Significado
de Caos segundo a Mitologia Grega[1]
Diante de uma economia globalizada, cresce a
estratificação das classe sociais. Enquanto um grupo cada vez menor de
brasileiros, torna-se mais rico, aumenta, neste país, a grande massa empobrecida pela má distribuição
de renda. Em conseqüência disso, aumenta também a violência urbana - os
pequenos delitos, os assaltos e
seqüestros - apesar de todo o aparato de segurança, cada vez mais especializado. Paralelamente a
esta estratificação, a perda de valores éticos e os maus exemplos, em todos os
setores e níveis da estrutura social brasileira, diariamente transmitidos pela
mídia, são um incentivo à quebra dos valores morais que se perderam nas últimas
décadas. A ética atual não privilegia o respeito ao direito do próximo, mas ao
ganho fácil do mais forte sobre o mais fraco e as “vantagens” alcançadas pelos
mais “espertos”. Estas distorções lingüísticas originadas no empobrecimento
cultural do povo e na falta de oportunidades numa sociedade cada vez mais
complexa, alimentam e justificam os desvios de comportamento social, cada vez
mais freqüentes.
É importante que se
compreenda que o aumento da violência é uma conseqüência da falta de estrutura
econômica, social e educacional e não, simplesmente, uma conseqüência da falta
de repressão policial e vigilância ostensiva. Sabemos, por experiência própria
que, quando não estamos sendo vigiados, somente deixamos de fazer aquilo que
acreditamos que seja errado, segundo nossos próprios valores éticos. Diz a
sabedoria popular que “quando os gatos
estão fora, os ratos fazem a festa”. Usando esta mesma metáfora, sabemos
também que os ramsters, que são ratos de estimação, por serem devidamente
amados e estarem devidamente cuidados e alimentados, diminuem, de forma natural
e expontânea, a tendência instintiva de roubar alimentos, a qual sempre se
origina na premência de atendimento às necessidades básicas.
Os comportamentos de
desvio social não ocorrem por acaso. Eles têm uma longa trajetória, que
normalmente se inicia com um pai ausente ou alcoólatra, que muitas vezes surra
ou sevicia, tornando preferível a busca da rua, desestruturada e, ao mesmo
tempo, livre e sedutora, porque permissiva e totalmente sem regras ou limites.
Limites estes que, simbolicamente, são
representados pela figura paterna. As pesquisas comportamentais mostram que,
quanto mais a figura paterna é ausente, omissa ou problemática, deixando de
exercer a sua função básica de apoio e autoridade, maiores são os desvios de
comportamento social.
Quando se associam
necessidades básicas não atendidas e falta de estrutura educacional no seu
sentido amplo de “desenvolvimento das capacidades físicas, morais e
intelectuais da criança”, esta perde totalmente a possibilidade de
estruturar-se como elemento consciente e produtivo para a sua sociedade.
Reprimir a violência cria
pressões sociais cada vez maiores, com o aperfeiçoamento das perversas técnicas
de guerra urbana que, fomentadas pelos jogos eletrônicos, dia-a-dia, tornam-se
mais violentas. De suas janelas, os impotentes moradores, assistem à troca de
balas entre bandos inimigos ou entre bandidos e policiais, riscando o céu
noturno com seu raio luminoso e mortífero. Até quando ainda defenderemos o
pensamento simplista de que basta reprimir, para acabar com a violência? Não
será também um ato de violência da sociedade organizada, acreditar que aqueles
a quem falta tudo, deverão sofrer calados e quietos, todas as injustiças
sociais deste país, para não incomodarem, com suas misérias, o conforto e o
laser dos mais abastados?
Ao ser informada de que o
povo não tinha pão para comer, Maria Antonieta, Imperatriz da França, indagou
por que eles não comiam bolo. Tanto descaso pelas condições de seu povo,
custou-lhe a própria cabeça. Será que ainda não percebemos que caminhamos para
o caos, na medida em que, enquanto sociedade organizada, não nos preocupamos
com os investimentos na área educacional e social? Será que não percebemos que
o único caminho para reverter este caos, que irá engolir a todos nós, é o
caminho da educação e da reestruturação social, através de uma aproximação
maior entre a família, escola, as igrejas e a sociedade como um todo?
Teoricamente educar é
preparar para a vida em comunidade e para o exercício da cidadania. Na prática,
o grande contingente de crianças entregues à própria sorte tem engrossado as
fileiras do grande exército de miseráveis que não tendo nada mais a perder, em
seu desespero e revolta, querem levar
com eles, alguns de nós.
Até quando assistiremos impassíveis e omissos a esta
desestruturação social? Como a Imperatriz da França, vamos esperar que a
Bastilha seja invadida pela turba desesperada? Ainda é tempo de usarmos as
nossas cabeças...
Sueli Meirelles, em 25 de Agosto de
2001.
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(*) Especialista em Psicologia Clínica
(Hipnose Ericksoniana, Regressão de Memória e Reprogramação Mental)
Whatsapp: 55 22 99955-7166
Email: suelimeirelles@gmail.com
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[1] Caos (em
grego: Χάος, transl.: Cháos), na mitologia grega segundo Hesíodo,é o primeiro
deus primordial a surgir no universo, portanto a mais velha das formas de
consciência divina. A natureza divina de Caos é de difícil entendimento, devido
às mudanças que a ideia de "caos" sofreu com o passar das épocas.
Seu nome deriva do verbo grego chaíno (χαίνω), que
significa "separar", "ser amplo", significando o espaço
vazio primordial. Também poderia ser chamado de Aer (Αηρ), que significa
"ar" ou de Anapnoe (Αναπνοη), que significa "respirar".
O poeta romano Ovídio foi o primeiro a atribuir a
noção de desordem e confusão à divindade Caos. Todavia, Caos seria para os
gregos o contrário de Eros. Tanto Caos como os seus irmãos são forças geradoras
do universo. Caos parece ser uma força catabólica, que gera por meio da cisão,
assim como os organismos mais primitivos estudados pela biologia, enquanto Eros
é uma força de junção e união. Caos significa algo como "corte",
"rachadura", "cisão" ou ainda "separação" Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Caos_(mitologia)
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