A
comemoração do Dia das Mães tem origem na Cultura Grega quando, na entrada da
Primavera, era realizado um ritual de homenagem a Rhea, Mãe de todos os deuses.
Somente
no Séc. XVII, na Inglaterra, o Dia das Mães voltou a ser comemorado, no quarto Domingo
da Quaresma, com a feitura de um bolo, para tornar o dia mais festivo. Em 1872
começaram alguns movimentos em favor das homenagens maternas, Em 1905, por
conta da depressão de Anna Jarvis, após o falecimento de sua mãe, algumas
amigas resolveram render homenagem à falecida, estendendo-o novo costume a
todas as mães, como forma de fortalecer os laços familiares e o respeito aos
pais, mas a primeira celebração oficial ocorreu somente em 1910.
Em
1914, por conta dos esforços de Anna Jarvis para concretizar o seu ideal, o Dia
das Mães foi oficializado nos Estados Unidos, estendendo-se rapidamente, por
cerca de quarenta países. Como toda situação apresenta dois lados, a
popularização do Dia das Mães aumentou a venda de cravos brancos (símbolo da
maternidade, pureza, fidelidade, amor, caridade e beleza) e abriu espaço para o
apelo de consumo e exploração comercial da data. Indignada, embora nunca tenha
chegado a ser mãe, Ana Jarvis passou o resto de sua vida lutando contra a
comercialização do Dia das Mães.
No
Brasil, a primeira comemoração aconteceu em 1918, sendo instituído como data
oficial, pelo então Presidente Getúlio Vargas, em 1932. Em 1947 o Arcebispo do
Rio de Janeiro determinou que a data fosse integrada ao Calendário de Igreja
Católica e, desde então, integrou-se ao habito dos brasileiros. Mas, em tempos
de Transição Planetária e por força dos impactos da Internet sobre a dinâmica
da nossa sociedade, as famílias estão se tornando cada vez mais virtuais.
Transitamos das relações consangüíneas para as relações por afinidade. Transitamos
do modelo patriarcal de que “Ser Mãe é padecer no paraíso”, para o modelo de
“Mãe Multifuncional” que, por sua vez, ainda será um modelo de transição, até
que se restabeleça o equilíbrio entre estes dois extremos.
As
mulheres que se tornaram mães dentro do antigo modelo civilizatório são aquelas
que “No Seu Dia”, tradicionalmente reúnem os filhos, noras e genros e vão para
a cozinha preparar um prato tradicional ou do agrado dos entes queridos,
sentindo-se feliz por vê-los reunidos, desejando ainda que estejam realizados,
felizes e em harmonia entre si. Após o almoço, elas lavam a louça sozinhas ou
com a ajuda das noras e passam a tarde juntos, mantendo a tradição familiar. Para
elas, a presença da família é o melhor presente de mãe, embora ainda costumem
ganhar prendas para o lar, em lugar de presentes de uso pessoal. Aquelas que estão no Plano Espiritual tendem
a ser lembradas com a nostalgia e a saudade trazidas pelas boas lembranças que
muitas vezes deixaram, como principal figura de agregação familiar.
Por
conta de nossas pesquisas psicoespirituais, sabemos que, nesta data, sempre que
permitido, visitinhas inter-dimensionais podem trazer o alívio da saudade e o
consolo ao coração, através de intuições, percepção da presença, sonhos ou
sincronicidades. Mas a vida no plano da dualidade nos apresenta a um novo cenário.
Em tempos de veloz mutação social, em muitas famílias, o Dia das Mães será
comemorado com cartões virtuais e dizeres amorosos nas Redes Sociais, pelos
filhos que, por escolha, necessidade ou premência de vida, encontram-se
fisicamente distantes de suas mães, lembrando-nos que o papel da mãe, na sociedade
moderna, mudou muito como conseqüência das muitas conquistas (ou sobrecargas)
femininas. As mães de hoje ganharam longevidade, acesso à informação, autonomia
financeira e realização pessoal; as mães de hoje deixaram de “Padecer no
Paraíso” para percorrer novos caminhos, em busca de sua missão existencial,
como ser em evolução e aprimoramento espiritual; sabem que vieram ao Planeta
para evoluir; aprenderam a diferença entre a maternidade biológica (vínculo
consangüíneo) e a maternagem (vínculo afetivo), ampliando o Título de Mãe para
todas aquelas que cuidam com amor, seja dos sobrinhos não assumidos pelos pais
biológicos, enteados, crianças institucionalizadas... Seres que necessitam do
carinho materno.
Aquelas
que já se encontram na terceira ou quarta idade, na condição de avós,
despediram-se do modelo da mãe aposentada (recolhida aos aposentos), sentada
numa cadeira de balanço e sempre disponível para dar suporte, nos momentos em
que a sociedade moderna deixa os buracos dos feriados sem creche ou escola, nas
agendas de pais que trabalham em tempo integral. Elas se aposentaram como mães,
conscientes da maternagem cumprida, durante a criação dos próprios filhos. São,
agora, “Vovós com Mala! Têm amigas e compromissos em qualquer ponto do planeta. Quando necessário, acolhem os desabafos, as
dúvidas e questionamentos familiares, consultoras em relacionamentos, com base na maturidade e experiência de vida. Conscientes do muito
que erraram, acertaram e aprenderam, sabem estabelecer limites entre o seu
espaço pessoal e as demandas familiares. Trabalharam em si mesmas o apego e os sentimentos de culpa
por não mais cumprirem o papel social imposto pelo velho modelo civilizatório; despediram-se dos padrões tradicionais de
renúncia, descobrindo novos talentos, ganhando saúde e jovialidade, sabendo que
o seu melhor presente é a qualidade de vida resultante de relacionamentos
familiares saudáveis, onde pessoas inteiras e auto-realizadas sabem que amar
não é prender o ser amado; Amar é simplesmente desejar o Bem de cada um!
Com
estas reflexões que ainda poderia nos trazer muitos aprofundamentos, desejo um
Dia das Mães muito abençoado para as mulheres que sabem cuidar de todos os
seres, em todos os Reinos da Natureza. Deixo aqui, também muita gratidão à Gaia, nossa esquecida e desrespeitada Mãe
Terra, que nos alimenta durante o Curso na Escola da Vida e recicla nossos
uniformes terrenos, após a graduação evolutiva.
Cultivo
a esperança de que a cada geração, deixaremos lembranças menos consumistas e
mais afetivas, em relação ao Dia das Mães, para que o ideal de Anna Jarvis seja
concretizado e os Cravos Brancos que simbolizam as Mães possam florescer, nos
jardins da Nova Consciência Planetária!
Sueli Meirelles, em Nova Friburgo, 12 de Maio de 2019.
Professora, Pesquisadora e
Especialista em Psicologia Clínica (UGF – 1986). MBA em Gestão de Projetos na
Abordagem Transdisciplinar (UNIPAZ – 2005). Escritora e Palestrante. Cidadã,
esposa companheira, mãe de um casal de filhos e Avó de três netinhos.
Whatsapp: 55 22 999.557.166
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