Tradução

quinta-feira, 30 de julho de 2015

TERAPIA



Fazer Terapia?
Quem diria!
Nunca pensei em tal coisa!
Essa tal de Terapeuta,
Como ousa?

Remexer minhas memórias mais profundas;
Ordenar minhas idéias mais fecundas;
Levar-me à despedida de conceitos arraigados,
Para substituí-los por pensamentos renovados?

RESISTI! RESISTI, SIM!

Para, depois, descobrir, junto com ela,
Os infinitos recursos que habitam a minh’alma,
Trazendo-me o consolo, a paz e a calma,
Por saber que em meu interior,
Habita um Sábio,
Com um coração pleno de amor.

Pronto para ser um Servidor.


Sueli Meirelles em 08/05/05
Site www.suelimeirelles.com

quinta-feira, 16 de julho de 2015

CONSIDERAÇÕES SOBRE O EGO



            No dia-a-dia das relações humanas, observamos que o convívio entre as pessoas, está cada vez mais estressante. Quer seja no ambiente familiar, profissional ou social, aumentam, cada vez mais, os entraves a serem superados a cada momento. Afinal, o que está acontecendo? Qual a fonte e origem de todos esses desentendimentos, que sugam nossas energias, que poderiam estar sendo utilizadas de forma mais produtiva?
            O primeiro passo para a compreensão da origem dos conflitos foi dado por Sigmund Freud, quando, em sua teoria da personalidade, postulou a existência de uma parte psíquica, a qual denominou Ego. Lingüisticamente, o ego é assim definido: “Nome dado em Psicanálise à parte psíquica intermediária entre o id e o superego, ou seja o mundo dos instintos e o mundo exterior.” Na mesma página 374, do Dicionário da Língua Portuguesa, editado pela Câmara Brasileira do Livro, em 1971), encontramos, ainda os termos derivados deste constructo:Egocêntrico - que tem por centro o próprio eu; Egocentrismo – Atitude daquele que tudo refere ao próprio eu; Egoísmo – amor exagerado ao bem próprio, com desprezo ao dos outros. Egoísta – Diz-se da pessoa que só trata de seus interesses. Ególatra – Pessoa que tem o culto de si mesmo. Egotismo – Sentimento exagerado da própria personalidade.
                A partir destas definições, podemos, aqui, tecer algumas considerações sobre o Ego Humano: Em sua função psicológica mais específica, o ego é a instância psíquica que corresponde ao adulto, dentro de cada um de nós. Cabe a ele realizar a intermediação entre os nossos desejos (positivos ou negativos) e as regras e valores sociais (éticos), que nos foram transmitidos pela educação familiar e pela cultura da sociedade em que vivemos. A primeira questão é que, mesmo as pessoas cronologicamente adultas podem não ter um ego amadurecido o suficiente para sobrepor-se aos desejos, muitas vezes deixando-se dominar por eles. Este é, por exemplo, o caso da exacerbação do desejo material, quando, para justificar a ganância desmedida, o indivíduo se utiliza, principalmente do mecanismo defensivo de racionalização, para justificar suas ações prejudiciais ao patrimônio alheio. O mesmo pode ocorrer em relação aos desejos sexuais, e aos desejos de poder que, juntamente com o desejo material constituem os três principais pontos de conflitos interpessoais, situados no nível da personalidade, a máscara social utilizada nas relações com o mundo externo.
               Em relação ao domínio dos desejos sexuais temos, como exemplo, a séria crise de paternidade estabelecida na sociedade de hoje, na qual a liberdade exacerbada abre espaço para que as relações sexuais ocorram, antes mesmo que o casal tenha identificado as afinidades e os objetivos de vida em comum, necessários para um relacionamento duradouro, gerando disputas jurídicas posteriores,  pela posse das crianças, atualmente tão comuns.
            Em relação ao desejo de poder, encontramos os infindáveis casos de exacerbação do ego, principalmente nas áreas de atuação profissional e política, onde surgem as disputas por cargos, placas de inauguração, prestígio e influências sociais... E todas as demais ilusões que podem afetar o nosso ego, neste mundo material (e materialista) no qual vivemos. É nesse ponto que surge a nossa tarefa pessoal e intransferível: Evoluir dos desejos insaciáveis do Ego, para a missão existencial do Self, nosso Eu Superior, onde encontramos, efetivamente, as nossas melhores qualidades; quando conseguimos nos colocar na difícil condição do “nu psicológico”, no qual a nossa sombra e a nossa Luz Interior são trazidas ao consciente, para que a primeira seja transcendida e a segunda, integrada. Neste oitavo estado de consciência (considerado um estado superior, somente possível de ser alcançado através da vivência da religiosidade; do nosso encontro com Deus), apoiados sobre o melhor de nós mesmos, conseguimos ter a coragem de olhar para o pior em nós, para descobrirmos que somos todos, sem exceções, alunos da escola da vida, onde cada experiência que atravessa os nossos caminhos existenciais é uma oportunidade de transformação interior.
            Neste momento em que as relações humanas estão tão difíceis, encontrar um momento de contato com o Eu Superior, pode nos ajudar, e muito, a atravessarmos, principalmente, os aspectos inferiores de nossas personalidades, que nos impedem de tomarmos a direção do que as Tradições Religiosas denominam de Retorno à Casa do Pai.
            Dentro de uma leitura metafórica (a linguagem do inconsciente) esta Casa, onde podemos encontrar a paz interior, tão escassa no mundo atual; este lugar ideal, que procuramos em tantos lugares; este estado de serenidade e aceitação de tudo aquilo que volta a cada um de nós, porque, em algum momento do tempo foi o que lançamos ao mundo; este Templo Pessoal a ser levantado a cada dia, a cada passo, em cada encontro e desencontro, é a construção do Ser Humano que viemos ser, conseguida pela subordinação dos nossos aspectos inferiores de personalidade (movidos pelos desejos), ao domínio da nossa individualidade, onde o verdadeiro Ser, espera, no silêncio, para ser por nós revelado...

