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segunda-feira, 18 de novembro de 2024

AVIÃO DO AMOR - Capítulo 3 - A Transformação da Ainsiedade




Capítulo 2 - Viagem à Ilha da Transformação

Tendo vestido suas roupas de banho, as crianças foram até a praia.
A primeira a entrar na água foi a Ansiedade. Para sua surpresa, percebeu
que a água à volta do seu corpo se agitava, ao mesmo tempo em que a
sua mente parecia recolher o olhar perdido no futuro, trazendo-o para
aquele momento de uma experiência tão diferente: Começou a prestar
atenção à temperatura da água, à brisa que acariciava o seu rosto; sentiu
o calor morno do sol e foi-se permitindo experimentar as sensações do
momento. Amor, sempre presente e atencioso, aproximou-se dela e
perguntou-lhe o que estava acontecendo e Ansiedade lhe falou sobre as
novas sensações. Amor a abraçou, dizendo-lhe que deixasse sair todas
as expectativas em relação ao futuro, para que ela pudesse curtir melhor
o presente e ela assim o fez. Depois de esvaziar tudo, disse que, agora,
não sabia mais quem era nem como se chamava. Amor então lhe disse
que ela poderia escolher um nome de criança, com um significado bem
bonito, que tivesse mais a ver com ela mesma. A menina fechou os olhos
por um momento e depois, sentindo-se animada, disse que gostaria de se
chamar Alice. O Amor lhe explicou que os nomes das pessoas
representam sua função na vida e que Alice tinha o significado de
qualidade nobre e seria um bom nome para ela. Alice sorriu, agradecida e
começou a caminhar, calmamente pela areia, com seus pezinhos
descalços, curtindo também a sensação de pisar ora nas areias secas e
fofas, aquecidas pelo sol, ora nas areias úmidas, onde as águas mornas
chegavam mansamente e banhavam os seus tornozelos...
A menina ficou ali refletindo sobre quantas vezes havia perdido a
oportunidade de aprendizagens bem interessantes, por estar sempre
correndo de uma experiência para outra, até mesmo na hora das refeições,
quando sua mãe ralhava com ela, por querer comer vendo televisão ou
olhando a telinha do celular. Percebeu que existe tempo para todas as
coisas e que é possível agradecer a Deus pelo alimento, saborear a
comida e fazer de cada refeição um momento de encontro e conversas
agradáveis com a família. Assim pensando e decidida a viver no tempo
presente, Alice foi acompanhando a experiência de cada um de seus
colegas de turma, ao entrarem nas águas da Ilha da Transformação,
observando como despertavam para um novo modo de ser.
Atenção: A próxima viagem do AVIÃO DO AMOR será no dia 12/01/25,
quando outra criança viverá uma nova transformação, acompanhada pelo
AMOR, Quem será? 
(Sugestão de cor para este capítulo: Azul)

Sueli Meirelles, em Nova Friburgo, 12 de novembro de 2024.

Direitos Autorais Reservados. Pode ser impresso e distribuído, com
citação da Fonte e autoria. Site. www.institutoviraser.com
Whatsapp: 55 22 99955-7166

quinta-feira, 24 de outubro de 2024

AVIÃO DO AMOR - Capítulo 2 - Viagem à Ilha da Transformação

 




Capítulo 2: Viagem à  Ilha da Transformação

  Muito entusiasmado com seu avião, Amor deu asas à imaginação e começou a planejar qual seria a primeira viagem com seus colegas da turma de emoções, da Escola da Vida. Primeiramente pensou em levar os melhores alunos mas, em seguida, percebeu que esta viagem seria mais útil para os colegas de turma que tinham mais dificuldades de aprendizagem. Então, convidou a Ansiedade, o Orgulho, a Inveja, a Ganância, a Tristeza, o Medo, a Raiva e a Dor, pensando que viver uma experiência de transformação faria muito bem a todos eles.

