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sexta-feira, 29 de julho de 2016

ESPÍRITO OLÍMPICO - Desenvolvimento Humano


            Os jogos olímpicos surgiram, na Grécia Antiga, como uma proposta de substituição do espírito bélico, pelo espírito das competições esportivas. Esta proposta subentende desviar a agressividade projetada sobre outro ser humano, para a superação dos próprios limites, mudando o foco de qualquer combate: O objetivo não é destruir o outro, mas desafiá-lo a também revelar o melhor de si mesmo.
Este mesmo ideal de busca da perfeição pairava no ar, na abertura das olimpíadas, na Grécia, em pleno Século XXI. Considerada o berço da civilização ocidental, a Grécia, um pequeno e pacífico país da Europa, sobrepôs-se às potências econômicas e militares do mundo moderno, com um poder transcendente e atemporal: O poder do mito. Para o inconsciente da humanidade, o mito é o poder organizador que comanda o comportamento de forma sutil e irresistível, sem que o consciente perceba ou possa contra ele se opor.
            Funcionalmente, o cérebro humano pode ser dividido em três partes: O hemisfério cerebral esquerdo, que comanda o lado direito do corpo (é invertido) e as funções lógicas do psiquismo; a racionalidade; o hemisfério cerebral direito, que comanda o lado esquerdo do corpo, a sensibilidade e a percepção de imagens, e o corpo caloso, parte central do cérebro, que conecta os dois hemisférios, simbolicamente representando o “chifre do unicórnio” da mitologia grega, a intuição ou terceira visão. É a este cérebro mítico que as mensagens do espírito olímpico se direcionam, promovendo uma equilibração entre os extremos da racionalidade e da emocionalidade, para alcançar a verdadeira sabedoria. Esta, por sua vez, é preservada dos ataques destrutivos do materialismo, através de uma linguagem simbólica inacessível àqueles que não têm olhos de ver nem ouvidos de ouvir, embora estes símbolos continuem exercendo sobre eles o seu poder organizador. Cada mito grego, quando compreendido à luz da moderna psicologia, guarda profundos segredos sobre as diferentes etapas da evolução humana. Através da linguagem mítica, o cérebro humano é capaz de captar as mensagens auto-organizadoras nele contidas, para alcançar um estado de graça, de serenidade, que somente se torna possível, quando o ser humano se conecta com esta magnitude dentro de si mesmo, traduzida pelo espírito olímpico: Saber que, independentemente da passagem do tempo, cada ser humano tem a tarefa de revelar o melhor de si mesmo, através de um constante aprimoramento; pelo contorno dos obstáculos, principalmente o maior de todos eles: O próprio Ego – que se contrapõe a cada passo e morre lutando pela satisfação dos seus desejos.
            Com este pensamento, os gregos legaram à humanidade uma fórmula mágica, uma espécie de modelo de bom combate, que desafia cada ser humano a realizar uma busca interior, em relação àquilo que possui de melhor em si mesmo, e que pode ser revelado ao mundo.
Imaginemos então, este espírito olímpico aplicado às diferentes áreas do conhecimento humano: À política, à economia, à educação, à saúde, ou a qualquer outra atividade da vida moderna. Os competidores não perderiam tempo acusando-se uns aos outros ou colocando o lucro, que é apenas um meio, como um produto final a ser alcançado. A qualidade do produto ou dos serviços prestados passaria a ser o grande diferencial para atrair o eleitor, o comprador, o paciente ou o aluno. A excelência transformar-se-ia na arma da pacífica guerra olímpica: Quem faz o melhor alcança a vitória sobre si mesmo, deixando ao “adversário” o desafio do seu próprio aprimoramento evolutivo.
            Esta mensagem contida no espírito olímpico é a grande vencedora da maratona do tempo, que atravessou milênios para se fazer presente nos tempos modernos. A tocha olímpica é a imorredoura chama do fogo do espírito, lembrando ao homem que em cada momento em que ele supera as suas limitações humanas para trazer a perfeição atingida ao mundo da manifestação material, alcança a imortalidade, transformando sua obra num marco de sua trajetória planetária.
Quantos de nós, que acompanhamos nestes novos tempos a passagem da tocha olímpica, fomos por ela tocados? Quantos tivemos nossas Chamas Interiores reacendidas, para nos iluminarmos, revelando o verdadeiro sentido de estarmos no mundo? Quantos de nós seremos atletas de nossas próprias vidas, alcançando nossas metas existenciais? Competindo há milhares de anos, quando substituiremos as lutas fratricidas pela competição pacífica, que nos conduz ao pódio de nossos ideais, para recebermos a medalha de ouro da auto-realização de nós mesmos?...
"Que a Chama se eleve e brilhe; que a Chama derreta a forma; que a forma não prenda mais..."






[1] SUELI MEIRELLES: Psicóloga Clínica do CIT – Colégio Internacional de Terapeutas e Coordenadora do CIT/BRASIL
Hipnoterapeuta e Terapeuta de Regressão, há 30 anos cuidando do Ser Humano Integral.
Pesquisadora, Fundadora e Coordenadora do CARROSSEL DE LUZ – Grupo de Pesquisas Noéticas.
Membro do CIT/ALUBRAT/UNIPAZ/IONS
Consultora em Desenvolvimento Humano, Saúde Integral, Ecologia Integral e Educação para a Paz.

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