Com um longo percurso histórico na
Alemanha, Inglaterra e Estados Unidos[1] a
televisão chegou ao Brasil em 1950, gradativamente aperfeiçoando sua tecnologia
nos anos setenta e oitenta, até se tornar o principal meio de comunicação,
divulgando notícias de todo o mundo.
A TV aberta
é assim denominada por estar baseada num sistema de concessão do governo, para
entretenimento gratuito do público em geral, com recursos de patrocinadores.
Nos velhos tempos da TV Tupi, os teleteatros e os programas humorísticos, inicialmente
produzidos de modo bem artesanal, preenchiam a tela dos televisores embutidos
em móveis com pés de suporte, que passaram a ocupar lugar de destaque, na sala
de estar das famílias mais abastadas, que até recebiam parentes e amigos para
assistirem a grande novidade. Durante muitos anos, sem que tivéssemos
informações sobre o sistema mundial dominante, acompanhávamos as telenovelas
criadas pelos dramaturgos de renome, que tinham um enredo, com início, meio e
fim e abordavam aspectos históricos e culturais de épocas passadas ou povos de
outras terras, ainda contribuindo com certo conteúdo cultural, sem as alterações
impostas pelos índices das pesquisas de audiência. Naquela época, talvez por
premonição, eu imaginava como seria bom se pudéssemos escolher o que
desejassemos assistir, selecionando conteúdo entre as várias possibilidades
oferecidas. Mas ainda não era assim! Alguns programas e séries televisivas
traziam conteúdos de valores familiares, até que os apelos sexuais e a indução
da separatividade entre raças, classes sociais, econômicas e culturais começaram
a ser enxertados nos programas, a princípio de modo sutil e depois ostensivamente, para o enfraquecimento da unidade entre os povos, com
objetivos de promover a lavagem cerebral e a manipulação de massa. Dentro desse
sistema de controle, se alguém quisesse divulgar seu trabalho ou opinião sobre
algum conhecimento ou assunto, precisava ser convidado para um programa televisivo
e isto somente aconteceria se sua opinião estivesse em conformidade com os
valores defendidos pela mídia oficial e se o conhecimento transmitido fosse de
interesse do sistema dominante. E assim
foi, até que surgiu a internet com seus aplicativos e sistemas de streaming,
abrindo campo para os meios diretos de comunicação, permitindo que ilustres
desconhecidos tivessem liberdade de expressão, através de seus canais independentes.
Além disso, as novas gerações, mesmo com
prejuízo da acuidade visual, da coluna vertebral e dos níveis de inteligência,
passaram a investir longo tempo nos celulares e jogos eletrônicos, deixando de
lado os programas de TV. Desse modo, o sistema vertical de controle da
informação, começou a ser desconstruído pelo sistema horizontal das mídias
sociais, para onde migraram também os patrocinadores em busca do novo perfil de
consumidores. Como resultado, neste carnaval[2] evidenciou-se
que o valor do investimento da TV aberta, para a transmissão dos desfiles
carnavalescos ficou muito abaixo do lucro obtido pelo fraco patrocínio dos
poucos investidores que ainda arriscaram seu dinheiro para alcançar uma minoria
de idosos, aos quais restou somente a terrível telinha, por força da exclusão
digital que os envolveu em curto espaço de tempo. Assim sendo, dos anos 70 para
cá, a TV aberta fez o seu ciclo de existência e agora entra no período de
declínio, ocasionado pelo que Gandhi chamava de ação de desinvestimento. Como
eu havia imaginado em minha adolescência, hoje temos em nossas mãos o controle
remoto para escolhermos, num grande campo de ofertas, entre o besteirol sem
qualidade e os muitos canais de informações úteis, capazes de atender a
curiosidade daqueles que procuram preencher as lacunas de informação, que
possam contribuir para o aprimoramento intelectual do expectador consciente e
desperto para a construção de uma nova sociedade. O futuro está em nossas
mãos!...
Sueli Meirelles, em Nova Friburgo, 02 de Março de 2023
[1] Para saber
mais: https://www.ufmg.br/espacodoconhecimento/historia-da-televisao/#:~:text=A%20televis%C3%A3o%20brasileira%20chegou%20em,dos%20Estados%20Unidos%20duzentas%20televis%C3%B5es.
[2] Link para o artigo: http://sueli-meirelles.blogspot.com/2021/02/a-carne-nada-vale-artigo.html
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