A princípio surpresas com o convite, mas também curiosas por saberem como seria esta aventura, as crianças foram entrando no avião: A primeira, como sempre muito apressada, foi a Ansiedade. Sentou-se bem lá na frente, para que pudesse ver tudo e antecipar as novidades; a Inveja pensou que gostaria de ter ocupado o primeiro lugar, mas sentou-se onde era mais fácil; a Tristeza, como sempre desanimada, não quis escolher nada e sentou-se onde estava vazio; a Raiva entrou no avião de cara feia e a Dor encolheu-se num banco, bem no cantinho.

Ainda sobrevoando a ilha, dava para ver o mar ao redor, que apresentava uma linda cor violeta, enquanto as ondas espumadas se desfaziam nas areias brancas, como se estivessem se espreguiçando. Um lugar realmente mágico para viver novas experiências. O voo foi bastante tranquilo e o Avião do Amor aterrizou na pista da Ilha da Transformação. Do aeroporto, as crianças foram levadas para uma pequena pousada próxima à praia, com acomodações e cuidados para todas. Depois de estarem bem acomodadas, as crianças vestiram suas roupas de banho para irem até a praia. Imagine o que vai acontecer no próximo capítulo!

Com este capítulo impresso em papel A4, sugira que as crianças pintem com lápis de cera violeta e façam uma dobradura de origami, formando um avião, como ensinado no  link postado no primeiro capítulo.

A próxima viagem do AVIÃO DO AMOR será no dia 12/12/24, quando teremos uma nova aventura comandada pelo AMOR, compartilhado no grupo do Projeto, através do Whatsaqpp 55 22 99955-7166 e também na página pessoal de Sueli Meirelles, no Blog e no Facebook.

Sueli Meirelles, em Nova Friburgo, 12 de novembro de 2024.

Direitos Autorais Reservados. Pode ser impresso e distribuído, com citação da  Fonte e autoria. Site. www.institutoviraser.com





sexta-feira, 27 de setembro de 2024

AVIÃO DO AMOR - Primeiro Capítulo - Apresentação


AVIÃO DO AMOR

Um Livro para crianças de 7 a 70 anos ou mais

Capítulo 1: Apresentação

Você sabe o que é amar? Amar é desejar o bem do outro. Por isso, o verdadeiro Amor inclui Respeito, Perdão e Compaixão e pode ser expresso através do olhar, do sorriso, atenção, gentileza, carinho e cuidado com o bem-estar de todos.

Neste pequeno livro,  em 15 capítulos, publicados até dezembro de 2025, vamos contar as aventuras de AMOR, um lindo menino de oito anos, a idade da inteireza, quando ele começa a alçar voo em suas próprias ideias, rumo à adolescência e vida adulta, com um novo olhar sobre o mundo.

AMOR é filho de Papai e Mamãe do Céu que, em seu aniversário, lhe deram de presente um avião, para que ele realize os melhores desejos do seu coração amoroso. Em cada voo, AMOR vai convidar colegas de turma da Escola da Vida, para fazerem muitas viagens a lugares nunca imaginados. E vocês, crianças que receberam este avião, estão convidadas. A cada mês, AMOR fará uma nova viagem e vocês poderão pegar o seu bilhete entrando em contato com a Autora, Sueli Meirelles, pelo Whatsapp

                         55 22 99955-7166

Vamos criar um grupo de participantes do projeto. Agora que você já conhece o AVIÃO DO AMOR, pegue um papel A4 na cor rosa e imprima somente o texto do que está escrito aqui (sem a foto), para convidar mais crianças.  Com o texto impresso, faça uma dobradura de origami, formando um avião, como ensinado neste link

https://www.youtube.com/watch?v=1q9TBXVSWAc

Você pode fazer quantos aviões desejar e oferecer às crianças que conhece e também doar aos alunos pequenos de escolas próximas, no dia 12/10/24, Dia das Crianças. Atenção: A próxima viagem do AVIÃO DO AMOR será no dia 12/11/24, quando teremos uma nova aventura comandada pelo AMOR, compartilhada no grupo do Projeto.

