Tradução

segunda-feira, 22 de julho de 2024

MUDANÇA DE PARADIGMA E PESQUISA DA CONSCIÊNCIA - Questionamentos


    Como pesquisadora graduada pela Universidade Gama Filho, há 38 anos realizo estudos independentes pelo Instituto Vir a Ser, sobre fenômenos de ampliação de consciência, com o objetivo de integrar Psicologia e Espiritualidade na prática clínica, com fundamentação na proposta de Pierre Weil, Doutor em Psicologia pela Universidade de Paris e introdutor da Psicologia Transpessoal no Brasil. Suas pesquisas datam de 1975 e, mais do que nunca, podem ser consideradas pioneiras, despertando o interesse das Universidades, em tempos atuais.

    Os casos clínicos transpessoais catalogados no Instituto, estão publicados no Blog do Carrossel de Luz e alguns já foram apresentados em Congressos promovidos por Universidades brasileiras e de Portugal. Tal desafio conduziu-me a algumas reflexões sobre os critérios científicos que estabelecem as normas e  controle de variáveis das pesquisas na área de Psicologia e, mais especificamente na área de Psicologia Transpessoal, abordagem que se propõe a pesquisar os fenômenos de expansão da consciência humana. Assim sendo, convido os colegas pesquisadores, interessados neste tema, a refletirem comigo sobre cada um desses critérios. Vejamos: 

    É científico aquilo que pode ser percebido através dos cinco sentidos (nosso griffo) ou da ampliação destes, através de aparelhos de micro ou macrovisão.”

    Até recentemente consideradas órgãos vestigiais, as glândulas Hipófise e  Pineal, merecem um aprofundamento de nossos estudos. Aproximadamente do tamanho de um grão de ervilha, a glândula Hipófise, considerada uma glândula mestra, recebe do hipotálamo (centro das emoções no cérebro), as cargas emocionais convertidas em comandos bioquímicos e os distribui para as outras glândulas. Mas segundo os estudos de Sérgio Felipe de Oliveira, Médico e Neurocientista e Pesquisador, cabe à glândula Pineal, no topo do sistema glandular (Chacra Coronário), a função de transcendência e conexão, através do Eu Superior, com as Consciências Espirituais mais elevadas.

    Diante desses fenômenos, em obediência ao antigo paradigma, o cientista deve colocar-se numa condição neutra para a observação dos fenômenos, o que é questionado por Japiassú, Nilton (1975): A priori, para o âmbito deste trabalho, a expressão "mito da neutralidade científica" diz respeito à noção dominante de que a ciência deve ser neutra (ou pura) e de que cabe ao cientista assumir uma postura nula diante dos seus pré-conceitos e condicionamentos históricos, para fins de alcançar o mais amplo conhecimento.

     Ainda sobre a neutralidade do observador, Pierre Weil resumiu, num enunciado da moderna psicologia transpessoal, a seguinte fórmula:

     VR = f (EC), significando que a Vivência da Realidade (VR) é função (f) do Estado de Consciência (EC) no qual a pessoa se encontra no momento da observação.”

    Vamos então questionar: Em que estado de consciência está o pesquisador? Será ele capaz de perceber fenômenos além de seu estado de consciência habitual?

    Outro conceito que vale questionar:

    “É científico o experimento que pode ser reaplicado nas mesmas condições, obtendo-se os mesmos resultados”

    Será este critério válido para experimentos realizados com seres humanos, quando hoje sabemos do potencial de plasticidade neuronal, que pode ser definida com uma mudança adaptativa na estrutura e nas funções do sistema nervoso, que ocorre em qualquer estágio da ontogenia, como função de interações com o ambiente interno ou externo? (Phelps, 1990). 

    O Experimento da Dupla Fenda, por sua vez, sugere que:

 “Partículas subatômicas exigem comportamentos tanto de onda quanto de partícula, dependendo do contexto experimental. Esse comportamento dual é uma característica essencial do mundo quântico.”

    Por estes aspectos, questionamos como realizar uma pesquisa científica, utilizando, por exemplo, os rigorosos critérios da análise sistemática com o objetivo de acompanhar os fenômenos de expansão de consciência, sem que possamos controlar as variáveis intervenientes que estarão atuando sobre o contexto da pesquisa? Como desconsiderar o estado de consciência em que o pesquisador se encontra, no momento em que realiza uma pesquisa? Como reaplicar um experimento e obter os mesmos resultados se o sujeito do experimento irá realizar suas adaptações neuronais para uma nova postura diante de uma situação? Aliás, isto é o que verificamos ao reaplicarmos as técnicas de Reprogramação Mental, num mesmo paciente, constatando significativas mudanças de atitude diante das mesmas situações, a partir da primeira aplicação. Como poderemos objetivar a subjetividade do psiquismo humano, para que nossas pesquisas possam atender a estes critérios? Ou teremos, primeiramente, que promover a necessária mudança paradigmática, construindo um novo modelo científico, mais compatível com as novas funções psíquicas de seres humanos despertos para novos níveis de realidade? Deixo aqui, aos colegas pesquisadores, estas indagações para as quais ainda não temos um consenso científico...

