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quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

REFLEXÕES SOBRE A TRAGÉDIA DE SANTA MARIA

Sueli Meirelles[1]
            Em 2011, vivenciamos, aqui em Nova Friburgo, os estragos de uma tempestade sem precedentes, que alguns denominaram de catástrofe[2]; outros chamaram de calamidade[3]; e que todos vivenciaram como uma grande desgraça[4]. Podemos dizer o mesmo, em relação ao ocorrido no último Domingo, na cidade de Santa Maria, geograficamente localizada no coração do Rio Grande do Sul e conhecida como cidade cultura, por abrigar uma das maiores Universidades públicas do Brasil, a UFSM – Universidade Federal de Santa Maria, atualmente com cerca de 27.000 alunos, em seus cursos de graduação e pós-graduação. E agora, o coração do RGS está de luto, pela perda de mais de 200 jovens, que pereceram pisoteados ou asfixiados, no incêndio ocorrido no dia 27/01/13, na Boate Kiss, onde promoviam um evento, para angariar fundos financeiros para as formaturas... Jovens promissores; esperança de um futuro melhor para o nosso país!
Por que então pereceram? Estarão se perguntando, muitos, que estão fora desse infortúnio. A mesma pergunta, certamente, estará no coração dolorido dos pais, ao perderem um “pedaço de si mesmos”. Esse porque, certamente, também deverá ser o centro de questionamento dos responsáveis legais pelo nefasto acontecimento. Três diferentes lados de um mesmo acontecimento: As vítimas, seus parentes, e os responsáveis.
Como testemunhas televisivas em tempo real de notícias planetárias, somos envolvidos pela egrégora[5] dos acontecimentos, e conduzidos às mesmas indagações e reflexões: Qual o sentido das calamidades, catástrofes, que lançam nossos irmãos evolutivos na infelicidade e na desgraça? Qual o sentido para o fato de que, repentinamente, suas vidas sejam ceifadas ou mudem de rumo? Qual o sentido para o terrível sentimento de perda de significado de suas vidas, que antes seguiam caminhos considerados normais, tais como dormir, acordar, estudar, divertir-se, trabalhar... Qual a nova direção, seguida por uma comunidade que vivencia tão terrível experiência? Certamente precisamos extrair algo de útil de tudo isso, ampliando nossas percepções para o sentido de vida eterna, para que ela não seja apenas estúpida, cortando vidas em desenvolvimento. Daí, nossas reflexões:
1.    Quantas novas medidas de segurança serão exigidas das boates de todo o planeta, depois desse triste acontecimento?
2.    Quantas fiscalizações, quase sempre empurradas para depois, serão efetivadas, agora?
3.    Quantas novas leis e medidas serão baixadas, coibindo o descaso e desrespeito à vida?
4.    Quanto esse episódio contribuirá para o despertar da consciência dos empresários da noite?
5.    Quantas novas bandeiras e ideais serão levantados pelos pais desses jovens, com medidas de proteção à vida de outros jovens?
6.    Quanto, as novas gerações serão beneficiadas por essas medidas?
7.    Quantos diálogos entre pais e filhos, estão surgindo, nos lares, ao redor do planeta, sobre aos riscos das diversões noite a fora?
8.    Que outras opções de laser poderão ser descobertas, que sejam mais saudáveis e seguras?
            Esse acontecimento conduzirá nossa sociedade global a reflexões sobre a artificialidade que se instalou em nossa cultura, quase sem ser percebida, promovendo o retorno a formas mais  naturais  e harmônica de viver.
            Esse triste evento transforma esses jovens em missionários, na promoção de mudanças que resgatarão a qualidade de vida e segurança de milhares de outros jovens, em futuras gerações. Mais uma vez, tudo na vida tem um sentido e um propósito. De alguma forma, todos os envolvidos acabam sendo instrumentos, para o aperfeiçoamento da própria vida. Que possamos retirar preciosas lições de tudo isso, para que suas mortes não tenham sido em vão...




