Para compartilhar com aqueles que um dia tiveram um bichinho de estimação. |
Você chegou no dia 26 de
setembro do ano de 1982, com pouco mais de um mês de vida, para alegria de um
casal de irmãos, que pulavam abraçados, comemorando a sua presença. Seu pelo
ralo e seu corpo leve e frágil, ainda não apresentavam as características
típicas da bonita pelagem da raça siamesa.
Nos primeiros tempos,
acompanhamos suas artes de filhote, quando você corria atrás da bola de papel
que amarrávamos com barbante. Você rolava em cambalhotas sobre si mesma, com os
ágeis trejeitos, somente possíveis pela sua flexibilidade felina. Você era uma
gracinha! Às vezes, quando estávamos deitados, você pulava sobre um de nós,
acomodando-se no aconchego do colo, e onde quer que estivéssemos, você sempre
ficava por perto.
Em sua existência, você
passou por muitos percalços: Despencou de um andar, as crianças caíram sobre
você, teve raquitismo, fez cesariana e perdeu os filhotes de sua única
gestação... Passou por ligadura de trompas. Mas gato tem sete vidas, não
é? Você continuou, adaptando-se as
condições que o mundo estabelecia: Acordava pela manhã e se espreguiçava
longamente, subindo ao terraço para o seu habitual banho de sol. Aprendemos
isto com você. Como é importante espreguiçar-se ao acordar e tomar sol em
horário adequado.
Sua vida sedentária
fazia você engordar e nós a apelidamos de “fofucha”, “gatucha”, “tuchinha”, mas
no fundo você era mesmo a nossa Melody, com sua maneira muita própria de ser:
Charmosa em suas várias poses, que tinham por objetivo chamar a nossa atenção.
Você se deitava de barriga para cima, com as patas em posições diferentes que
combinavam com a cauda em curva, que se agitava levemente, registrando junto
com as orelhas, o reconhecimento dos elogios que lhe fazíamos. Era um charme
só!... Você era também extremamente
carinhosa e nos fitava com seus doces olhos azuis, sempre atendendo pelo nome,
quando a chamávamos. Você viveu conosco por quatorze anos. É!... Como o tempo
passou rápido! De vez em quando comentávamos que você já estava idosa e nos
preparávamos para a sua partida. Você até que foi saudável durante bastante
tempo e, talvez por ter absorvido nossas crenças, não quis curtir doença. No
breve espaço de um dia, começou a ficar paradinha, preparando-se para a viagem.
O coraçãozinho amoroso, como era seu modo de ser, foi pouco a pouco parando de
bater, para que sua alma pudesse sair do corpo, da mesma forma tranqüila como
viveu. Deixamos você na clínica veterinária e nos despedimos, sabendo que não
mais a veríamos com vida. E assim aconteceu. Você se foi, deixando uma suave
lembrança; ajudando-nos a vivenciar a experiência da aparente perda que nossos
corações apegados e iludidos pelo plano material da vida, teimam
(*) Especialista em Psicologia Clínica transpessoal. Autora do Método Meirelles de Reprogramação Mental. Escritora e Palestrante.
Whatsapp: 55 22 99955-7166
E-mail: suelimeirelles@gmail.com
Site: www.institutoviraser.com
[1] Especialista em Psicologia Clínica. Consultora em Desenvolvimento Humano, Saúde Integral, Ecologia Integral e Educação para a Paz.
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