Era uma vez
um menino chamado “Esperto” e, por estranho que pareça ele realmente
correspondia ao seu nome. Era, muito, muito esperto. Ele era um grande Sábio
disfarçado de menino e havia simplesmente chegado até aquele grande colégio,
num dia claro de primavera, ninguém sabe vindo de onde. Vivia, ali, com seus
companheiros e sua atividade preferida era fazer vasos barro. Todos os
dias ele pegava um pouco de argila, sentava-se na varanda do grande prédio e
criava vasos cada vez mais primorosos.
Vivia também,
naquele mesmo colégio, outro menino, o “Anônimo”, que logo que Esperto
terminava a sua obra e a colocava ao sol para secar, aproximava-se,
sorrateiramente, pisando com força o barro ainda mole e transformando a obra
artesanal num amontoado disforme. E a cada dia que o menino Esperto
pacientemente fazia um vaso, o menino Anônimo o destruía. E nesse processo
diário, o menino Esperto ia aperfeiçoando a sua arte e fazendo vasos cada vez
mais bonitos. Até que, um dia, o menino Esperto fez um vaso tão bonito que o
menino Anônimo não teve coragem de destruí-lo. E a partir do dia seguinte o
menino Esperto não fez mais vasos. Cheio de curiosidade, Anônimo não se
conteve e, aproximando-se também sorrateiramente de Esperto, perguntou-lhe
porque não mais fazia vasos.
_ “Porque você não mais os destrói!”, respondeu-lhe Esperto.
Ao que Anônimo retrucou, muito sem graça: _ Mas este seu último vaso ficou
tão lindo, que eu não tive coragem de destruí-lo!
_ Ah! Você descobriu a sua segunda tendência!, acrescentou
Esperto.
Sentindo-se ainda envergonhado, mas curioso por não
entender o sentido da frase, Anônimo voltou a perguntar: _ Que segunda natureza
é essa?
Muito
atencioso e educado, o menino Esperto começou a explicar:
_ A
primeira tendência dos meninos em geral é destruir. Por isso eles saem
quebrando tudo o que vêem pela frente. Conforme eles vão ficando mais espertos,
eles aprendem a conservar aquilo que encontram de bom e útil, descobrindo, assim,
uma melhor maneira de ser e de viver no mundo.
Surpreso
com a resposta, uma incrível vontade de saber mais começou a se apossar do
menino Anônimo e ele voltou a indagar:
_Qual é a
terceira tendência dos meninos?
_ A
terceira tendência dos meninos é criar, descobrindo que eles fazem parte do
mundo de Deus e têm a tarefa de colabora com a Sua Grande Obra de construção de
um mundo cada vez melhor!
_ Qual é a
sua tendência? Indagou-lhe novamente Anônimo.
_A minha tendência é a quarta!
_E qual é a quarta tendência dos
meninos?
_A quarta tendência dos meninos é
aprender a usar com equilíbrio as outras três.
_ Explique
isso melhor!, Pediu-lhe o menino Anônimo, sentando-se no peitoril da varanda,
ao seu lado.
Diante da
oportunidade de mostrar a sabedoria que fluía através de si, o menino Esperto
atendeu prontamente o companheiro:
_Preste
bem atenção! Este grande prédio foi construído, há muitos anos atrás, por um
bom homem que também havia descoberto a sua tendência para criar e quis deixar
no mundo, a marca da sua presença. Com o passar dos anos e dos muitos meninos
que moraram aqui e também porque outras pessoas que poderiam cuidar deste
prédio, não conheciam esta importante tendência dentro de si, o prédio foi
ficando velho e feio, com vidros quebrados e portas arrombadas, como se por
aqui tivesse passado um grande e destruidor furacão. Se todas essas pessoas
tivessem descoberto a sua segunda tendência, a tendência de conservar, teriam
cuidado melhor de tudo isto. E se fossem mais espertas ainda, teriam aprendido
a criar e também teriam deixado a marca de suas passagens, melhorando cada vez
mais a Instituição. Você já reparou que as pessoas que criam são lembradas para
sempre, através de suas obras e quem destrói e critica é esquecido logo que morre?
_Com um
lampejo luminoso nos olhos atentos, o menino Anônimo indagou?
