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sábado, 9 de fevereiro de 2013

HOMOSSEXUALIDADE: OPÇÃO OU CONDIÇÃO?



           
Quando um bebê nasce, sua identidade sexual é reconhecida pelos caracteres sexuais primários. Se ele irá confirmar ou não essa identidade sexual, depende da complementação de caracteres secundários (testículos nos meninos e ovários nas meninas) e de um processo mais complexo (o sexo psicológico), que irá se desenvolver no decorrer dos anos. Se no sentido fisiológico as pessoas podem ter sua identidade sexual definida de forma estanque, a partir da presença de órgãos sexuais externos, característicos de cada gênero, o mesmo não ocorre com o sexo psicológico. Neste nível, a sexualidade se apresenta numa escala que varia desde um comportamento extremamente feminino numa mulher, passando por mulheres pouco femininas, mulheres masculinizadas até homossexuais femininas; da mesma forma, podemos encontrar homens extremamente masculinos, homens pouco masculinos, homens feminilizados e homossexuais masculinos.
Os mais recentes estudos realizados no campo da sexualidade mostram que, ainda na infância, a tendência sexual começa a se delinear, motivo pelo qual considera-se inadequado o termo opção sexual, uma vez que a tendência começa a se manifestar ainda na primeira infância (até os sete anos de idade), período em que a criança ainda não possui uma capacidade avaliativa que lhe permita realizar o que poderíamos chamar de escolha. O que costuma ocorrer, é que a partir desta idade, a criança tenta reunir-se às crianças do sexo com o qual se identifica psicologicamente e se este não estiver de acordo com a sua fisiologia, ela tende a ser discriminada pelas outras crianças. Se um menino com tendências homossexuais tenda brincar com meninas, ele é expulso do grupo e quando procura juntar-se aos meninos, passa a ser também ridicularizado, descobrindo muito cedo em sua vida, com grande sofrimento e angústia, que é diferente dos demais. Esta descoberta, a princípio é assustadora e de alguma forma identificada pela própria criança como um fato que deve ser escondido dos outros e, principalmente, da família e dos pais. Este comportamento de exclusão contribui para que a partir da adolescência, o jovem procure os guetos homossexuais, correndo riscos de tornar-se promíscuo, acentuando cada vez mais as suas dificuldades de relacionamento com heterossexuais de um modo em geral e transformando-se em objeto de fortes preconceitos por parte da sociedade.
            O fato de que as pessoas saibam que a homossexualidade é uma condição que o indivíduo traz desde o seu nascimento, na forma de  uma tendência, pode facilitar a redução do preconceito e a aceitação do ser humano que existe neste indivíduo, que, enquanto tal, possui qualidades e características que podem torná-lo apreciável e respeitável como qualquer outra pessoa. Este respeito pela natureza humana, por sua vez, pode ajudar as pessoas que vivem este tipo de situação a sentirem-se socialmente mais integradas, contribuindo para a melhora da sua auto-estima, que habitualmente costuma ficar prejudicada e ocasionar depressão.
            Em termos de Individualidade ou Essência, todo ser humano possui o masculino e o feminino dentro de si. Quando utilizo técnicas de regressão de memória, com pessoas que apresentam uma condição homossexual, normalmente encontro registros transpessoais (memória de outras épocas) em que uma personalidade feminina mal resolvida, parece  emergir e contaminar a personalidade masculina atual, externando aspectos femininos que deveriam estar armazenados no inconsciente profundo. Da mesma forma, homossexuais femininas também trazem memórias de antigas personalidades masculinas, com experiências emocionais traumáticas. Neste campo, muito ainda se terá que estudar, até que as pesquisas permitam a construção de uma teoria que possa realmente explicar a questão da homossexualidade. Até lá, o mais importante é que estas pessoas possam contar com a compreensão do fato de que, como qualquer outro ser humano, elas são muito mais do que apenas o rótulo que trazem de uma condição sexual diferente da maioria e, como tal, podem desempenhar funções úteis à comunidade em que vivem, integrando-se a ela.


SUELI MEIRELLES - Psicóloga Clínica do CIT – Colégio Internacional de Terapeutas. MBA em Gestão de Projetos na Abordagem Transdisciplinar (UNIPAZ).  Membro do ALUBRAT – Associação Luso Brasileira de Psicologia Transpessoal. Idealizadora e Mantenedora  do SITE INSTITUTO VIR A SER. Pesquisadora de Fenômenos Psicossomáticos e Psicoespirituais, com um Banco de Dados onde se incluem mais de 2.400 casos clínicos catalogados, decorrentes de 48.000 horas de trabalho com o inconsciente profundo do ser humano. Palestrante em Congressos Interncionais. Autora do Livro “Do Divã à Espiritualidade: ATH-Abordagem Transdisciplinar Holística em Psicoterapia. Ed. Idéias & Letras no qual dedica o décimo capítulo ao acompanhamento de um paciente homossexual.


9 comentários:

  1. Obrigada pelo texto tão esclarecedor!

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  2. Querida Graça: O assunto se polemizou na rede, por conta da desinformação e falta de aprofundamento de todos os lados. A Psicologia Transpessoal, fundamentada na Sabedoria Interna de cada pessoal e na emergência de memórias transpessoais, nos oferecem preciosos recursos para a compreensão da sexualidade humana e para que possamos minimizar o sofrimento das pessoas. Obrigada por seu incentivo.

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  3. Obrigada, muito bem explicado e portanto, melhor a compreensão. ABCD.

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  4. Obrigada, muito bem explicado e portanto, melhor a compreensão.

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    1. Oi, Cândida: Sim. É preciso dissolver as dúvidas e minimizar o sofrimento. A tendência é inata. Não é uma escolha. Geralmente, encontro memórias transpessoais traumáticas.

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. Amei o texto! Muito esclarecedor! Convivo com pessoas homossexuais e inclusive alunos, devemos ter o maior respeito e carinho. Perdemos uma aluna ano passado, ela se enforcou. Nós tememos que tenha sido pela incompreensão de sua escolha sexual. Sofremos muito com a perda. Espero poder ajudar outros que como ela se sintam rejeitados.

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    1. Este comentário foi removido pelo autor.

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    2. Oi, Karen. Esse e o principal aspecto. Os homossexuais não escolheram a condição; eles nasceram com a tendência. Merecem nosso redrespe e compreensão. Pode compartilhar o texto, se assim desejar.

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