                        Sueli Meirelles, em Nova Friburgo, 22 de Julho de 2024

terça-feira, 14 de maio de 2024

A LIÇÃO DO CAVALO CARAMELO - Um Ícone de Libertação

 


                                                             Foto:  Revista Veja de Abril 24

          Para podermos compreender os símbolos representados por este “Ícone da Libertação”, primeiramente busquei os profundos conhecimentos da Linguística[1] e dos ensinamentos do Psiquiatra Suíço Carl Gustav Jung[2], criador da Psicologia Analítica e seus conceitos de arquétipo, inconsciente coletivo e sincronicidade.Caramelo, encontranto o seguinte: Qual é a origem do caramelo?

A história do surgimento do caramelo é um pouco incerta, mas os indícios apontam que o doce começou a ser consumido na Europa, após a Idade Média. Nessa época, a “iguaria” era degustada apenas pela nobreza, já que o açúcar, ingrediente principal para preparar o doce, era pouco comercializado.

    Em primeiro lugar, fui pesquisar a origem e o significado do nome Caramelo e encontrei o seguinte: "Qual é a origem do caramelo? A história do surgimento do caramelo é um pouco incerta, mas os indícios apontam que o doce começou a ser consumido na Europa, após a Idade Média. Nessa época, a “iguaria” era degustada apenas pela nobreza, já que o açúcar, ingrediente principal para preparar o doce, era pouco comercializado. (Fonte: Wikipédia). " Se por uma lado a ideia de nobreza traduz um sentimento elevado, por outro lado, lembra o poder exploratório do sistema dominante do planeta, que sempre visa o lucro acima dos valores essenciais. Acima de tudo isso, o açúcar simboliza o afeto; o amor doação; a energia que sustenta os universos e é tudo o que precisamos manifestar neste momento. Mas vamos continuar!

    A imagem do cavalo Caramelo em pé, durante quatro ou cinco dias, sobre o telhado de uma casa no Bairro de Mathias Velho, na cidade de Canoas/RGS, a mais atingida pela terrível enchente e viralizou na internet, causando comoção nacional, numa torcida vibrante pelo seu salvamento, realizado pelo Corpo de Bombeiros de São Paulo e festejado em todo o país. Mas, quais os significados mais profundos contidos neste acontecimento inédito? (Fonte: Wikpédia)

          Sob o enfoque da Psicologia Transpessoal, que inclui o sentido da Espiritualidade na experiência humana, passamos aqui a discorrer sobre o que descobrimos: Em primeiro lugar, os animais simbolizam nosso potencial interno de realização. O cavalo é um símbolo de força e liberdade. O fato de Caramelo estar em cima do telhado nos remete à lembrança de que o nosso “telhado” é o topo de nossas cabeças, onde se localiza o chacra coronário, onde a glândula pineal é o órgão de conexão com o Divino. Por sua vez, o telhado inclinado como os telhados das igrejas, nos remete à lembrança das mãos unidas, elevadas em oração, emergindo das águas barrentas e turbulentas das emoções humanas mal qualificadas, que a tudo envolviam. Nestes momentos cruciais, a fé é o único recurso de sustentação! O fato dele ter permanecido ali, em pé, sem comer, apenas aguardando firmemente também tem um profundo sentido: Conforme nos ensina a Teosofia, através da leitura dos significados qualitativos dos números[3], o quatro está relacionado ao chacra cardíaco, nosso estado de consciência relacionado ao afeto e à resolução dos conflitos entre apego e desapego e o cinco corresponde ao chacra laríngeo do pensamento e da resolução entre os conflitos entre o certo e o errado, que tantas polarizações e discussões acirradas causam neste momento de Transição Planetária, dividindo as famílias e a sociedade, através de da guerra informacional das narrativas[4], que tem justamento este objetivo de gerar separatividade, para enfraquecer a resiliência a força de ação. Misteriosamente, a única indagação para a qual não encontrei uma resposta, foi: Como Caramelho subiu num telhado inclinado? O que você, que está lendo este artigo, pensa ou sente sobre isso?   

