Foto: Tatiana Santos
Em tempos de intensas transformações
civilizatórias, vivenciamos profundos processos de revisão de nossos modelos de
mundo e percebemos o quanto precisamos nos adaptar a essas mudanças.
Através da história da humanidade,
civilizações nascem, crescem e morrem de modo orgânico e natural, promovendo a
evolução consciencial e o surgimento de novos modos de vida, como tão bem
explicado no livro Evolução em dois Mundos, que nos oferece uma visão
transcendente dos processos sociais, em final de ciclo planetário. Assim como
aconteceu no início da era industrial, com o surgimento dos carros, as tílburis
caíram em desuso e os cocheiros perderam seus empregos. Em tempos atuais,
“orelhões” foram substituídos por celulares e máquinas de escrever viraram
sucata, diante dos modernos notebooks, com suas múltiplas funções digitais,
cujos aplicativos permitem até mesmo que o escritor dite seus textos, enquanto
o programa digita. Diante de mudanças tão radicais, muitos empregos irão
desaparecer, em função da Inteligência Artificial, segundo a qual os robôs já
tomaram o lugar dos operários em montadoras automobilísticas e até mesmo serviços domésticos de limpeza já
podem ser executados por pequenos aparelhos que rastreiam lixo no chão. Nesse
contexto, como serão as relações de trabalho num futuro bem próximo?
Primeiramente, vamos compreender a
diferença entre emprego e trabalho: Emprego pode ser definido como uma
colocação que alguém procura, em busca de uma possível estabilidade, retorno
financeiro e benefícios tais como vínculo empregatício, férias, décimo terceiro
salário, fundo de garantia e aposentadoria. Vale complementarmos que o sentido
linguístico de aposentadoria é “recolher-se aos aposentos”, o que talvez
signifique sentar-se numa cadeira, como expectador da vida, aguardando o
surgimento dos sinais de envelhecimento, doenças e restrições impostas pela
idade. Também vale aqui acrescentar que, em muitos casos, o candidato a um
emprego se proponha a trabalhar num serviço com o qual não se identifica e está
distante de sua vocação, fazendo com que o dia de
segunda feira traga o peso da extrema
monotonia ou do extremo stress, apenas por conta do medo dos desafios
evolutivos da vida. Cabe aqui ressaltar que, o empregador também precisa rever
seus conceitos relacionados ao patamar em que se encontram seus colaboradores,
considerando a importância dos Três Ps”: A pessoa, a Plenitude e a Produção,
índices indicadores da identificação das habilidades e competências dos
funcionários com a tarefa a ser executada, a interferência de seus problemas
familiares, comprometendo o foco no serviço e prejudicando a qualidade final do
produto que será oferecido ao consumidor. Será que estes aspectos são
considerados pelos empregadores? Também vale ressaltar que, em todos os tempos
existiram empresas conscientes de seus deveres sociais, criando fundações que
beneficiavam seus funcionários e lhes ofereciam financiamentos diferenciados
para compra de casa própria e ainda ofereciam escolas, serviços médicos e
odontológicos e opções de laser, muito antes que viessem a ser cobrados em seus
deveres trabalhistas. Um exemplo bem interessante desse modelo foi o Empresário
Julius Arp, sobre o qual já escrevemos um artigo. Outra empresa friburguense
bem consciente é a Stam, empresa metalúrgica que valoriza a pessoa de seus
colaboradores e desenvolve projetos sociais ligados ao esporte e preservação do meio
ambiente, através da Fundação Francisco Farias.. Sabemos que, em todo o Brasil, existem
empresas que desenvolvem projetos neste sentido.
Por outro lado, o termo trabalho, enquanto lei evolutiva pode ser definido como um
serviço oferecido por um empreendedor, com base em sua vocação, a qual ele
realiza com amor e dedicação e que as pessoas se interessam por adquirir, pela
qualidade do resultado oferecido. Por esse motivo, cada vez mais encontramos
pessoas buscando a migração de carreira, descontentes com o estabelecimento de
metas de produção e vendas, que geram stress ocupacional, com sérios
comprometimentos da saúde física, emocional, mental e espiritual. Embora esta nova possibilidade signifique
abrir mão dos benefícios trabalhistas oferecidos pelos emprego convencional,
abre espaço para a auto realização e sentido de estar no mundo, a serviço de
algo que dá sentido espiritual e propósito ao estar no mundo. Como você, leitor
deste artigo, sente-se em relação a isto? Você sabe o que você veio fazer neste
Planeta?
Neste breve diálogo, deixo aqui essa
reflexão. Reserve algum tempo para identificar o seu grau de satisfação com a
sua vida profissional e perceba que, se você ainda tem pouco tempo de serviço
num emprego convencional, agora pode ser o momento oportuno para pensar em
outras opções mais motivadoras. Mas se você está perto de se aposentar, comece
a pensar em alguns sonhos da sua juventude, que poderão ser transformados em
projetos, através de passos bem definidos que, gradualmente poderão ser
colocados em prática. Você tem um lugar no mundo para fazer o que ama e lhe faz
feliz!
Sueli Meirelles, em
Nova Friburgo, 09 de maio de 2024.
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Consciência Planetária.
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19.2. LEI DO TRABALHO: O trabalho também é uma
Lei Divina. É dever de todo ser humano tornar-se útil, em seu próprio benefício
e no benefício dos demais. Numa sociedade ideal, cada Ser realizaria a sua
programação natural de vida, tendo para isto todas as condições e qualidades
que ele já possui dentro de si mesmo e, ao mesmo tempo contribuindo para o
benefício da humanidade. Colocado num mundo cheio de recursos naturais, tendo
em si a capacidade de transformar e diante das necessidades que a própria vida
cria, o trabalho para o homem surge como uma conseqüência natural, em que ele
desenvolve e utiliza sua inteligência, atuando no meio em que vive e
colaborando com a Obra Divina.
Pode-se depreender que o trabalho é uma necessidade
evolutiva, da qual nenhum ser está isento. Mesmo aqueles que dispõem de
recursos materiais, de riqueza, têm a função de gerar bem-estar social,
empregos etc., contribuindo para o progresso geral. Dentro desse programa de
aperfeiçoamento, muitos não terão necessidade de ganhar o pão com o suor de
seus rostos; cabe-lhes, entretanto, atuar de acordo com suas habilidades para o
benefício comum. A uns é dada a força física; a outros, a inteligência; a
outros a habilidade manual ou artística etc., cada um atuando como co-criador
com Deus.
Nos Reinos Elemental e Animal, o trabalho também se faz presente. O vento, a
chuva e a germinação são trabalhos de seres divinos responsáveis pelos
processos de criação da natureza. No Reino Animal, cada ser age, por instinto,
de acordo com a Providência Divina, na regulação e controle do equilíbrio
ecológico, nas suas diferentes formas de expressão da vida.
Assim como o trabalho é uma lLinei, o repouso é o seu complemento, permitindo o
descanso e ou reabastecimento das forças do organismo e a liberação da mente,
permitindo ao homem elevar-se e contatar novas idéias, que por sua vez levam a
novos benefícios e conquistas.
Aquele que explora o trabalho do seu semelhante, que o escraviza,
sobrecarregando-o além do seu limite, desobedece à Lei Divina e por isto será
responsabilizado. Mais uma vez, podemos dizer que tudo aquilo que se distancia
do ponto de equilíbrio e não visa o bem, não é de acordo com as Leis de Deus.
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