Emoções como raiva, alegria, tristeza são comuns ao ser humano, diante das situações da vida. Constituem aquilo que denominamos de sofrimento existencial. A pessoa fica triste e sabe a razão de sua tristeza.
Nos casos de depressão, entretanto, a principal característica é justamente o desconhecimento do motivo que leva à tristeza. Talvez o máximo que o deprimido consiga dizer é que “tudo o deixa triste”.
A depressão não surge por acaso, nem de um momento para o outro. Ela se desenvolve quando a pessoa se encontra diante de situações para as quais não encontra solução, resultando num sentimento de total impotência, de inércia e abandono de seus desejos, metas e ideais. Pode significar que o deprimido tenha colocado a solução de seus problemas nas mãos de outras pessoas e estas agiram de maneira contrária às suas expectativas, ou que, realmente, seja uma situação acima do limite do ser humano, como nos casos de falecimento.
Quando uma pessoa entra em estado de depressão é comum que ela fale pouco, busque isolar-se no quarto, preferindo a penumbra à claridade. Costuma apresentar sintomas de inapetência e usar roupas escuras. Sua pressão arterial pode apresentar alterações significativas, para mais ou para menos; suas mãos e pés tornam-se frios, pelo recuo de energia vital dos membros para o tronco, limitando-se tão somente à manutenção das funções vitais.
A depressão costuma aparecer justamente em pessoas com um razoável potencial de energia e iniciativa, sempre que se encontram diante de situações acima do seu limite, desenvolvendo-se assim o sentimento de impotência. Tal sentimento pode também ter origem numa situação traumática de infância, cujo conteúdo emocional permanece latente, até que um evento atual funcione como fator desencadeante daquela carga afetiva, tornando-a emergente no atual momento de vida.
Alguns aspectos são fundamentais na avaliação de sentimentos auto-limitantes: Os sentimentos de impotência vivenciados pela criança devem-se ao fato de que, na época em que eles surgiram, ainda não se havia desenvolvido na pessoa uma parte psíquica adulta, responsável pelos comportamentos de avaliação e decisão. Mesmo como adulta, é importante que a pessoa se lembre de que todo problema envolve uma parcela social e uma parcela individual de responsabilidade, ou seja: Cada um é influenciado pelo seu ambiente e também o influencia.
No processo de psicoterapia da depressão, o psicoterapeuta irá facilitar ao cliente o resgate de sua auto-sustentação, levando-o também a perceber a sua parcela individual de responsabilidade diante do problema, resgatando o seu potencial de ação, quanto àquilo que pode ser modificado por ele próprio. Além disso, serão utilizadas técnicas psicoterápicas de Reprogramação Mental, em nível alfa, com o objetivo de esvaziar o conteúdo emocional retido, o qual age como um sabotador, consumindo grande parte das energias vitais da pessoa. Após o esvaziamento das emoções negativas como raiva, tristeza, medo ou dor emocional, com o cliente ainda em estado de transe, busca-se reativar o seu potencial de reação e suas qualidades positivas, com o estabelecimento de novas metas de ação, que lhe permitam retornar ao convívio diário, de maneira satisfatória.
Situações como morte de parentes, separação conjugal, perda de emprego, aposentadoria, crescimento e emancipação dos filhos, sobrecarga de trabalho etc., podem levar a estados depressivos, caso a pessoa não consiga promover as necessárias adaptações às novas condições de vida.
Finalmente, é importante saber-se, ao contrário do que muitos imaginam, que a depressão é um sintoma de fácil tratamento, alcançando-se uma razoável melhora logo nas primeiras sessões de Reprogramação Mental, embora o processo terapêutico possa continuar, até que o equilíbrio emocional esteja completamente restabelecido, e o novo padrão de reação, eftivamente instalado.
SUELI MEIRELLES
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