Cresce o número de casos da chamada
“Síndrome de Burnout” ou stress ocupacional, que tem como sintomas
característicos, as dores no corpo, hipertensão arterial, angústia, depressão e
ansiedade ocasionados por excesso de trabalho. Vivendo num contexto social cada
vez mais tenso e sendo cada vez mais exigido pelo competitivo mercado de
trabalho, o indivíduo que não disponha de meios naturais de reequilibração
psíquica tenderá a ceder às pressões do meio ambiente, esquecendo-se de si
mesmo, e de suas próprias necessidades emocionais. Cada vez mais o indivíduo se
afasta de suas tendências naturais de expressão, procurando atender às
cobranças de um mundo que avalia a qualidade de vida pelos bens de consumo,
desprezando aspectos fundamentais de qualidade de vida, que não podem ser
medidos quantitativamente. Preocupado com o próprio sucesso profissional, o
indivíduo vai deixando de lado os prazeres simples que alimentavam seu lado
emocional, transformando-se numa verdadeira máquina de trabalho. Com o passar
do tempo, ele entra num estado de desgaste e falta de motivação, apresentando
queda da capacidade produtiva, da atividade sexual e do prazer de viver, em
geral.
As dores no corpo são decorrentes do
estado permanente de alerta, que mantém a musculatura tencionada, diante de uma
ameaça real ou imaginária. O psiquismo se prepara para fugir ou lutar, quando,
na maioria dos casos, nenhum desses dois comportamentos é possível de ser
concretizado. Este estado de tensão permanente provoca o estreitamento das
artérias, elevando a pressão arterial, causando a hipertensão primária, pois o
sangue bombeado pelo coração precisa atravessar canais circulatórios reduzidos
pela tensão emocional. A depressão por sua vez, expressa o sentimento de
impotência diante de uma situação que o indivíduo gostaria, mas não sabe como
modificar. A ansiedade sentida, nestes casos, deve-se à expectativa de um
futuro melhor, em que estas pressões não mais ocorram, e a angústia é o
coquetel de emoções, que provoca um “aperto no peito”, como resultante dos
sintomas de pré-cordialgia, que acompanham estes casos, quando as cartilagens
que sustentam o coração, ficam inflamadas pela tensão permanente.
As pesquisas mais recentes sobre a consciência
humana mostram que o estado de consciência em que o indivíduo se encontra é
fator fundamental para a manutenção de sua saúde como um todo (física, emocional,
mental e espiritual), sem o que o dia-a-dia se transforma num arrastar pela
vida, em busca da sobrevivência.
Esse quadro de stress é expresso na linguagem diária
do indivíduo, num processo permanente de auto-hipnose negativa de lamentações,
queixas e críticas, através do que ele estabelece comandos psíquicos que o
conduzem cada vez mais em direção ao insucesso, bloqueando sua própria
capacidade de reorganizar-se mental e emocionalmente.
No tratamento da Síndrome de Burnout,
o trabalho terapêutico através de técnicas específicas de Hipnose Ericksoniana
e Reprogramação Mental consiste na identificação das cargas emocionais
causadoras dos sintomas, liberando a energia nelas contida, para o exercício de
atividades simples, que devolvam ao indivíduo o prazer de viver e a capacidade
de identificar seu próprio caminho existencial. O objetivo terapêutico é também
reconduzir a atenção consciente do indivíduo para a realização de si mesmo,
apesar das pressões externas que continuarão a existir, mas que passarão a ter
um valor relativo, compensado por metas internas mais bem definidas.
Todo este trabalho de reprogramação de estilo de
vida busca resgatar para o indivíduo o sentido de sua própria existência no
momento de vida presente. Independente das pressões que existam no mundo
externo, é preciso eliminar o desgaste desnecessário, produzido pelo medo do
insucesso profissional e das possíveis perdas financeiras, sentimentos que
acabam minando a saúde e realmente conduzindo ao fracasso profissional.