Eu também
posso aprender a ser esperto?
_Todos nós nascemos para sermos
espertos! Você também é capaz de criar algo diferente e deixar a marca de sua
passagem pelo mundo de Deus, tornando-o um pouco melhor! Experimente fazer
assim: Quando adquirir alguma coisa, procure cuidar bem dela para que dure o
seu tempo útil. Quando ela, por qualquer motivo, não servir mais para você, doe-a
para alguém que precise; se estiver velha, agradeça a Deus pelo seu uso e
devolva-a a natureza, ou seja, recicle-a, para que a matéria que a compõe, seja
vidro, papel, lata ou plástico, possa ser reaproveitada. Procure aprender
também a criar alguma coisa. Todas as pessoas têm essa capacidade, seja fazendo
pão, pipas, pintando ou fazendo bonecos de barro como eu, ou qualquer outra
coisa. Descubra o Dom que você traz dentro de si; seja persistente e vá
treinando, até conseguir faze-lo da melhor forma possível. Dessa maneira, você
estará usando as suas três tendências com equilíbrio, atingindo o grau máximo
da sua esperteza!
_Então
é por isso que eu tenho o nome de Anônimo? Eu iria ficar esquecido, porque não
sei criar nada?
_Sim!!
Vejo que você está ficando cada vez mais esperto! Ainda há bastante tempo para
você começar a treinar e mudar esta maneira de ser, deixando de ser anônimo!
_E
como eu vou passar a me chamar?
_Você
será chamado de Co-Criador com Deus!... e este é um nome muito Esperto!!! Você
passará a se sentir cada vez mais útil e importante, fazendo coisas boas para
você mesmo e para as outras pessoas e isto irá contribuir para que o mundo a
sua volta seja mais feliz.
O menino antes anônimo e desorientado
parecia ter reencontrado a si mesmo. Repentinamente, uma luz se acendera no seu
coração e iluminava o caminho a seguir. Sentia-se entusiasmado e preenchido por
uma nova força, que o fazia saber que ele era capaz; que sua vida fazia sentido
e que ele tinha uma tarefa a cumprir.
A partir deste dia tornou-se um hábito
os meninos sentarem-se, à tarde, na varanda do grande colégio, rodeando o
menino Esperto, que começava então a contar suas bonitas histórias. A cada dia,
como se estivesse fazendo novas esculturas, o menino Esperto extraía daqueles
jovens seres, as melhores formas que eles poderiam ter...
Adaptado de um conto oriental para a realidade brasileira.
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Site: www,institutoviraser.com
Whatsapp: 55 22 99955-7166
suelimeirelles@gmail.com
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Sueli Meirelles – Especialista em Psicologia Clínica Transpessoal (UGF - 1986) MBA em Gestão de Projetos UNIPAZ (2005). Terapeuta de Regressão pelo Instituto de Psicobiofísica de Uberaba (1987). Autora do Método Meirelles de Reprogramação Mental. Diretora do Instituto Vir a Ser e Coordenadora do Carrossel de Luz - Grupo de Pesquisas de Fenômenos Psicoespirituais. Membro do CIT - Colégio Internacional de Terapeutas.
Bom dia, Sueli. Achei linda e muito oportuna a sua releitura para a realidade brasileira. Vou usar o conto para o tema que vou oferecer em palestra na FEB. Fazer linkagem para o Evangelho. Gostaria de saber onde encontrar o texto original, pois gostaria de conhecê-lo também. Agradeceria muito se você puder dar-me a referência. Muito grata.
ResponderExcluirQuerida Elda: Ouvi esta referência há muitos anos atrás, de um conto sufi, falando sobre as três naturezas do ser humano. Não tive acesso ao texto, mas serviu-me para uma reflexão profunda. Quando trabalhei com os meninos do Centro Social São Vicente, inspirei-me no estudo antigo, falando sobre a experiência real dos meninos internos. Espero que seja útil ao seu trabalho.
ResponderExcluirBom dia Sueli
ResponderExcluirPodemos transformar sua história em uma peça de teatro infantil com algumas alterações ?????
Claro! Será uma honra! Basta citar a autoria do conto. Está foi uma vivência com os meninos do Patronato São Vicente https://www.patronato.org.br/
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