ENTRE EM CONTATO DESDE JÁ!!

 

Sueli Meirelles, em Nova Friburgo, 12 de Setembro de 2024.

Direitos Autorais Reservados. Pode ser impresso e distribuído, com

citação da Fonte e autoria. Site. www.institutoviraser.com


terça-feira, 24 de setembro de 2024

IGNORÂNCIA EM TEMPOS INFORMACIONAIS - Comportamento

 


                                                              Cícero, Pensador Grego


               Se iniciarmos esta reflexão apenas em termos de Brasil, historicamente descobriremos que, na época em que ainda éramos colônia de Portugal, não era permitido que nem mesmo os senhores de terras brasileiras pudessem encomendar livros vindos da Europa. Muitos nem sabiam ler.

          Com a vinda da Família Real Portuguesa para o Brasil vieram os livros e também o acesso à aquisição dos mesmos, além da possibilidade de que as famílias mais abastadas enviassem seus filhos para estudar na Europa, iniciando-se um intercâmbio cultural entre os dois continentes. Mas, levando-se em consideração que as cartas, única forma de comunicação existente na época, demorassem trinta dias para serem levadas do Brasil para Portugal e mais trinta dias para as respostas chegarem ao Brasil, podemos imaginar a extrema lentidão dessa forma de comunicação, quando comparada aos recursos instantâneos de nossos tempos informacionais.

          Com o passar do tempo, novos recursos foram sendo criados de modo exponencial, passando pelo Telégrafo, rádio, telefone fixo; a TV no final dos anos 40, atualmente com 44 canais de TV aberta, no Brasil, perdendo a atenção dos telespectadores para os 12 mil canais disponíveis no youtube, inclusive o meu; a internet, primeiramente como meio de troca de informações entre as Universidades, nos anos 80, para depois ser comercializada e o celular  comercializado a partir dos anos 90.

Em 2005, passamos a ter acesso ao Google, que nos oferece todo tipo de informação, como um verdadeiro arquivo virtual da história da humanidade,  até chegarmos às comunicações em tempo real, através do Whatsapp, com qualquer pessoa, em qualquer ponto do planeta. Mas, ficam aqui algumas [1] perguntas:_Por que, em tempos de tantas informações virtuais disponíveis, vemos tantas pessoas  desinformadas? Por que o número de acessos às notícias sobre a vida alheia e o quotidiano superam, em milhares, as informações que poderiam ser úteis ao desenvolvimento humano?

Com os níveis de ansiedade chegando a limites extremos, quase ninguém se dispõe a assistir algo além de 10 minutos ou ler algo além de uma página, num desenfreado acumulo de estímulos informacionais muitas vezes sem conteúdo construtivo e sem sequer dar tempo para que o próprio cérebro processe a informação recebida e a arquive como célula de memória.

          Alcançando altos níveis de stress informacional e emocionalmente dependentes de seus celulares, a humanidade aguarda, sem saber, uma mudança efetiva nos meios informacionais, que necessitam de uma urgente análise qualitativa dos conteúdos disponíveis, principalmente daqueles que são oferecidos às nossas crianças.

          Diante de tudo isto, indagamos:_ Qual será o futuro da nossa civilização, se algo não for transformado neste cenário?

                    Sueli Meirelles, em Nova Friburgo,  24 de Setembro de 2024.

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sábado, 10 de agosto de 2024

O POVO E A LINGUAGEM - Comportamento


    Em minhas andanças pelo dia a dia da vida, presto muita atenção se as pessoas com quem converso estão realmente compreendendo o significado do que estamos falando ou o significado do conteúdo das notícias que estão sendo divulgadas, em tempos de narrativas manipulativas, com o objetivo de gerar polêmicas virtuais.