[1] Psicóloga Clínica do CIT – Colégio Internacional de Terapeutas
Idealizadora do PRODET – Programa de Dessensibilização de Experiências Traumáticas implementado em Nova Friburgo, em 2011.
[2]CATÁSTROFE: Grande desgraça, acontecimento funesto, calamidade. Fim lastimoso. Fonte: Dicionário Virtual.
[3] CALAMIDADE: Desgraça pública, catástrofe, desastre: a fome, a guerra são calamidades.
Infortúnio que atinge uma pessoa ou um grupo de pessoas. Fonte: Dicionário Virtual.
[4] DESGRAÇA: Acontecimento lamentável, funesto; infortúnio, desventura, infelicidade, desdita. Fonte: Dicionário Virtual
[5] EGRÉGORA: ou egrégoro para outros, (do grego egrêgorein, Velar, vigiar), é como se denomina a entidade criada a partir do coletivo pertencente a uma assembleia, ou seja, é um campo de força criado no Plano Astral a partir da energia emitida por um grupo de pessoas através dos seus padrões mentais e emocionais. Fonte: Dicionário Virtual.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

NOVA FRIBURGO: Cidade Turística?

 Sueli Meirelles[1]
Na semana entre Natal e Ano Novo, O Turista veio do Rio de Janeiro, para comemorar o aniversário de familiar residente em Nova Friburgo. Com dificuldades, a família conseguiu reservar uma mesa para o grupo, num bom restaurante da cidade (existem muitos), mas foi avisada para que chegassem a tempo, pois todo o comércio, aqui, fecha cedo. Durante o jantar, em conversa informal, o garçom disse que trabalhou muito durante o ano inteiro e precisava descansar, expressando alegria pelo merecido intervalo. O Turista sentiu-se como um intruso indesejado e reagiu com descontentamento. Ainda assim, resolveu ficar para passar o Reveillion com a família, em Nova Friburgo, e ligou para vários restaurantes e hotéis. Gradativamente, foi sendo informado de que a maioria deles não teria eventos. Quase desanimando, conseguiu reservar uma vaga num hotel tradicional da cidade, onde decidiu também se hospedar (Bom par o hotel).
No primeiro dia do ano, a família combinou se encontrar para o almoço e surgiram novas dificuldades. Muitos restaurantes estavam fechados. Depois de várias pesquisas, almoçaram num restaurante comercial, no centro da cidade. O Turista sentiu-se confuso e, com sua visão de comerciante de grande centro cosmopolita, indagou: _ Por que uma cidade tão bonita como Nova Friburgo, não investe mais em sua imagem de cidade turística? Por que uma cidade tão cheia de belezas naturais, com um clima privilegiado, não faz propaganda maciça sobre essas riquezas, para os sufocados e estressados habitantes do Rio e de São Paulo? Por que uma cidade situada numa área de produção horti-fruti-granjeira, que deixa maravilhados os que vem de fora, não tem uma estrutura de funcionamento que de suporte ao movimento turístico? Por que as já famosas lojas de lingerie não aproveitam o período de festas de fim de ano, para promoverem ofertas e aumentarem suas vendas, tendo como foco os turistas? Por que a cidade não promove eventos temáticos, que possam se tornar tradicionais e atrair turistas de várias partes do Brasil e do exterior? Não existem aqui 12 colonias de imigrantes? E os Festivais de Inverno? Não poderiam receber mais apoio de todos, inclusive com divulgação através do Facebook, trazendo belos espetáculos, a exemplo do que aconteceu nos anos de 2010 e 2011 (apesar da catástrofe ocorrida) e que surpreendeu os que aqui vieram, pela qualidade dos eventos? Será que os friburguenses não percebem o alto potencial turístico de sua cidade, que tem a oferecer justamente aquilo que os grandes centros urbanos não conseguiram preservar?
O Turista despediu-se de seus familiares, lamentando o ocorrido. Por fim, perguntou pelo teleférico, onde tempos atrás havia passado bons momentos, comendo deliciosos petiscos, jogando boliche e apreciando a vista panorâmica da cidade.
Diante de tudo isso, fica para nós, friburguenses legítimos ou adotivos, um espaço de reflexão, para o desenvolvimento de novas estratégias que possam impulsionar o turismo em nossa cidade, captando eventos como feiras e congressos capazes de atrair o público mais qualificado, em busca de aprimoramento pessoal e profissional; formadores de opinião, que poderão levar boas e confiáveis notícias de Nova Friburgo, atravessando o jargão trágico que já começa a comprometer a imagem da cidade, afastando-a, cada vez mais, de seu destino glorioso.
Acreditemos: Estas serras de enorme estatura, Alcançando das nuvens o véu, São degraus colocados na altura, São escadas que vão para o céu (Estrofe do Hino de Nova Friburgo).




[1] Psicóloga Clínica do CIT – Colégio Internacional de Terapeutas
Membro da ALUBRAT – Associação Luso Brasileira de Psicologia Transpessoal
MBA em Gestão de Projetos na Abordagem Transdisciplinar (UNIPAZ – Universidade Internacional da Paz)