        

                             Sueli Meirelles, em Nova Friburgo, 14 de maio de 2024

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[2] Carl Gustav Jung (/ˈjʊŋ/Kesswil, na TurgóviaSuíça26 de julho de 1875 – Küsnacht, em Zurique, Suíça, 6 de junho de 1961) foi um psiquiatrapsicanalista[3][4] e psicoterapeuta suíço, fundador da psicologia analítica. Com um legado influente nos campos da psiquiatriapsicologiaciência da religiãoliteratura, criou alguns dos mais conhecidos conceitos psicológicos, incluindo a distinção entre personalidade extrovertida e introvertida, as ideias de arquétipo e de inconsciente coletivo, bem como a noção de sincronicidade.  (Fonte: Carl Gustav Jung – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org))

quinta-feira, 9 de maio de 2024

DO EMPREGO AO TRABALHO - Comportamento

 


 Foto: Tatiana Santos

Em tempos de intensas transformações civilizatórias, vivenciamos profundos processos de revisão de nossos modelos de mundo e percebemos o quanto precisamos nos adaptar a essas mudanças.

Através da história da humanidade, civilizações nascem, crescem e morrem de modo orgânico e natural, promovendo a evolução consciencial e o surgimento de novos modos de vida, como tão bem explicado no livro Evolução em dois Mundos[1], que nos oferece uma visão transcendente dos processos sociais, em final de ciclo planetário. Assim como aconteceu no início da era industrial, com o surgimento dos carros, as tílburis caíram em desuso e os cocheiros perderam seus empregos. Em tempos atuais, “orelhões” foram substituídos por celulares e máquinas de escrever viraram sucata, diante dos modernos notebooks, com suas múltiplas funções digitais, cujos aplicativos permitem até mesmo que o escritor dite seus textos, enquanto o programa digita. Diante de mudanças tão radicais, muitos empregos irão desaparecer, em função da Inteligência Artificial, segundo a qual os robôs já tomaram o lugar dos operários em montadoras automobilísticas  e até mesmo serviços domésticos de limpeza já podem ser executados por pequenos aparelhos que rastreiam lixo no chão. Nesse contexto, como serão as relações de trabalho num futuro bem próximo?

Primeiramente, vamos compreender a diferença entre emprego e trabalho: Emprego pode ser definido como uma colocação que alguém procura, em busca de uma possível estabilidade, retorno financeiro e benefícios tais como vínculo empregatício, férias, décimo terceiro salário, fundo de garantia e aposentadoria. Vale complementarmos que o sentido linguístico de aposentadoria é “recolher-se aos aposentos”, o que talvez signifique sentar-se numa cadeira, como expectador da vida, aguardando o surgimento dos sinais de envelhecimento, doenças e restrições impostas pela idade. Também vale aqui acrescentar que, em muitos casos, o candidato a um emprego se proponha a trabalhar num serviço com o qual não se identifica e está distante de sua vocação[2], fazendo com que o dia de segunda feira traga o peso da  extrema monotonia ou do extremo stress, apenas por conta do medo dos desafios evolutivos da vida. Cabe aqui ressaltar que, o empregador também precisa rever seus conceitos relacionados ao patamar em que se encontram seus colaboradores, considerando a importância dos Três Ps”: A pessoa, a Plenitude e a Produção, índices indicadores da identificação das habilidades e competências dos funcionários com a tarefa a ser executada, a interferência de seus problemas familiares, comprometendo o foco no serviço e prejudicando a qualidade final do produto que será oferecido ao consumidor. Será que estes aspectos são considerados pelos empregadores? Também vale ressaltar que, em todos os tempos existiram empresas conscientes de seus deveres sociais, criando fundações que beneficiavam seus funcionários e lhes ofereciam financiamentos diferenciados para compra de casa própria e ainda ofereciam escolas, serviços médicos e odontológicos e opções de laser, muito antes que viessem a ser cobrados em seus deveres trabalhistas. Um exemplo bem interessante desse modelo foi o Empresário Julius Arp, sobre o qual já escrevemos um artigo.[3] Outra empresa friburguense bem consciente é a Stam, empresa metalúrgica que valoriza a pessoa de seus colaboradores e desenvolve projetos sociais  ligados ao esporte e preservação do meio ambiente,   através da Fundação Francisco Farias.[4].  Sabemos que, em todo o Brasil, existem empresas que desenvolvem projetos neste sentido.

Por outro lado, o termo trabalho[5], enquanto lei evolutiva[6] pode ser definido como um serviço oferecido por um empreendedor, com base em sua vocação, a qual ele realiza com amor e dedicação e que as pessoas se interessam por adquirir, pela qualidade do resultado oferecido. Por esse motivo, cada vez mais encontramos pessoas buscando a migração de carreira, descontentes com o estabelecimento de metas de produção e vendas, que geram stress ocupacional, com sérios comprometimentos da saúde física, emocional, mental e espiritual.  Embora esta nova possibilidade signifique abrir mão dos benefícios trabalhistas oferecidos pelos emprego convencional, abre espaço para a auto realização e sentido de estar no mundo, a serviço de algo que dá sentido espiritual e propósito ao estar no mundo. Como você, leitor deste artigo, sente-se em relação a isto? Você sabe o que você veio fazer neste Planeta?

