Tradução

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

NOVA FRIBURGO: Cidade Turística?

 Sueli Meirelles[1]
Na semana entre Natal e Ano Novo, O Turista veio do Rio de Janeiro, para comemorar o aniversário de familiar residente em Nova Friburgo. Com dificuldades, a família conseguiu reservar uma mesa para o grupo, num bom restaurante da cidade (existem muitos), mas foi avisada para que chegassem a tempo, pois todo o comércio, aqui, fecha cedo. Durante o jantar, em conversa informal, o garçom disse que trabalhou muito durante o ano inteiro e precisava descansar, expressando alegria pelo merecido intervalo. O Turista sentiu-se como um intruso indesejado e reagiu com descontentamento. Ainda assim, resolveu ficar para passar o Reveillion com a família, em Nova Friburgo, e ligou para vários restaurantes e hotéis. Gradativamente, foi sendo informado de que a maioria deles não teria eventos. Quase desanimando, conseguiu reservar uma vaga num hotel tradicional da cidade, onde decidiu também se hospedar (Bom par o hotel).
No primeiro dia do ano, a família combinou se encontrar para o almoço e surgiram novas dificuldades. Muitos restaurantes estavam fechados. Depois de várias pesquisas, almoçaram num restaurante comercial, no centro da cidade. O Turista sentiu-se confuso e, com sua visão de comerciante de grande centro cosmopolita, indagou: _ Por que uma cidade tão bonita como Nova Friburgo, não investe mais em sua imagem de cidade turística? Por que uma cidade tão cheia de belezas naturais, com um clima privilegiado, não faz propaganda maciça sobre essas riquezas, para os sufocados e estressados habitantes do Rio e de São Paulo? Por que uma cidade situada numa área de produção horti-fruti-granjeira, que deixa maravilhados os que vem de fora, não tem uma estrutura de funcionamento que de suporte ao movimento turístico? Por que as já famosas lojas de lingerie não aproveitam o período de festas de fim de ano, para promoverem ofertas e aumentarem suas vendas, tendo como foco os turistas? Por que a cidade não promove eventos temáticos, que possam se tornar tradicionais e atrair turistas de várias partes do Brasil e do exterior? Não existem aqui 12 colonias de imigrantes? E os Festivais de Inverno? Não poderiam receber mais apoio de todos, inclusive com divulgação através do Facebook, trazendo belos espetáculos, a exemplo do que aconteceu nos anos de 2010 e 2011 (apesar da catástrofe ocorrida) e que surpreendeu os que aqui vieram, pela qualidade dos eventos? Será que os friburguenses não percebem o alto potencial turístico de sua cidade, que tem a oferecer justamente aquilo que os grandes centros urbanos não conseguiram preservar?
O Turista despediu-se de seus familiares, lamentando o ocorrido. Por fim, perguntou pelo teleférico, onde tempos atrás havia passado bons momentos, comendo deliciosos petiscos, jogando boliche e apreciando a vista panorâmica da cidade.
Diante de tudo isso, fica para nós, friburguenses legítimos ou adotivos, um espaço de reflexão, para o desenvolvimento de novas estratégias que possam impulsionar o turismo em nossa cidade, captando eventos como feiras e congressos capazes de atrair o público mais qualificado, em busca de aprimoramento pessoal e profissional; formadores de opinião, que poderão levar boas e confiáveis notícias de Nova Friburgo, atravessando o jargão trágico que já começa a comprometer a imagem da cidade, afastando-a, cada vez mais, de seu destino glorioso.
Acreditemos: Estas serras de enorme estatura, Alcançando das nuvens o véu, São degraus colocados na altura, São escadas que vão para o céu (Estrofe do Hino de Nova Friburgo).




[1] Psicóloga Clínica do CIT – Colégio Internacional de Terapeutas
Membro da ALUBRAT – Associação Luso Brasileira de Psicologia Transpessoal
MBA em Gestão de Projetos na Abordagem Transdisciplinar (UNIPAZ – Universidade Internacional da Paz)

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