Tradução

domingo, 12 de agosto de 2018

PAI HERÓI


Agosto, o mês augusto, sagrado. Não por acaso, ele contém o Dia dos Pais! Como é importante a presença da figura paterna, para a formação da personalidade dos filhos. Temos o hábito de louvar e festejar as mães, talvez porque elas carregam os filhos em seu ventre, durante nove meses, tempo suficiente para que os pequenos sejam mais associados ás  mães do que aos pais.
Nas sociedades primitivas, durante muito tempo não se associou o nascimento dos filhos à relação sexual. Pelo fato de que a gravidez somente se tornasse perceptível após alguns meses, ela era considerada um fenômeno expontâneo que ocorria com as mulheres, quando elas paravam de menstruar. Herdeiros destas memórias ancestrais, continuamos a estabelecer uma associação muito mais forte entre as mães e os filhos, do que entre estes e os pais. Neste contexto, ficou para o homem a imagem do macho reprodutor, cuja virilidade era medida pelo número de rebentos que conseguisse semear pelo mundo, em suas muitas andanças. A terra precisava ser povoada, o índice de mortalidade infantil era muito alto e, além disso, as guerras e as doenças ceifavam muitas vidas, ainda na juventude.
            Com a evolução, a humanidade tornou-se mais amadurecida. Surgiram os conhecimentos da medicina, preservando a vida e promovendo a longevidade; a puericultura e a psicologia desenvolveram estudos sobre a importância dos cuidados infantis e sobre as funções paterna e materna e as relações familiares surgiram em toda a sua complexidade.
Numa sociedade como a de nossos dias, cabe à mãe, mesmo que ela seja uma profissional, a tarefa básica de cuidar e atender às necessidades dos filhos, pelo menos nos meses de idade mais tenra. A função materna desenvolve a sensibilidade dos filhos e gera segurança emocional, contribuindo para o bom desenvolvimento da personalidade. Ao pai, cabe a função de transmitir apoio e segurança em relação aos perigos do mundo externo e também, representar a lei e o limite. Não é por acaso que hoje, dada a ausência da figura paterna na maioria dos lares sem estrutura, imperam a violência e a falta de valores morais. Temos hoje, uma carência imensa da figura do pai. Precisamos de um pai herói, sim! Precisamos de pais que passem aos seus filhos as noções de limite tão necessárias ao bom convívio social. O pai representa a lei. Um bom pai, um pai que seja um modelo forte e seguro para os seus filhos, é o símbolo de uma boa lei, que vale a pena ser admirada e respeitada. A partir dos bons exemplos paternos, esta admiração e respeito deixarão de vir do modelo patriarcal de repressão, para representar a ordem necessária ao convívio familiar e social.
Precisamos educar os nossos meninos para o exercício da paternidade consciente, segundo a qual, a família, enquanto uma das células básicas da sociedade, tem a função de promover os valores essenciais do ser humano, desse modo contribuindo para o aprimoramento das relações e do convívio harmonioso entre todos.
Que possamos sair da severa crise de paternidade em que nos encontramos. Na data de hoje, um pedido de profunda reflexão a todos os pais que ainda não sabem ser pais; um voto de incentivo a todos aqueles que, com extrema boa vontade, estão aprendendo a serem pais; um grande abraço e muitas bençãos para todos os pais, que são realmente pais! Que tenhamos pais amigos, responsáveis, cidadãos dignos e conscientes de suas funções na família e na sociedade.

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