Por
constituir uma das necessidades básicas do ser humano, a alimentação torna-se
veículo de descargas emocionais relacionadas com as insatisfações diante da
vida. Desde o nascimento, até a idade adulta, a maneira como uma pessoa lida
com os alimentos expressa o modo como ela “digere” os estímulos do meio
externo; A mastigação está associada aos sentimentos de agressividade verbal,
às ruminações mentais diante dos problemas. As inflamações de garganta
somatizam a raiva retida no segmento cervical; os problemas de estômago estão
relacionados aos sentimentos de competência para alcançar metas estabelecidas;
o mau funcionamento da vesícula biliar e do fígado expressa a raiva pela não
realização dessas metas; os problemas intestinais simbolizam a dificuldade de
eliminar o passado, pela retenção, ou a necessidade de se afastar dele,
expressa pelo sintoma oposto. Diante dos problemas, o corpo “fala”, sob o
comando do inconsciente, tudo aquilo que o consciente cala, na vã tentativa de
ignorar os problemas.
A fase oral do desenvolvimento
psicológico situa-se entre o terceiro mês de vida até o final do primeiro ano.
Nesta fase, o bebê tem o prazer de sugar, estabelecendo uma relação de
oralidade com a vida. Se as necessidades emocionais desta fase deixarem de ser
atendidas ou forem atendidas em excesso, ocorrerá um desequilíbrio do sistema
psíquico, mantendo o indivíduo, já adulto, emocionalmente aprisionado a esta
dinâmica: Diante do mundo, ele será o bebê que não pediu para nascer,
acreditando que os outros devem sustenta-lo. As chamadas dependências orais
(fumo, drogas, álcool, excessos alimentares (bulimias) ou inapetências
(anorexias), gosto exagerado por doces ou chocolates, têm suas origens nos
primeiros contatos da criança com os alimentos).
Os problemas podem começar ainda na
fase de aleitamento. Mães depressivas ou pouco afetivas terão dificuldades para
amamentar seus filhos, pois não estarão afetivamente disponíveis para o bebê.
Como este, nos primeiros meses de vida, relaciona-se de maneira simbiótica com
a mãe, irá absorver o seu padrão emocional, estabelecendo uma dinâmica difícil
com o alimento. Em outros casos, por insegurança, a mãe, avós e tias, criam uma
dinâmica de ansiedade frente à alimentação do bebê, acreditando que ele deverá
ser gordinho, para que seja considerado saudável. Dessa forma contribuem para
que ele crie uma quantidade elevada de células adiposas, predispondo-o para a
obesidade, que na adolescência será combatida com dietas e proibições alimentares,
novamente geradoras de estresse. Pode ocorrer, ainda, que o alimento seja
utilizado como prêmio ou castigo pelo cumprimento de tarefas, ou como consolo
diante de outras frustrações, habituando a criança a compensa-las com a comida.
O uso prolongado de mamadeiras, pelo
medo de que a criança não esteja alimentada, retém parte do psiquismo na fase
oral, gerando comportamentos de dependência em relação aos outros. Os vícios
alimentares, mesmo que sejam apresentados à criança alimentos variados, estão
diretamente relacionados aos hábitos alimentares da família, os quais servirão
de modelo para o padrão alimentar que será desenvolvido pela criança.
Pode ocorrer também que, diante da
inapetência da criança, os adultos adotem toda a sorte de recursos, com o objetivo
de estimular a criança a comer (cantar, dançar, bater palmas etc),
transformando a hora da refeição num momento de estresse emocional, que irá
provocar a contração do diafragma e o fechamento e encurtamento do esôfago. Em
casos extremos, a criança poderá apresentar reações de vômitos, pela
dificuldade de “engolir” toda a confusão criada ao ser redor. Este mesmo
sintoma poderá aparecer em crianças de famílias em que existem segredos, em que
as verdades não são faladas abertamente. Como a criança é o elemento mais
sensível do grupo familiar, muitas vezes poderá expressar sintomas que não lhe
pertencem, individualmente, mas fazem parte da família como um todo.
Mesmo para os adultos, comer diante
do aparelho de TV; comer discutindo negócios ou assuntos polêmicos; comer com
pressa e em pé, com barulho excessivo é extremamente prejudicial à saúde, sem
falar na qualidade dos alimentos ingeridos, muitas vezes totalmente
distanciados de suas condições naturais. Por outro lado, comer devagar,
prestando atenção ao sabor dos alimentos favorece o estabelecimento de uma
relação prazerosa com a comida, contribuindo para a manutenção da saúde.
A hora da refeição deve estar
associada à calma e tranqüilidade: É um momento especial de gratidão por tudo o
que a mãe Terra nos dá, na forma de alimento. É um momento de comunhão com o
milagre da vida, que se apresenta sobre a mesa, na refeição de cada dia... Bom
apetite!
(*) Psicóloga Clínica e Consultora em ATH
SUELI MEIRELLES Site: www.institutoviraser.com
Siga-nos e compartilhe: Vamos promover a Mudança de Mentalidade que todos nós desejamos.
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Agradecido, Sueli Meirelles por vc se dar ao trabalho de compartilhar o que Deus te deu de conhecimento.
ResponderExcluirCaro José: Sou grata por tudo o que aprendi, em 30 anos de trabalho com o inconsciente profundo do Ser Humano, e compartilho esse conhecimento, com muita alegria. Obrigada por seu incentivo.
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