Psicologia, surgiram muitos Cursos de Extensão e Pós-Graduação abertos a todas as categorias profissionais, que ocasionaram distorções, tanto no exercício da atividade, como em relação às informações e publicações oferecidas à população em geral.

Com o surgimento da Psicologia Transpessoal, a partir dos estudos desenvolvidos por Abraham Maslow e Stanislav Groff, em 1967, o campo de atuação da Psicologia expandiu-se também em direção aos fenômenos espirituais, como foi tão bem explanado por Vicente Galvão Parisi[4], em artigo científico publicado na Revista de Psicologia da PUC/SP.

No Brasil, a Psicologia Transpessoal foi introduzida por Pierre Weil[5], a partir dos estudos e pesquisas por ele desenvolvidos na Universidade Federal de Minas Gerais[6], logo atraindo grande interesse por parte dos profissionais de várias áreas, também estudiosos dos fenômenos psicológicos.

A partir desse período, muitos textos e livros foram produzidos por Jean-Yves Leloup[7], Vera Saldanha[8], Presidente da ALUBRAT[9] – Associação Luso Brasileira de Psicologia Transpessoal e Roberto Crema[10], Atual Reitor da UNIPAZ[11] – Universidade Internacional da Paz, que também agrega o CIT[12] – Colégio Internacional de Terapeutas, proposta de atuação terapêutica inspirada nos Terapeutas de Alexandria, do primeiro século da era Cristã.

Diante desse novo contexto de ampliação do interesse dos profissionais da área de saúde mental, em torno dos estudos e pesquisas sobre o fenômeno religioso, o Conselho Federal de Psicologia emitiu Nota Pública[13] do CFP de esclarecimento à sociedade e aos profissionais da área, sobre Psicologia e religiosidade no exercício profissional, ressaltando a necessidade de acolhimento a todas as tradições professadas pelos clientes em atendimento.

Diante da necessidade de aprofundamento de todas essas questões para a definição de futuros procedimentos, propomos o diálogo entre os Conselhos de Medicina e Psicologia e as instituições de ensino pioneiras no campo do estudo e das pesquisas na área de Psicologia Transpessoal, para possíveis integrações, quais sejam:

1.      Integração entre a formação em Psiquiatria (que privilegia o diagnóstico   e a medicação) e Psicologia (que privilegia as teorias e técnicas de intervenção terapêutica), para a formação de um único profissional de saúde mental, possivelmente através de uma prova de validação dos profissionais, pelo Conselho de Psicologia, com vista ao recebimento do registro no CRP;

2.      Revisão do impedimento de medicar, aos Psicólogos que estudaram psicofarmacologia e autorização do uso de florais ;

3.      Revisão dos impedimentos de uso de acupuntura, conforme Resolução CFP nº 005/2002, sem reservas de mercado, considerando-se que a Acupuntura está fundamentada na existência de um corpo energético não estudado pela Medicina, conforme recurso do CFP, divulgado em Nota Oficial[14];

4.      Atualização do Plano Pedagógico dos Cursos de Graduação em Psicologia, na maioria das Universidades Brasileiras, para inclusão de abordagens mais condizentes com a atual demanda da população, tais como a Psiconeurolinguística, Bioenergética, Gestalt-Terapia e Psicologia Transpessoal, Física Quântica e Tradições Sapientais da Humanidade;

5.      Inclusão das Terapias Regressivas como disciplinas eletivas dos Cursos de Graduação em Psicologia;

6.      Maior fiscalização sobre o exercício ilegal da Psicologia, por profissionais de outras áreas, sem o respectivo registro no Conselho da Categoria.

 

Por tudo o que foi aqui exposto, que nós, Psiquiatras e Psicólogos, possamos nos reunir em círculo, ao redor das importantes questões que emergem neste momento, no campo da saúde mental, integrando teorias, práticas e o conhecimento das Tradições Sapientais da Humanidade, para a compreensão do Ser Humano Integral, com postura transdisciplinar e transreligiosa.

 

                     Sueli Meirelles – Especialista em Psicologia Clínica CRP 05/11601,

                                em Nova Friburgo,  27 de Agosto de 2020.



[3] Link para a Lei que institui a Especialização no campo da Medicina: https://www.google.com/search?q=resolu%C3%A7%C3%A3o+1974+de+2011&oq=resolu%C3%A7%C3%A3o+1974&aqs=chrome.2.69i57j0l4.10155j1j4&client=ms-android-motorola-rev2&sourceid=chrome-mobile&ie=UTF-8

[5][5] Pierre Weil: https://unipaz.org.br/pierre-weil/

[8][8] Site Vera Saldanha: https://verasaldanha.com/

[10][10] Site Roberto Crema: https://robertocrema.com.br/


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