Há algum tempo, o noticiário divulgou o caso de uma brasileira, descendente de índios que, nos Estados Unidos, estava sendo processada por maltratar os sobrinhos-enteados. Durante o julgamento, várias personalidades tornavam-se emergentes, levando o Juiz e os jurados à conclusão da necessidade de sua internação numa clínica psiquiátrica. Diante deste caso, temos duas abordagens distintas:
De acordo com o velho paradigma científico, o newtoniano-cartesiano, baseado naquilo que pode ser percebido através dos cinco sentidos, ou da ampliação destes, a mulher apresenta um caso raro de personalidades múltiplas e deve ser submetida a uma terapia medicamentosa, que reduza ou elimine os sintomas apresentados. Dentro desta perspectiva, os prognósticos de cura são reduzidos, restando apenas a possibilidade de manter os sintomas sob controle, com o uso prolongado de medicamentos. Restará, à paciente, uma sobrevida alienante, para que, finalmente, os efeitos colaterais dos medicamentos utilizados tornem a sua existência tão ou mais trágica do que a loucura que ela manifesta.
De acordo com o novo paradigma holístico emergente no campo da ciência, baseado nos estudos da Física Quântica e naquilo que pode ser percebido através dos sete sentidos (cinco sensoriais e dois extra-sensoriais), a questão alcança uma dimensão ampliada, dentro da qual a reavaliação de novas premissas se faz necessária.
No estudo da fisiologia humana, dentro da ciência oficial, pouca ou nenhuma importância se dá às glândulas pineal e pituitária, como se elas não tivessem nenhuma função. Segundo a medicina oriental e os mais recentes estudos realizados no Ocidente, sobre as funções dessas glândulas, elas são responsáveis pela percepção extra-sensorial, caracterizando pessoas sensitivas. Segundo estas pesquisas, estas pessoas apresentam, na glândula pineal, uma quantidade maior de cristais de apatita, com ação semelhante a dos celulares, o que lhes faculta uma percepção ampliada quando comparada à percepção das pessoais consideradas “normais”.
Dentro do novo paradigma científico, cada pessoa é constituída por um feixe de Eus, que podem funcionar de forma integrada e harmônica, ou apresentar distúrbios, quando estas personalidades latentes se sobrepõem à personalidade atual e a dominam.
Com os novos recursos terapêuticos atualmente disponíveis, torna-se possível a utilização de técnicas de acordo entre partes dissociadas da personalidade, ou entre personalidades autônomas e conflitantes, para que o ser humano, como um todo, recupere a harmonia de sua dinâmica psíquica.
Atualmente, estas duas abordagens vêm sendo discutidas, sob as pressões dos meios econômicos, que lucram com a utilização de medicamentos que estão longe de, comprovadamente, promoverem a cura psíquica.
Quando a ética se sobrepuser aos interesses financeiros, novas possibilidades de cura estarão disponíveis para todos aqueles que atualmente vivem o drama de apresentarem percepções que a ciência teima em classificar como sendo fora da realidade.
O primeiro passo seria definir com clareza isto que chamamos de realidade: realidade é apenas aquilo que é percebido pelos cinco sentidos, voltados para o mundo externo, ou podemos também considerar realidade aquilo que é percebido através da subjetividade da percepção extra-sensorial?
Como os pressupostos científicos também se baseiam em crenças defendidas pelos cientistas; como os pensamentos morrem lutando; como as transformações somente acontecem de uma geração para outra, talvez tenhamos que esperar que o próprio tempo traga o consenso científico capaz de permitir que novos investimentos de pesquisas se façam nesta área tão fantástica do inconsciente humano.
Até que isto aconteça, pessoas serão condenadas; pessoas serão internadas como loucas, sem perspectivas de cura; vítimas da onipotência daqueles que se consideram donos do saber, ditando os parâmetros de normalidade e os “procedimentos terapêuticos” a que estes infelizes serão submetidos.
SUELI MEIRELLES
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