    Um dos termos que descobri que pode gerar conflitos é o termo técnico “tombado”. Como sempre, fui ao Dicionário online e encontrei os seguintes significados: O que tombou; que caiu ou foi derrubado; Inclinado para o lado; que deslizou; inclinado; morto; aquilo que está num inventário de bens móveis; que foi registrado por sua relevância histórica, artística, paisagística, sendo merecedor de proteção e que, com esse registro, passa a ser administrado por uma legislação específica.”

    Diante desses duplos sentidos, quantas críticas e comentários poderão surgir diante da notícia de que o Patrimônio Histórico de uma cidade “tombou” um prédio antigo? Alguns dirão: Que absurdo derrubar um prédio tão importante! E, a partir daí começarão uma discussão com prós e contras ao tombamento do imóvel, sem saberem exatamente sobre o que estão discutindo.

    Recentemente, vi no noticiário uma narrativa, colocando em dúvida se o Brasil faz parte da América Latina, considerando a grande diversidade racial do povo brasileiro e, mais uma vez, recorri à Web, para verificar a pertinência da dúvida, encontrando esta definição na Wikipédia:“A América Latina (em castelhanoAmérica Latina ou Latinoamérica; em francêsAmérique latine) é uma região do continente americano que engloba os países onde são faladas, primordialmente, línguas românicas (derivadas do latim) — no caso, o espanhol, o português e o francês — visto que, historicamente, a região foi maioritariamente dominada pelos impérios coloniais europeus Espanhol e Português.”

    Como já expliquei em artigo anterior, narrativas são apenas opiniões sem fundamentação, que exprimem o desabafo de quem fala. Desse modo, o questionamento sobre o nosso país fazer parte ou não da América Latina evidencia uma distorção de significado, cm objetivo de gerar polêmicas e discussões, já que a denominação se refere aos países da América que falam idiomas derivados do Latim, como o português, castelhano e o espanhol, sem nenhuma relação com questões raciais.

    Observando esses detalhes, verificamos que o empobrecimento cultural e linguístico pode ser um excelente instrumento para enfraquecer, dividir e dominar um povo, levando-o a desperdiçar energia em discussões inúteis, que geram animosidade, dividem famílias e separam amigos, atendendo aos objetivos do sistema dominante. Portando, antes de discutiram qualquer assunto, fiquem atentos e procurem se informar mais sobre o tema da discussão provocada.

                             Sueli Meirelles em Nova Friburgo, 09 de Agosto de 2024.

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quinta-feira, 8 de agosto de 2024

IMPOR OU COMPOR? Comportamento

 

               O aspecto mais importante da comunicação interpessoal é a compreensão do significado dos termos utilizados. Em tempos de discussões através das redes sociais, as pessoas tentam impor sua visão de mundo, gerando desgastes mútuos em intermináveis polêmicas, através das quais cada parte quer ter a sua visão de mundo reconhecida pelos demais contendores.

          Quando recorremos ao Dicionário online, buscando o significado de cada termo, encontramos o seguinte:Significados de Impor: Obrigar; fazer com que seja obrigatório: exercer certa influência sobre alguém; imposição; estabelecer normas; colocar em vigor; fazer vigorar; Infligir; aplicar pena, castigar. Significados de Compor: Formar um todo, juntando diferentes partes; composição; criar como novo; produzir, inventar: participar de, integrar.”