Sueli Meirelles:  Psicóloga Clínica do CIT – Colégio Internacional de Terapeutas
Pesquisadora de Fenômenos Psicoespirituais
Site: www.suelimeirelles.com
suelimeirelles@gmail.com


sexta-feira, 10 de julho de 2015

66 = 12 - Poema

Sincronicidade: Recebi inspiração para escrever um poema, como agradecimento pelos meus 66 anos de trajetória evolutiva. Buscando no Google uma imagem que correspondesse ao tema, encontrei este versículo. Maior benção, impossível. Gratidão aos Céus pela Vida!



66
Dobradinha de fé
Que nos sustenta em pé.

66
Igual a 12
Que resulta em 3,
Do modo que Deus nos fez,
À sua imagem e semelhança,
Com Força, Amor e Temperança,
Para a vida atravessarmos,
E a todos amarmos,
Sem preconceito ou desconfiança.

Nesta data,
Sentindo-me grata,
Contemplo o caminho percorrido,
Com o coração florido,
Por saber que, sob o olhar de Deus,
Tenho todos os amigos meus,
A família e o companheiro de ouro,
Bem maior e mais duradouro,
Que torna os dias amenos,
E os pensamentos serenos,
 Acima dos bens terrenos.

Gratidão,
Gratidão,
Gratidão,
           Por toda a Comunhão.      


