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terça-feira, 30 de setembro de 2014

STRESS OCUPACIONAL


            Cresce o número de casos da chamada “Síndrome de Burnout” ou stress ocupacional, que tem como sintomas característicos, as dores no corpo, hipertensão arterial, angústia, depressão e ansiedade ocasionados por excesso de trabalho. Vivendo num contexto social cada vez mais tenso e sendo cada vez mais exigido pelo competitivo mercado de trabalho, o indivíduo que não disponha de meios naturais de reequilibração psíquica tenderá a ceder às pressões do meio ambiente, esquecendo-se de si mesmo, e de suas próprias necessidades emocionais. Cada vez mais o indivíduo se afasta de suas tendências naturais de expressão, procurando atender às cobranças de um mundo que avalia a qualidade de vida pelos bens de consumo, desprezando aspectos fundamentais de qualidade de vida, que não podem ser medidos quantitativamente. Preocupado com o próprio sucesso profissional, o indivíduo vai deixando de lado os prazeres simples que alimentavam seu lado emocional, transformando-se numa verdadeira máquina de trabalho. Com o passar do tempo, ele entra num estado de desgaste e falta de motivação, apresentando queda da capacidade produtiva, da atividade sexual e do prazer de viver, em geral.
            As dores no corpo são decorrentes do estado permanente de alerta, que mantém a musculatura tencionada, diante de uma ameaça real ou imaginária. O psiquismo se prepara para fugir ou lutar, quando, na maioria dos casos, nenhum desses dois comportamentos é possível de ser concretizado. Este estado de tensão permanente provoca o estreitamento das artérias, elevando a pressão arterial, causando a hipertensão primária, pois o sangue bombeado pelo coração precisa atravessar canais circulatórios reduzidos pela tensão emocional. A depressão por sua vez, expressa o sentimento de impotência diante de uma situação que o indivíduo gostaria, mas não sabe como modificar. A ansiedade sentida, nestes casos, deve-se à expectativa de um futuro melhor, em que estas pressões não mais ocorram, e a angústia é o coquetel de emoções, que provoca um “aperto no peito”, como resultante dos sintomas de pré-cordialgia, que acompanham estes casos, quando as cartilagens que sustentam o coração, ficam inflamadas pela tensão permanente.
As pesquisas mais recentes sobre a consciência humana mostram que o estado de consciência em que o indivíduo se encontra é fator fundamental para a manutenção de sua saúde como um todo (física, emocional, mental e espiritual), sem o que o dia-a-dia se transforma num arrastar pela vida, em busca da sobrevivência.
Esse quadro de stress é expresso na linguagem diária do indivíduo, num processo permanente de auto-hipnose negativa de lamentações, queixas e críticas, através do que ele estabelece comandos psíquicos que o conduzem cada vez mais em direção ao insucesso, bloqueando sua própria capacidade de reorganizar-se mental e emocionalmente.
            No tratamento da Síndrome de Burnout, o trabalho terapêutico através de técnicas específicas de Hipnose Ericksoniana e Reprogramação Mental consiste na identificação das cargas emocionais causadoras dos sintomas, liberando a energia nelas contida, para o exercício de atividades simples, que devolvam ao indivíduo o prazer de viver e a capacidade de identificar seu próprio caminho existencial. O objetivo terapêutico é também reconduzir a atenção consciente do indivíduo para a realização de si mesmo, apesar das pressões externas que continuarão a existir, mas que passarão a ter um valor relativo, compensado por metas internas mais bem definidas.

Todo este trabalho de reprogramação de estilo de vida busca resgatar para o indivíduo o sentido de sua própria existência no momento de vida presente. Independente das pressões que existam no mundo externo, é preciso eliminar o desgaste desnecessário, produzido pelo medo do insucesso profissional e das possíveis perdas financeiras, sentimentos que acabam minando a saúde e realmente conduzindo ao fracasso profissional.