Na Idade
Média, os alquimistas dedicaram suas vidas à descoberta do elixir da eterna
juventude. Fazendo uma interpretação literal dos textos ocultos, acreditavam
que iriam desvendar o segredo da vida, ao reduzir qualquer estrutura aos seus
elementos constituintes. Dessa forma surgiu a química, base de toda terapia
medicamentosa, cujo principal objetivo é o alívio de sintomas. Por esta
influência histórica, o conceito de prevenção em saúde sofreu uma séria
distorção. Em nossa cultura mecanicista, as “casas de saúde” e os “planos de
saúde” dedicam-se exclusivamente à descoberta, combate e controle das doenças
que “atacam” o organismo humano. Prevenir tornou-se sinônimo de realização
periódica de exames, cada vez mais sofisticados, para verificar se o mal já se
instalou. O que efetivamente se instala, com este modelo científico já
tradicional, é uma verdadeira psicologia do medo, segunda a qual o paciente
(passivo) está sempre à mercê de ser acometido por velhas e novas doenças, que
o espreitam de todos os lados da estressante vida moderna. Esta visão de saúde
e doença é uma crença aceita por consenso da mente coletiva da sociedade atual
e compartilhada tanto pela maioria dos especialistas como entre os leigos no
assunto. Dessa forma perdeu-se a via de conexão que interliga o ser pensante e
ativo, aos processos bioquímicos do próprio organismo. O doente deixou de ser
responsável pela construção de sua doença e passou a aguardar, passivamente, o
auxílio externo da mega-indústria farmacológica que, em nome da ciência
oficial, promete o milagre de aliviar as suas dores – as do corpo e até mesmo,
as da alma. Pseudoprotegido por todos os novos recursos tecnológicos, o
paciente pode então se entregar a todos os desatinos gerados pelo desconhecimento
de sua responsabilidade pela preservação de sua saúde: Ele fuma e faz exames
regulares para prevenir o câncer de pulmão; tem vida sedentária e toma
medicamentos para facilitar a circulação sangüínea; tem vícios alimentares e
faz uso de complementos vitamínicos... A lista pode ser infinita. Com este
padrão comportamental, o incauto paciente exime-se de qualquer
responsabilidade, contribuindo, inexoravelmente, para o aumento dos já
fabulosos lucros laboratoriais e farmacológicos, sem perceber que, diariamente,
está criando e alimentando suas doenças. Alguns chegam a tomar medicamentos,
mesmo acreditando que não irão se curar e que a velhice os aguarda com o
acréscimo de mais alguns inevitáveis padecimentos.
Mesmo levando-se em consideração os fatores externos,
tais como condições sócio-ambientais, a prevenção da saúde depende,
diretamente, do estilo de vida de cada pessoa, e da dinâmica que ela
estabelece, em sua relação com o mundo. Fatores como alimentação equilibrada,
exercícios físicos, sentimentos de plenitude afetiva e sexual, realização
profissional, projetos e ideais de vida, bem como o sentimento de pertinência a
um grupo e valorização social, contribuem para a ativação cerebral da produção
de serotonina, neurotransmissor responsável pela sensação de bem-estar
correspondente à condição de ser saudável.
Acima de tudo, as crenças que
direcionam a vida de uma pessoa constituem uma programação mental positiva ou
negativa, que influencia diretamente o estado de saúde ou de doença. Estes
estados mentais, atuando sobre o hipotálamo – centro das emoções no cérebro –
geram cargas emocionais, positivas ou negativas, que serão transformadas em
comandos bioquímicos que, através da hipófise, serão enviados a todo o sistema
glandular, afetando os órgãos que constituem os diferentes sistemas do
organismo.
A verdadeira prevenção de saúde,
portanto, implica numa avaliação global de todo um estilo de vida, dentro do
qual os sintomas aparecem como sinais de alerta de que determinados setores de
interação entre o indivíduo e o seu meio ambiente precisam ser revistos e
reorganizados, quer seja em relação a aspectos externos ou internos.
Em condições ideais, um organismo
saudável interage positivamente, em termos físicos, emocionais, mentais e
espirituais com o mundo ao seu redor. Ser saudável significa estar a salvo de
toda e qualquer influência que possa desequilibrar os diversos sistemas
orgânicos. Ser saudável, também significa alcançar um estado de consciência em
relação ao sentido de sua própria existência no mundo, encontrando o próprio
eixo, em torno do qual a vida como um todo irá se desenvolver, num processo de
auto-realização e plenitude, que irá se refletir por todo o ser, tornando este
organismo muito mais resistente a qualquer tipo de doença.
(*) Professora,
Pesquisadora de Fenômenos Psicoespirituais E Especialista em Psicologia Clínica. Criadora do Método Meirelles de Reprogramação Mental. Escritora e Palestrante.
Site: www.suelimeirelles.com
Email: suelimeirelles@gmail.com
Whtasapp: 55 22-999557166
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