                    Como profissional do comportamento, atuando em mediação de conflitos conjugais, familiares, profissionais e sociais, percebo, por detrás de tudo isso, alguns componentes que, quando compreendidos, podem conduzir ao verdadeiro diálogo interpessoal. Em primeiro lugar, os comportamentos de oposição têm origem nas necessidades emocionais não atendidas na infância; na necessidade de a criança ser vista, acolhida, compreendida e atendida em suas expectativas ou ter as devidas explicações sobre os reais impecilhos a sua solicitação. Quando isso não acontece, a parte psíquica criança, que continuará existindo no inconsciente do adulto emocionalmente mal resolvido, quando voluntariosa, irá desenvolver um comportamento de oposição diante de cada situação que se apresente, como forma de chamar atenção para si mesma, como se concluísse: “É melhor ter alimento afetivo ruim do que não ter nenhum alimento!”. Além disso, nesses mesmos tempos informacionais, por incrível que pareça, cresce a desinformação e o nível de ignorância sobre o significado das palavras, levando as pessoas a falarem sem efetivamente se comunicarem.

          A composição, por sua vez, tem o sentido de que cada lado pode contribuir para um objetivo em comum, doando o melhor de si mesmo. Se tomarmos o exemplo da composição musical, cada nota, associada a um conjunto de outras notas, constituem os três componentes da estrutura musical: Melodia, harmonia e ritmo, significando um conjunto organizado e integrado de sons. Se ampliarmos esta compreensão para a estrutura de uma orquestra, iremos perceber que cada músico tem a sua posição na orquestra, tocando o seu instrumento em momento específico, seguindo uma partitura musical, sob o comando da batuta do maestro, que sintetiza o tempo de todos, a partir do seu próprio tempo.

Então, com base nestas reflexões, se cada pessoa envolvida numa discussão presencial ou virtual, reservar um tempo para identificar a contribuição da divergência, para o seu desenvolvimento pessoal, poderá identificar os componentes emocionais subjacentes ao conflito, conseguindo orientar sua fala no sentido de não impor sua visão de mundo ao outro e, ao mesmo tempo perceber que não precisa ter a aprovação de outras pessoas para a sua visão, já que cada uma tem direito às suas próprias razões, em seu campo pessoal de ação, cujo limite é o campo de ação dos outros. Em todos esses casos, o autoconhecimento profundo, permite que os conteúdos emocionais inconscientes sejam previamente esvaziados, em contexto adequado, reduzindo os gatilhos disparadores de conflitos e permitindo que as pessoas possam chegar a compor, cada uma contribuindo com o melhor de si mesmas para a solução dos problemas.

          Então, depois destas simples explicações, quando estiver numa situação de conflito, pergunte a si mesmo (a): Qual o gatilho emocional que está sendo ativado dentro de mim e como posso, efetivamente, trazer a luz da consciência e do esclarecimento aos pontos obscuros de uma discussão?

 

                                   Sueli Meirelles, em Nova Friburgo, 08 de Agosto de 2024

 

segunda-feira, 22 de julho de 2024

MUDANÇA DE PARADIGMA E PESQUISA DA CONSCIÊNCIA - Questionamentos


    Como pesquisadora graduada pela Universidade Gama Filho, há 38 anos realizo estudos independentes pelo Instituto Vir a Ser, sobre fenômenos de ampliação de consciência, com o objetivo de integrar Psicologia e Espiritualidade na prática clínica, com fundamentação na proposta de Pierre Weil, Doutor em Psicologia pela Universidade de Paris e introdutor da Psicologia Transpessoal no Brasil. Suas pesquisas datam de 1975 e, mais do que nunca, podem ser consideradas pioneiras, despertando o interesse das Universidades, em tempos atuais.

    Os casos clínicos transpessoais catalogados no Instituto, estão publicados no Blog do Carrossel de Luz e alguns já foram apresentados em Congressos promovidos por Universidades brasileiras e de Portugal. Tal desafio conduziu-me a algumas reflexões sobre os critérios científicos que estabelecem as normas e  controle de variáveis das pesquisas na área de Psicologia e, mais especificamente na área de Psicologia Transpessoal, abordagem que se propõe a pesquisar os fenômenos de expansão da consciência humana. Assim sendo, convido os colegas pesquisadores, interessados neste tema, a refletirem comigo sobre cada um desses critérios. Vejamos: 

    É científico aquilo que pode ser percebido através dos cinco sentidos (nosso griffo) ou da ampliação destes, através de aparelhos de micro ou macrovisão.”

