“A não violência é a arma dos fortes”
(Gandhi)
Enquanto
assistimos passivamente, no conforto de nossas poltronas, ao BIG BROTHER BRASIL,
sem que estejamos percebendo estamos participando, também, do reality show da
globalização, um fenômeno econômico identificado pela imprensa da área mundial,
na década de oitenta, e que, desde então, vem sendo estudado pelos meios
acadêmicos, em função dos seus efeitos positivos e negativos, na vida de toda a
humanidade.
A partir do desenvolvimento dos meios de
comunicação, formou-se uma rede de intercomunicação que conecta, em tempo real,
todo o planeta, promovendo uma compactação do tempo e um encurtamento do
espaço, e obrigando-nos a uma convivência forçada, dentro do que hoje chamamos
de “Aldeia Global”. Quer estejamos interessados ou não, modelos culturais dos
países economicamente mais fortes chegam até nós, impondo-se sobre a cultura
local. Sem que tenhamos percebido, fomos condicionados a usar roupas “Jeans”, o
traje típico dos cowboys americanos, mesmo não cuidando de gado; bebemos
Cola-Cola, num país rico em frutas, durante todas as estações do ano;
“acreditamos” que os produtos importados são sempre melhores do que os
nacionais, tudo isto em função dos maciços investimentos em propaganda
comportamental, aos quais somos submetidos desde a infância. Sem que
percebamos, as decisões econômicas dos países do chamado primeiro mundo, afetam
nossas vidas, independentemente do ponto do planeta, no qual estejamos vivendo.
A maneira como estes países lidam com os recursos naturais, principalmente com
a água, já começam a nos afetar e, talvez quando acordarmos seja tarde demais.
Nas últimas décadas, os países mais ricos têm investido pesadamente na
aquisição de terras brasileiras, ricas em petróleo, água e biodiversidade.
Desta forma, eles se preparam para o esgotamento desses recursos em seus países
de origem, onde o desrespeito à natureza, abrevia, rapidamente, a possibilidade
de permanência do homem, em regiões nas quais o desequilíbrio ecológico vem se
tornando cada vez mais acentuado.
Na cidade de São
Lourenço, Sul de Minas, a Nestlé desmineralizou as tradicionais águas da
região, para comercializá-las através da marca “Pure Life”, e a Cola-Cola vem
adquirindo terras, em lugares onde existem grandes reservatórios de água
potável. Enquanto tudo isto está acontecendo, bem debaixo de nossos narizes, a
terra, enquanto organismo vivo sofre as conseqüências dos desatinos cometidos
em nome do poder e da ambição desmedida, daqueles para quem a vida se resume a
uma existência, durante a qual, o desejo de lucro se sobrepõe à consciência do
que possa resultar para as futuras gerações. Silenciosamente, gigantescos
blocos de gelo desprendem-se do Continente Antártico, fazendo subir o nível dos
mares e dessalinizando as suas águas, alterando o equilíbrio ecológico
necessário para a manutenção de todas as formas de vida, inclusive a nossa. Em
conseqüência disso, a ressonância Schuman (o fenômeno de aceleração do tempo de
rotação da terra), também altera nossos ritmos biológicos, gerando stress e
aumento dos índices de infarto. Ao mesmo tempo, as intensas explosões solares
afetam as redes elétrica e também as nossas mentes. Sem que nos lembremos de
que somos “parasitas” de superfície desse grande e maltratado organismo vivo
que é a terra, contribuímos, com a nossa inconsciência, para que este processo caminhe,
a passos largos, para o desencadeamento de uma reação ecológica global que,
como no filme “O Dia Depois de Amanhã”, promoverá, através de catástrofes
naturais, o retorno ao equilíbrio perdido, desta forma protegendo a vida maior
do planeta, em detrimento da vida de seres humanos inconsequentes, e apesar da
vida dos inconscientes, que nada fazem em relação a isso.
Mas, como reagirmos de
forma pacífica? Em resposta, o grande mestre da não violência, Gandhi, nos
convida ao desinvestimento de tudo aquilo que não contribua para o
aperfeiçoamento do ser humano. Ele nos convida a fazermos uma avaliação diária,
de todos os nossos comportamentos não ecológicos; de todo o consumismo
desenfreado, com o qual procuramos compensar as nossas frustrações de vida; ele
nos convida a não comprarmos produtos de empresas que não tenham uma política
de respeito à ecologia; ele nos convida a refletirmos sobre os nossos conceitos
de qualidade, principalmente de qualidade de vida, para que possamos perceber
que, jamais a alcançaremos, enquanto o nosso conceito de qualidade estiver
atrelado ao custo, à marca e aos modismos dos produtos que consumimos.
SUELI MEIRELLES Site: www.suelimeirelles.com
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