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sábado, 18 de outubro de 2014

O QUE NÓS, BRASILEIROS, QUEREMOS


            “O Brasil amanheceu mais forte”, disse a Presidente. Sim, o Brasil amanheceu mais forte. Pela primeira vez, num único dia, o Facebook deixou de ser usado para o habitual “besteirol”, alimentado pelas sandices da TV aberta, para tecer um movimento de cidadania, seguindo o exemplo de outros países, em que o povo fortaleceu seus direitos, com reivindicações em massa, através das Redes Sociais.
Que bom que os brasileiros acordaram! Embora ainda com múltiplas falas, o povo brasileiro levantou-se do berço esplendido sustentado pelo paternalismo político; deixou a apatia cidadã herdada da escravidão colonialista, para mobilizar-se e sair às ruas, tornando audível a sua voz. Primeiro momento de infância política; primeiros passos de criança que ainda não sente firmeza nas próprias pernas. Reivindicar a redução de tarifas de transporte é válido. Mas, vamos ampliar nossas consciências e organizar melhor nossas idéias e ideais. Vamos reivindicar que nossos políticos sejam os dignos e respeitáveis representantes de nossas necessidades e anseios, deixando, no velho modelo de mundo, a postura oportunista inspirada no célebre “jeitinho” para levar vantagem.
Precisamos resgatar valores essenciais. Precisamos buscar a educação enquanto processo de desenvolvimento de todas as potencialidades humanas. Precisamos de conteúdos programáticos que realmente preparem as novas gerações para o desenvolvimento das habilidades e competências, que possam inseri-las nesse mercado de trabalho cada vez mais globalizado e exigente, sem o paternalismo alienante, que desvaloriza a capacidade de trabalho do brasileiro. Todos trazem, dentro de si, capacidade para realizar algo de útil. Todos trazem, em seus inconscientes profundos, uma programação existencial positiva.
 Precisamos valorizar os professores como importantes operários dos alicerces básicos de uma nação. Povo informado é povo exigente, capaz de exercer a cidadania com ordem, consciência e respeito pelo patrimônio público que também lhe pertence.
Precisamos de saúde de qualidade; saúde preventiva e de baixo custo, com postos de atendimento multidisciplinar, que informem a população sobre os vários recursos de manutenção da saúde integral.
Governar não é realizar obras faraônicas e superfaturadas, para subir ao palanque, no dia da inauguração, a espera dos aplausos que alimentam o ego iludido pelo poder. Governar exige feeling clínico, para perceber as necessidades do povo, aplicando recursos, com estratégias adequadas, que levem a soluções efetivas. Quantas vezes aqueles que vivenciam um problema, já possuem soluções, esperando, apenas, os recursos para viabilizá-las?
Por que os presídios estão abarrotados, em sua maioria por jovens que somente encontraram subsistência nos desvios da marginalidade? Vamos resgatar o valor do trabalho dignificante! Por que não educamos para não prender? Por que não criamos programas de orientação e planejamento familiar? Por que não fundamos eco-cidades, que viabilizem a migração sustentável, para que nosso povo tenha mais qualidade de vida, em substituição ao stress dos grandes centros urbanos? Por que não investimos na valorização do agricultor e produção maciça de alimentos, que possam baratear seus custos?
Queremos uma sociedade mais justa, em que os salários correspondam à utilidade de cada profissão, para a sua comunidade. Queremos reforma tributária. Queremos que os recursos públicos sejam aplicados com consciência.
O que mudou nesse histórico dia 17/06/13? A informação, antes nas mãos restritas dos meios de comunicação convencionais (Rádio e TV), expandiu-se pelas Redes Sociais, unindo indivíduos responsáveis por si mesmos, em torno dos mesmos ideais, resgatando a força da opinião popular.
Nosso hino e nossa bandeira pertencem à nação, definida como o conjunto de indivíduos reunidos em torno de seus símbolos. Vamos resgatar nossa consciência unificada de brasilidade, para que possamos estabelecer o diálogo entre os opostos, acolhendo a luz de cada um e dissolvendo as sombras, na construção de um novo tempo de paz, para que possamos cantar: “E o sol da liberdade em raios fúlgidos, brilhou no céu da pátria nesse instante”.
Somos unidos pelos símbolos e separados pelos diábolos. Afinal, estamos a serviço de quem?...



                                                       Sueli Meirelles, em Nova Friburgo, 17/06/2013.

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