Tradução

quinta-feira, 11 de abril de 2013

SÍNDROME DE PANICO

  
         
  
De repente o coração dispara, o peito se aperta, vem a sensação de tontura, de atordoamento, a respiração torna-se difícil, as mãos começam a “formigar”, tornam-se fracas; a temperatura do corpo alterna-se em calafrios ou ondas de calor; surge a sensação de estar sonhando; a realidade parece distorcida e o TERROR se instala (algo inimaginavelmente horrível está para acontecer). E seu eu perder o controle? Será que vou morrer?...
De um modo geral, estas são as características e sintomas de um quadro muito comum em nossos dias: A SÍNDROME DE PÂNICO. Aparentemente surgida do nada, ela se instala nas pessoas e assume o comando do comportamento, interferindo na capacidade produtiva e na independência, impedindo as atividades mais simples do dia-a-dia, como sair à rua para trabalhar, divertir-se ou resolver problemas.
            Afinal, de onde vem este distúrbio que pode ainda aparecer associado ao stress, alcoolismo, uso de drogas ou depressão?
            Para que possamos compreender tal fenômeno, precisamos, primeiramente, saber como funciona a nossa mente: A parcela que conhecemos e que chamamos de consciente, é apenas uma pequena parte (mais ou menos 14% de todo o nosso potencial mental). Existe uma parte bem maior e mais poderosa, o inconsciente (mais ou menos equivalente a 86% de potencial de realização) que contem todos os registros das experiências que passamos em nossa existência, desde nosso tempo de vida intra-uterina, nascimento, infância (mesmo antes do terceiro ano de vida, quando surge a memória consciente), até a juventude e idade adulta. No inconsciente, encontramos também registros transpessoais (memórias de experiências que não fazem parte da nossa vida presente, mas influenciam o comportamento atual).
            Mas, como um registro transpessoal pode influir no comportamento presente?
            Segundo Einstein nos explica, a contagem de tempo a que estamos habituados é apenas relativa a esta terceira dimensão, na qual vivemos. Em sentido mais amplo, ele nos diz que o tempo é uma mera formalidade, que permite organizarmos nossa vida diária. Numa outra dimensão, o tempo não é uma linha que tem o passado lá atrás, o presente aqui e o futuro ainda por acontecer. Ele se refere a dimensões atemporais, ou seja, a dimensões onde o tempo pode ser representado graficamente como uma linha circular, mostrando-nos  que a distância que nos separa do passado, do futuro ou do presente é a mesma. De acordo com essa teoria da Física Moderna, nosso inconsciente, que funciona em outra realidade dimensional, pode perfeitamente deslocar-se para traz no tempo (regressão) ou para frente (progressão, premonição), levando-nos a vivenciar experiências que não fazem parte da realidade de nossa vida na terceira dimensão.
            Com fundamentação na ATH-Abordagem Transdisciplinar Holística em Psicoterapia, buscamos compreender o Ser Humano como uma totalidade CORPO-MENTE- ESPÍRITO, capaz de vivenciar fenômenos nem sempre explicáveis através dos conhecimento da ciência clássica. Em nossa prática de consultório, muitas vezes lidamos com fenômenos psíquicos que exigem explicações no campo da Física Moderna, da Psicologia Transpessoal (além do pessoal) e da Metafísica (parte da Filosofia que busca explicar a origem dos fenômenos que o conhecimento científico ainda não alcançou).
                        Nos casos de SÍNDROME DE PÂNICO, percebemos que ela tem origem numa experiência ocorrida em outro momento do tempo, que por sua intensidade traumática foi esquecida (esquecimento motivado), e que interfere na existência atual, a partir do que se denomina de FATOR DESENCADEANTE (um estímulo visual, auditivo ou uma sensação semelhante aos estímulos sensoriais que estavam presentes na situação traumática original) e que evoca a sensação que estava retida no inconsciente mais profundo. Estes registros podem se referir a uma experiência vivida na fase de memória inconsciente (desde a vida intra-uterina até mais ou menos o terceiro ano de idade), a uma situação dolorosa que tenha ocorrido posteriormente a essa fase e tenha sido esquecida, ou aos chamados registros transpessoais (as vivências que não se encaixam na história de vida atual).
            Encontramos ainda uma causa de origem mais ampla e atual, associada ao processo evolutivo planetário, e que se refere ao movimento da Terra em termos de sutilização de energia, ou seja: O próprio processo evolutivo promove o distanciamento e a desvalorização daquilo que é concreto e a descoberta e valorização de experiências e conhecimentos cada vez mais abstratos. Isto faz com que as pessoas de pensamento mais voltado para as coisas materiais comecem a apresentar medos em relação a perdas, em função de seus sentimentos de apego e necessidade de controle.
            Neste momento em que uma civilização esgotou o seu ciclo e outra ainda se apresenta em forma embrionária, vivemos o que Fritjof Capra denomina de “Ponto de Mutação”, o momento de transição gerador de múltiplas situações de desestruturação, em várias áreas da experiência humana (saúde, educação, economia, valores morais) que acentuam os sentimentos de perda daqueles que ainda não despertaram para níveis mentais mais abstratos e sutis. Cabe acrescentarmos que, mesmo nestes casos, encontramos registros anteriores que contribuem para o desenvolvimento dos sintomas.
            Para que o problema possa ser resolvido, torna-se necessário que utilizemos um conjunto de técnicas de intervenção terapêutica, que incluem a regressão de memória, para que o conteúdo emocional armazenado (medo intenso, pavor) possa ser esvaziado e para que a mente inconsciente possa ser levada a perceber que agora está em outro momento do tempo, não necessitando mais ficar presa, emocionalmente, ao ocorrido, nem àquela percepção de mundo, promovendo-se assim uma ressignificação ou reprogramação mental dos conteúdos inconscientes.
            É importante lembrarmos que nossa mente inconsciente atua como um computador que obedece às programações transmitidas geneticamente ou instaladas na primeira infância (de 0 a 7 anos). Nestes casos, com a metodologia terapêutica da ATH, atuamos no sentido de uma reprogramação mais adequada ao momento de vida atual, livre das distorções perceptivas que ficaram registradas na tela mental inconsciente, promovendo-se assim, a eliminação dos desagradáveis sintomas físicos que acompanham este fenômeno psíquico de deslocamento da mente inconsciente para outro momento do tempo. Consegue-se então promover uma condição psíquica de integração da energia total do indivíduo no presente, único momento em que a vida pode efetivamente ser vivida.

SUELI MEIRELLES

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