Em
constante processo de mutação, nossa sociedade literalmente entrou no mundo
virtual, trazendo-nos novos e mais complexos problemas de comportamento. Sem
que nos déssemos conta das conseqüências imediatas, mergulhamos nas Redes
Sociais, mantendo contatos em tempo real, mesmo estando em diferentes pontos do
planeta. Fenômeno de globalização!... Maravilhados com as novas tecnologias ao
nosso dispor, não paramos para avaliar os prós e contras dessas novas ferramentas de comunicação.
Quando nos tornamos conscientes dos processos decorrentes da
Transição Planetária em tempos de desconstrução civilizatória, percebemos a
dissolução da maioria das famílias nucleares, o encarecimento do custo de vida,
a ampliação induzida da necessidade de consumo, o surgimento de novas
configurações familiares e a aceleração do tempo, criando um novo sistema de
Redes Familiares, constituída por padrastos, madrastas, enteados, enteadas,
ex-maridos, ex-esposas, avós afetivos, sem vínculo consangüíneo, avós, pais e
mães consangüíneos, fisicamente distantes, agora conectados, em tempo real, que tentam gerenciar a vida
de seus entes queridos e inacessíveis ao toque físico, como Drones monitorados à distância. Como toda situação tem dois lados, país e mães provedores, que criam seus filhos sem a presença do cônjuge, também monitoram seus filhos em casa ou na creche, a partir de seus ambientes de trabalho, o que os deixa mais despreocupados, em relação ao que possa estar ocorrendo com os pequenos. Em muitos casos, as ligações poderão ocorrer em momentos inoportunos, que irão interferir na logística do contexto real, tais como horários de refeições, banho, sono... Interferindo em especial, na função de autoridade de possíveis cuidadores presenciais.
Tal configuração provoca a emergência de
questões objetivas e legais, em termos de cuidados com os idosos e crianças.
Neste novo contexto, emergem os conflitos parentais, os sentimentos de culpa
gerados pela ausência real, muitas vezes compensado pelo acúmulo de presentes
que passam a ocupar o espaço do melhor presente: A presença física e o convívio
diário; emergem, também, os sentimentos de insegurança, baixa-estima e inferioridade, que
motivaram as situações de negligência parental, no passado e deixaram sequelas nas relações familiares; emergem as mágoas e
ressentimentos decorrentes desses históricos de vida, conflitos que somente podem ser perdoados e
dissolvidos, através das técnicas terapêuticas de autoconhecimento, para que o
passado não interfira no presente e possa realmente ser deixado para trás.
Os aspectos legais decorrentes
dessa nova configuração exigem atenção e discernimento em relação aos papéis sociais da paternidade e paternagem, bem como da maternidade e maternagem: Enquanto
paternidade e maternidade são relações consangüíneas, a paternagem (figura
parental de apoio, lei e limite, no mundo externo) e a maternagem (figura
parental de cuidado e acolhimento) somente poderão ser exercidas por aqueles
que estejam fisicamente presentes e próximos, em termos de tempo-espaço. Como
socorrer a criança ou o idoso que se machucou num tombo, estando a quilômetros
de distância? Como preencher o sentimento de solidão e abandono do idoso? Como
acolher e acalmar a criança que acorda durante a noite, por conta de um
pesadelo, muitas vezes também ocasionado pelos muitos jogos virtuais
aterrorizantes? Como tirar fotos juntinhos, no dia do aniversário? Como abraças
e beijar? Como construir as memórias dos bons momentos compartilhados? Para
tornar a questão ainda mais complexa, legalmente, é responsável pela criança ou pelo idoso, o adulto que esteja cuidando deles, física e presencialmente. Em muitas
situações, isto coloca as crianças e os idosos sob o comando de diferentes
adultos, com diferentes visões de mundo, cada um querendo gerenciar a situação do seu modo, tornando as relações familiares
confusas. Em especial para as crianças, significa receberem diferentes mapas, com diferentes informações oririentacoes sobre a mesma realidade. Qual seguir!?...
Mais
uma vez, em tempos de Transformações, esses são temas sobre os quais precisaremos
refletir e construir, com muito diálogo, novas regras de comportamento, que
irão fundamentar a nova sociedade que está nascendo!... Vamos tecendo o Novo
Tempo!
Sueli Meirelles, em Nova
Friburgo, 07 de Junho de 2018.
Compartilhe e ajude a formar a Massa Crística da Mudança de Mentalidade!
Site: www.suelimeirelles.com
Muito bom este texto para reflexão. Compartilhando.
ResponderExcluirAmiga. Sim! As crianças estão sendo muito prejudicadas pelo excesso de uso da internet. Obrigada por compartilhar. Bjs
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