Tradução

domingo, 11 de agosto de 2013

A BANALIZAÇÃO DAS DROGAS



            Em recente entrevista, uma estrela televisiva revelou que usa maconha, como recurso para relaxar, evidenciando, como formadora de opinião, todo o seu despreparo para o status que alcançou.
            A questão das drogas, não só no que se refere à maconha, crack, cocaína ou qualquer outra droga ilícita, mas também em relação às drogas habitualmente receitadas para o combate à depressão, síndrome de pânico e outros distúrbios do sistema vegetativo, é uma questão muito mais complexa.
            Todo ser humano funciona em sete diferentes níveis, associados aos seus sistemas glandulares, em íntima relação com o estado espiritual, mental e emocional, no qual se encontra. Embora nem todas as pessoas utilizem todos estes potenciais, eles influenciam diretamente a sua qualidade de vida. Algumas pessoas utilizam apenas alguns desses estados de consciência, sobrecarregando determinados sistemas de sua fisiologia, pela má distribuição da energia vital por todo o organismo.
A glândula pineal, comandante de todo o sistema psicossomático, durante muito tempo foi considerada pela ciência clássica como órgão vestigial, ou seja, um órgão cuja função se perdeu no tempo. Os modernos estudos da consciência, entretanto, têm revelado sua primordial função de transcendência, capaz de colocar o ser humano em contato direito, através de Estados Superiores de Consciência, com um princípio auto-organizador e harmonizador inerente ao psiquismo, com efeitos positivos sobre os estados emocionais e fisiológicos de cada indivíduo. Hoje, sabe-se que a condição de harmonização espiritual de uma pessoa; o seu sentido de vida influencia o seu padrão de pensamentos, o qual, por sua vez, irá exercer uma influência direta sobre os estados emocionais. Estes estados emocionais, positivos ou negativos, enquanto cargas de energia alteram o meio bioquímico do organismo, enviando mensagens estabilizadoras ou desestabilizadoras para todo o sistema glandular, através da hipófise, contribuindo para a saúde ou para a doença manifestada no corpo físico.
            Quando trabalhamos com dependentes químicos, observamos que a maioria deles não percebe a droga como um risco à saúde. O mesmo ocorre com as pessoas que fazem uso continuado de calmantes e antidepressivos, às vezes durante longos anos de suas vidas, sem que percebam o risco de dependência química em que se encontram.
            Em estudos realizados com o inconsciente profundo, verificamos sérios bloqueios das funções de intuição e de transcendência, orientadoras do sentido da vida, correspondentes às glândulas hipófise e pineal, em pessoas que se tornaram dependentes de drogas, álcool, nicotina, cafeína ou qualquer outra substância inibidora ou ativadora do Sistema Nervoso Central. Todas estas substâncias tiram do organismo sua condição natural de reorganização, a partir da identificação, esvaziamento e reequilibração homeostática, decorrente de uma efetiva mudança dos padrões mentais e emocionais utilizados na relação com a vida.
            A tendência para o uso de drogas, lícitas ou ilícitas está associada aos sentimentos de insatisfação, insegurança e baixa tolerância à frustração, por parte das pessoas que desconhecem o potencial natural de auto-regulação de seus organismos, que podem ser ativados através de técnicas de meditação e visualização criativa. Buscam fora de si mesmas, aquilo que somente poderá ser encontrado no seu próprio interior.
            Este hábito pernicioso teve origem com as descobertas da química, que permitiram que se reduzisse ou eliminasse um sintoma, sem a necessidade de modificar padrões inadequados de comportamento. Com o tempo, este modelo de combate às doenças mostrou-se altamente lucrativo, gerando fabulosos rendimentos para indústria química de medicamentos, sendo seu uso, atualmente, massificado através das propagandas sempre presentes nos principais meios de comunicação de massa.
            A necessidade do uso de drogas para lidar com a vida indica o aprisionamento a estados de consciência imaturos, onde o medo e a insegurança, gerados em experiências anteriores, contaminam as reações comportamentais no presente, fazendo com que determinadas situações de vida pareçam um obstáculo difícil de transpor. Para reverter este quadro, torna-se necessário que cada pessoa esteja disposta a buscar o autoconhecimento e se defrontar com seus medos internos, resgatando sua sabedoria interior, compreendendo os diferentes obstáculos da vida, não como impedimentos, mas como desafios para o seu crescimento e evolução como ser humano.

                                                                                                                          SUELI MEIRELLES 

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