   Sueli Meirelles, Nova Friburgo, em 10/07/15

Site: www.suelimeirelles.com

quinta-feira, 2 de julho de 2015

O VÍCIO DA OBRA


            Vivemos num plano de dualidade, onde os opostos podem ser compreendidos como complementares: Alto e baixo, claro e escuro... Prover e cuidar...
 Enquanto o prover caracteriza o aspecto masculino da geração, da construção do novo, o cuidar caracteriza o aspecto feminino da manutenção e conservação daquilo que foi gerado ou construído. Assim, se tomarmos como exemplo o convívio familiar, perceberemos que, mesmo em tempos atuais, em que as atribuições masculinas e femininas estão cada vez mais integradas, o prover e o cuidar servem de base para o funcionamento das relações familiares e sociais equilibradas. Ex: São tarefas de provimento comprar ou alugar uma casa, um carro, mobilhar a casa, comprar roupas e utensílios, fazer o jardim... Organizar a casa, fazer a manutenção e limpeza do carro, lavar e passar as roupas, lavar os utensílios e molhar as plantas são tarefas do cuidar. Se considerarmos esses dois aspectos em relação á criação dos filhos, teremos: Comprar material escolar para as crianças, dentifrício e escova... São atribuições do prover; Ensinar o dever às crianças e ensiná-las a escovar os dentes... São atribuições do cuidar, sejam essas tarefas realizadas pelo pai ou pela mãe. O problema em relação ao ponto de equilíbrio entre essas duas funções surge, quando, por exemplo, os pais compram o material escolar para os filhos, mochilas da moda... E não as acompanham nos deveres escolares. Os problemas surgem, quando, apesar de terem escovas dentárias atrativas e decoradas com os super-heróis, as crianças não são orientadas a escovarem os dentes, após as refeições. Tal procedimento transforma os objetos adquiridos em mero acúmulo de produtos de consumo, sem que eles cheguem a ser utilizados, efetivamente, na função para a qual foram criados e adquiridos. Se esse desequilíbrio entre o prover e o cuidar, no âmbito familiar é suficiente para desorganizar a vida, na medida em que extrapola para o âmbito municipal, estadual e federal, respectivamente, assume proporções caóticas, que geram um alto custo para a população, que confiou a função administrativa de sua casa comunitária (seja a cidade, o estado ou o país) ao “síndico” que elegeu, acreditando em suas habilidades e competências para o exercício do cargo ao qual se candidatou. Tomando o exemplo do gerenciamento da casa acima exposto, imaginemos como o desequilíbrio entre o prover e o cuidar tornam-se danosos à nossa sociedade: Um governo pode construir escolas e largá-las ao abandono; pode construir hospitais, inaugurá-los com muito alarde publicitário e não adquirir nem medicamentos nem instrumentos de intervenção, necessários ao seu funcionamento; pode reformar uma praça e fazer um lindo jardim, que depois ficará a espera de chuvas oportunas, para que seja regado. A isso, chamamos de “Vício da Obra”, uma tendência de predomínio do padrão masculino do prover sobre o padrão feminino do cuidar que, na maioria das vezes objetiva acordos regidos por interesses pessoais e licitações nem sempre muito éticas.
 Nossa sociedade está carente de cuidados, para que aquilo que foi adquirido na gestão anterior, por ter sido obra de outro, não seja deixado de lado, por mais útil que seja para a comunidade, gerando desperdícios dos recursos públicos.
Que sejamos conscientes de que, os bens públicos mal administrados, ocasionarão a perda daquilo que muitas vezes foi adquirido com fins eleitoreiros, para depois, simplesmente ser abandonado, como tantas vezes já vimos acontecer com máquinas, equipamentos, medicamentos...
Com base nessas reflexões, vamos restabelecer o ponto de equilíbrio entre o prover e o cuidar, nas diferentes instâncias administrativas da nossa sociedade? Seja em nossa casa, em nossa cidade, em nosso estado ou país, vamos substituir o vício da obra pelo saudável hábito de preservarmos aquilo que adquirimos, na maioria das vezes, às custar de tanto esforço pessoal ou coletivo? Vamos aprender a cuidar melhor de tudo o que temos?




[1] SUELI MEIRELLES: Psicóloga Clínica do CIT – Colégio Internacional de Terapeutas e Coordenadora do CIT/Nova Friburgo. Hipnoterapeuta e Terapeuta de Regressão.
 Pesquisadora, Fundadora e Coordenadora do CARROSSEL DE LUZ – Grupo de Pesquisas Noéticas
Membro do CIT/ALUBRAT/UNIPAZ/IONS
Consultora em Desenvolvimento Humano, Saúde Integral, Ecologia Integral e Educação para a Paz.