    Até recentemente consideradas órgãos vestigiais, as glândulas Hipófise e  Pineal, merecem um aprofundamento de nossos estudos. Aproximadamente do tamanho de um grão de ervilha, a glândula Hipófise, considerada uma glândula mestra, recebe do hipotálamo (centro das emoções no cérebro), as cargas emocionais convertidas em comandos bioquímicos e os distribui para as outras glândulas. Mas segundo os estudos de Sérgio Felipe de Oliveira, Médico e Neurocientista e Pesquisador, cabe à glândula Pineal, no topo do sistema glandular (Chacra Coronário), a função de transcendência e conexão, através do Eu Superior, com as Consciências Espirituais mais elevadas.

    Diante desses fenômenos, em obediência ao antigo paradigma, o cientista deve colocar-se numa condição neutra para a observação dos fenômenos, o que é questionado por Japiassú, Nilton (1975): A priori, para o âmbito deste trabalho, a expressão "mito da neutralidade científica" diz respeito à noção dominante de que a ciência deve ser neutra (ou pura) e de que cabe ao cientista assumir uma postura nula diante dos seus pré-conceitos e condicionamentos históricos, para fins de alcançar o mais amplo conhecimento.

     Ainda sobre a neutralidade do observador, Pierre Weil resumiu, num enunciado da moderna psicologia transpessoal, a seguinte fórmula:

     VR = f (EC), significando que a Vivência da Realidade (VR) é função (f) do Estado de Consciência (EC) no qual a pessoa se encontra no momento da observação.”

    Vamos então questionar: Em que estado de consciência está o pesquisador? Será ele capaz de perceber fenômenos além de seu estado de consciência habitual?

    Outro conceito que vale questionar:

    “É científico o experimento que pode ser reaplicado nas mesmas condições, obtendo-se os mesmos resultados”

    Será este critério válido para experimentos realizados com seres humanos, quando hoje sabemos do potencial de plasticidade neuronal, que pode ser definida com uma mudança adaptativa na estrutura e nas funções do sistema nervoso, que ocorre em qualquer estágio da ontogenia, como função de interações com o ambiente interno ou externo? (Phelps, 1990). 

    O Experimento da Dupla Fenda, por sua vez, sugere que:

 “Partículas subatômicas exigem comportamentos tanto de onda quanto de partícula, dependendo do contexto experimental. Esse comportamento dual é uma característica essencial do mundo quântico.”

    Por estes aspectos, questionamos como realizar uma pesquisa científica, utilizando, por exemplo, os rigorosos critérios da análise sistemática com o objetivo de acompanhar os fenômenos de expansão de consciência, sem que possamos controlar as variáveis intervenientes que estarão atuando sobre o contexto da pesquisa? Como desconsiderar o estado de consciência em que o pesquisador se encontra, no momento em que realiza uma pesquisa? Como reaplicar um experimento e obter os mesmos resultados se o sujeito do experimento irá realizar suas adaptações neuronais para uma nova postura diante de uma situação? Aliás, isto é o que verificamos ao reaplicarmos as técnicas de Reprogramação Mental, num mesmo paciente, constatando significativas mudanças de atitude diante das mesmas situações, a partir da primeira aplicação. Como poderemos objetivar a subjetividade do psiquismo humano, para que nossas pesquisas possam atender a estes critérios? Ou teremos, primeiramente, que promover a necessária mudança paradigmática, construindo um novo modelo científico, mais compatível com as novas funções psíquicas de seres humanos despertos para novos níveis de realidade? Deixo aqui, aos colegas pesquisadores, estas indagações para as quais ainda não temos um consenso científico...

                        Sueli Meirelles, em Nova Friburgo, 22 de Julho de 2024