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segunda-feira, 1 de julho de 2013

OS QUATRO ARQUÉTIPOS DA TRANSIÇÃO BRASILEIRA - Política

Trabalhando com grupos de sensitivos[i], como pesquisadora de fenômenos psicoespirituais[ii], há quase 30 anos, aprendi que os símbolos são a chave de compreensão do comportamento humano e Fonte de Sabedoria Ancestral, armazenada no inconsciente profundo de todas as pessoas, exercendo forte influencia sobre os padrões espirituais, mentais e emocionais dos indivíduos, grupos ou nações. Estes símbolos do inconsciente coletivo[iii] foram chamados de arquétipos[iv] pelo Psicólogo Carl Gustav Jung, um dos pioneiros da Psicologia Transpessoal[v].
Em duas reuniões de pesquisa que realizamos, neste mês de junho de 2013[vi], emergiram quatro arquétipos (Abraão, Ismael, o polvo e o rato), todos muito significativos para este momento de transição da história do Brasil. Momento em que o gigante há longo tempo adormecido pela apatia cidadã, despertou, levantou-se do berço esplendido, e elevando-se em toda a sua estatura, num processo de mutação da consciência jamais visto, iniciou um movimento apartidário de moralização da nossa sociedade. Venho, aqui tecer algumas reflexões sobre estes intrigantes símbolos arquetípicos, que estarão em conflito no inconsciente coletivo de todos os brasileiros, no decorrer das próximas décadas:
Simbolismo de Abraão[vii]: ‘Simboliza a absoluta, que permite sacrificar seu bem mais precioso (seu filho) pelo seu povo. Representa a renúncia aos benefícios pessoais, em favor do bem comum. É aquele que recebe a Terra Prometida. É também o Patriarca da nação que, por decisão pessoal, injustamente, cede ao pedido de expulsar e deserdar seu filho primogênito, considerado bastardo pelas tradições e valores sociais da época, em benefício do filho favorito. Neste momento de transição brasileira, representa a postura patriarcal, o pai internalizado, o conjunto de regras e padrões da civilização que termina, dos quais serão preservados apenas os valores positivos, que possam atravessar o crivo da mutação que ora se inicia.
Simbolismo de Ismael[viii]: É o símbolo da justiça. Representa o filho deserdado, que busca resgatar seu direito de herança pela Terra Prometida, diante de tradições e costumes injustos e socialmente mantidos  pela geração anterior. Neste momento de transição brasileira, representa a nova geração que questiona a moral  de uma época, promovendo a revisão dos valores sociais. É o crivo de mutação; o filtro que deterá todas as impurezas e imperfeições do velho sistema civilizatório. É também o Anjo protetor do Brasil, na transição planetária.
Simbolismo do Polvo[ix]: É o símbolo do poder. Para melhor compreende-lo, mantenho aqui a definição original do Dicionário de Símbolos: Considerado o mais inteligente animal invertebrado dos mares, seu simbolismo está associado aos espíritos infernais ou mesmo ao próprio inferno, devido à sua aparência disforme e tentacular. O polvo muda de cor e forma com grande rapidez para se adaptar ao ambiente, denotando assim um simbolismo de complexidade, variedade, diversidade e mistério”. Neste momento de transição brasileira, representa o desejo insaciável de poder, defendido por posições político-partidárias radicais, que acreditam que a sua visão pessoal é a melhor para toda a nação, e tentam impô-la pela força, em flagrante desrespeito ao livre arbítrio e direito de escolha do povo.
Simbolismo do Rato[x]: É o símbolo da corrupção. Aqui também mantemos a definição original: “Seu caráter prolífero, esfomeado e noturno, implica num simbolismo de cupidez, avareza, atividade noturna e clandestina. Na psicanálise, é associado ao simbolismo fálico e anal, que o liga à noção de riquezas e dinheiro”. Neste momento de transição brasileira, representa o oportunismo dos políticos corruptos e dos marginalizados sociais, cujo único objetivo é o lucro fácil, alcançado através do desrespeito ao patrimônio público e privado, em diferentes níveis sociais. Representa todo aquele cujo único objetivo é o enriquecimento ilícito, através de articulações e conchavos tecidos nos bastidores da sociedade.
                Estes arquétipos históricos estão presentes nos recônditos da alma de cada um de nós, brasileiros e brasileiras. Em linguagem Junguiana, são as nossas sombras, constituídas por nossos potenciais e imperfeições. Representam o inconsciente coletivo do nosso povo e, como tal, poderão emergir a qualquer momento, para que possamos resgatar o que ainda temos de positivo e transformar o que encontrarmos de negativo. Se realmente desejamos a renovação moral do nosso país, precisamos estar vigilantes, fortalecendo a fé e promovendo a justiça, como exercício de cidadania, em nossas ações diárias. Precisamos, também, transformar esse polvo, que lança seus tentáculos sobre tudo e sobre todos, para alimentar sua insaciável vaidade e sede de poder[xi] dominação, em poder possibilidade de realização do bem comum. Precisamos, acima de tudo, manter vigilancia em relação às ações dos ratos avarentos, que visam apenas o lucro fácil e tentador, alcançado através do desrespeito ao direito do próximo.
                O processo de mutação da consciência que ocorreu no Brasil, por ser abstrato, pareceu-nos imediato, quase mágico, e nos trouxe de volta a esperança em dias melhores. Sua concretização, entretanto, exige renovação interior, em busca da ética e da autenticidade necessárias para que possamos colocar em prática esta nova visão de mundo. Este é um processo que irá se alongar pelos próximos 20 ou 30 anos, até que a sociedade brasileira esteja totalmente reconstruída.  Agora, está em nossas mãos cultivar a mudança e faze-la crescer. Quem viver verá...
Sueli Meirelles: Especialista em Psicologia Clínica. Consultora em Desenvolvimento Humano, Saúde Integral, Ecologia Integral, Educação para a Paz e Implementação de Projetos Sociais.

Site: www.suelimeirelles.com









[i] Segundo Sérgio Felipe de Oliveira, pesquisador da USP, aqueles que apresentam maior quantidade de cristais de apatita em suas glândulas pineais, tornando-se transcomunicadores interdimensionais.
[ii] Fenômenos de transe que ocorrem em estados superiores da consciência, pela ampliação da capacidade perceptual.
[iii] inconsciente coletivo é a parte do inconsciente individual que resulta da experiência ancestral da espécie, ou seja, ele contêm material psíquico que não provêm da experiência pessoal. “. Fonte: http://somostodosum.ig.com.br/conteudo/conteudo.asp?id=1448
[iv] O conteúdo psíquico do inconsciente coletivo são os arquétipos. Que são uma forma de pensamento universal com carga afetiva, que é herdada.” Fonte: http://somostodosum.ig.com.br/conteudo/conteudo.asp?id=1448
[v] Escola teórica de Psicologia considerada como a quarta força, depois da Psicanálise, Behaviorismo e Humanismo, que pesquisa os fenômenos psíquicos além da história pessoal de cada indivíduo. 
[vi] Nos dias 20 e 22/06/13.
[vii] Fonte: Bíblia Sagrada: Genesis: 12/18
[viii] Fonte: Bíblia Sagrada: Genesis: 16/21/25
[xi] Poder é uma palavra polissemica (tem mais de um sentido). É poder dominação, quando tem por objetivo simplesmente subjugar seus semelhantes à sua autoridade; é poder possibilidade, quando viabiliza a concretização de metas.

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