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terça-feira, 30 de janeiro de 2018

A VOZ DE ISMAEL - Política e Espiritualidade


            A cidade de Jerusalém é considerada sagrada pelas três maiores religiões do Planeta: Judaísmo, Islamismo e Cristianismo. Por qual razão, sendo tão cultuada, esta cidade é alvo de disputa por religiões que têm uma origem em comum? Esta é uma história muito, muito antiga!...
            Abraão e Sara, depois de muitos anos de casados, não tinham filhos. Para que Abraão pudesse ter um herdeiro, Sara lhe ofereceu sua escrava Egípcia Agar[1], para que esta lhe desse um filho. Assim, nasceu Ismael. Alguns anos depois, Sara, apesar da idade mais avançada, também engravidou e deu a luz a Isaac. Sara, então, pediu que Abraão mandasse embora Agar e seu filho bastardo, Ismael. Atravessando o deserto a pão e água, Agar morre e seu filho segue para a cidade de Meca,  acreditando que seu meio- irmão, Issac, urdiu uma trama contra ele, o que o deixa cheio de revolta. Mais tarde, Maomé, herdeiro da ancestralidade de Ismael, fundou o Islamismo, considerando-se, igualmente herdeiro da Terra Prometida por Deus a Abraão[2]. E assim nasceu a disputa religiosa entre os irmãos Árabes e Judeus, que perdura até hoje, fomentada por aqueles que se beneficiam com o lucro econômico da guerra, onde milhares de dólares são gastos em armamentos a serviço da insaciável ganância e do desejo insano de poder, mesmo ao custo de milhares de vidas, atendendo também aos interesses subliminares nas reserva petrolíferas da região.
            Em duas reuniões realizadas no ano de 2013, no Carrossel de Luz[3], emergiram alguns interessantes arquétipos, como símbolos do modelo social patriarcal e da disputa gerada pelo preconceito entre os filhos considerados legítimos e os filhos considerados bastardos. Esta informação deu origem ao Artigo “Os quatro Arquétipos da Transição Brasileira[4]
            Em reunião do Carrossel de Luz, realizada em 27/01/18, para nossa surpresa, novamente emergiu o Arquétipo de Ismael, em busca do espaço de fala e reconhecimento de direitos naturais, como herdeiro de Abraão. Agora, mais do que em qualquer outro momento evolutivo da humanidade, esses arquétipos tornaram-se extremamente significativos para a mudança de mentalidade necessária ao surgimento de uma nova sociedade, onde todos os filhos de famílias ou pátrias tenham igualdade de direitos, vez, voz e o reconhecimento de seu lugar na sociedade. Que todos os povos que foram dominados por outros povos, possam resgatar suas culturas e valores essenciais. Aqui no Brasil, em especial, precisamos resgatar as culturas africana e indígena, abrindo espaços para a compreensão de antigas e sábias visões de mundo, consideradas inferiores pelos colonizadores, que visavam a conquista de terras e a exploração de recursos naturais do nosso país. Em relação ao Oriente Médio, é preciso compreendermos que as ações terroristas de grupos radicais não representam o povo árabe em si, que convive de modo pacífico com os judeus, na proximidade das fronteiras entre Israel e os países árabes, assim como convivem pacificamente entre si, quando se encontram na condição de imigrantes, em muitos países, inclusive no Brasil.
            Em tempos modernos, o Arquétipo de Ismael pede para ser visto e ouvido por todos nós. Que possamos, neste momento de despertar da consciência, lançar um novo olhar sobre todos aqueles que sempre estiveram invisíveis para os descendentes dos povos dominantes. Que tenhamos um olhar atencioso para os menos favorecidos que também nos trazem preciosas lições, a partir de suas experiências de vida. Que possamos perceber que o registro da história oficial foi feito pelos povos dominantes. Que possamos perceber, quantas vezes a sociedade patriarcal, a exemplo de Abraão, expulsa de seu convívio, todos aqueles considerados inferiores como Agar ou bastardos como Ismael. Foi assim ao longo de toda a história da humanidade. Quando começaremos a fazer diferente?...

                                Sueli Meirelles, em Nova Friburgo, 30 de Janeiro de 2018.                                                             
Professora, Pesquisadora e Especialista em Psicologia Clínica Transpessoal. Autora do Método Meirelles de Reprogramação Mental, livros, artigos, lives e blogs sobre Psicologia e Espiritualidade. Escritora e Palestrante. 

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Agar ou Hagar (hebraico: הָגָר, hebraico moderno: Hagar, tiberiano: Hāḡār, "estrangeiro"; grego: Άγαρ Agar; latim: Agar; árabe: هاجر;‎ Hājar), de acordo com as crenças Abraâmicas, é a serva egípcia de Sara, esposa de Abraão de acordo com o livro de Gênesis na Torá, capítulos 16 e 21. Devido ao fato de ser estéril, Sara teria permitido que Abraão coabitasse com Agar no sentido de gerar um herdeiro. Desta união, foi gerado Ismael o que fez Agar desprezar Sara, já que esta não podia conceber, e quando Sara concebeu milagrosamente a Isaque, Ismael passou a perseguir e humilhar seu meio-irmão. Devido a este fato, Sara incitou Abraão para que expulsasse Agar e Ismael. Estes quase pereceram de fome e sede no deserto, até serem socorridos milagrosamente por Deus. Agar acabou cuidando de Ismael até que este crescesse e se casasse. A Torá não continua a descrever sua vida além deste ponto.

De acordo com a tradição Abraâmica, Agar é reconhecida como mãe de Ismael, o patriarca dos ismaelitas, que são conhecidos como os antepassados das nações árabes.
[2] Fonte:
Gn.16:1-5 - A Gravidez de Agar
Gn.17:15-19 - A promessa Divina a Abraão e Sara
Gn.18:10-15 – A descrença de Sara
Gn.21:15-25 – Abraão expulsa Agar e Ismael
Gl.4:21-25 – As duas alianças
[3] Blog do Carrossel de Luz: http://carrosseldeluz.blogspot.com.br/


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