Neste breve diálogo, deixo aqui essa reflexão. Reserve algum tempo para identificar o seu grau de satisfação com a sua vida profissional e perceba que, se você ainda tem pouco tempo de serviço num emprego convencional, agora pode ser o momento oportuno para pensar em outras opções mais motivadoras. Mas se você está perto de se aposentar, comece a pensar em alguns sonhos da sua juventude, que poderão ser transformados em projetos, através de passos bem definidos que, gradualmente poderão ser colocados em prática. Você tem um lugar no mundo para fazer o que ama e lhe faz feliz!                                      

                           Sueli Meirelles, em Nova Friburgo, 09 de maio de 2024.

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[1] Link para o PDF do livro: https://www.oconsolador.com.br/linkfixo/bibliotecavirtual/chicoxavier/evolucaoemdoismundos.pdf

[2] Vocare - terno de origem latina que significa chamado

[4] Link para o site da Stam: https://stam.com.br/quem-somos/

[5] 19.2. LEI DO TRABALHO: O trabalho também é uma Lei Divina. É dever de todo ser humano tornar-se útil, em seu próprio benefício e no benefício dos demais. Numa sociedade ideal, cada Ser realizaria a sua programação natural de vida, tendo para isto todas as condições e qualidades que ele já possui dentro de si mesmo e, ao mesmo tempo contribuindo para o benefício da humanidade. Colocado num mundo cheio de recursos naturais, tendo em si a capacidade de transformar e diante das necessidades que a própria vida cria, o trabalho para o homem surge como uma conseqüência natural, em que ele desenvolve e utiliza sua inteligência, atuando no meio em que vive e colaborando com a Obra Divina.

             Pode-se depreender que o trabalho é uma necessidade evolutiva, da qual nenhum ser está isento. Mesmo aqueles que dispõem de recursos materiais, de riqueza, têm a função de gerar bem-estar social, empregos etc., contribuindo para o progresso geral. Dentro desse programa de aperfeiçoamento, muitos não terão necessidade de ganhar o pão com o suor de seus rostos; cabe-lhes, entretanto, atuar de acordo com suas habilidades para o benefício comum. A uns é dada a força física; a outros, a inteligência; a outros a habilidade manual ou artística etc., cada um atuando como co-criador com Deus.

            Nos Reinos Elemental e Animal, o trabalho também se faz presente. O vento, a chuva e a germinação são trabalhos de seres divinos responsáveis pelos processos de criação da natureza. No Reino Animal, cada ser age, por instinto, de acordo com a Providência Divina, na regulação e controle do equilíbrio ecológico, nas suas diferentes formas de expressão da vida.

            Assim como o trabalho é uma lLinei, o repouso é o seu complemento, permitindo o descanso e ou reabastecimento das forças do organismo e a liberação da mente, permitindo ao homem elevar-se e contatar novas idéias, que por sua vez levam a novos benefícios e conquistas.

       Aquele que explora o trabalho do seu semelhante, que o escraviza, sobrecarregando-o além do seu limite, desobedece à Lei Divina e por isto será responsabilizado. Mais uma vez, podemos dizer que tudo aquilo que se distancia do ponto de equilíbrio e não visa o bem, não é de acordo com as Leis de Deus.

                                         

Link pata a página de Tatiana Santos: (24) ESCLARECENDO A DIFERENÇA ENTRE TRABALHO E EMPREGO | LinkedIn


sexta-feira, 1 de março de 2024

A ESTRUTURA DAS NARRATIVAS - Comunicação

    

Diante de um termo muito falado nos dias de hoje, resolvi aprofundar o tema. Afinal, o que são narrativas? Pesquisando no Google, encontrei esta definição: Uma narrativa ou história é qualquer relato de uma série de eventos ou experiências relacionadas, seja não-ficcional ou ficcional. (nosso grifo). As narrativas podem ser apresentadas através de uma sequência de palavras escritas ou faladas, imagens fixas ou em movimento, ou qualquer combinação destas.” (Wikipédia), ressaltando esta característica: Os textos narrativos são aqueles que se caracterizam estruturalmente pela narração de acontecimentos reais ou ficionais (nosso grifo). Nos textos desse tipo, são narrados acontecimentos, histórias ou situações, fictícias ou verídicas, em ordem cronológica ou não. “(nosso grifo).

Como Psicóloga Clínica, habituada à observação do comportamento humano, individual e grupal e, como Professora de Linguística e Autora do E-Book “Linguística para mediação de conflitos”, reportei-me aos mecanismos defensivos do ego presentes nas narrativas, a serviço de  motivações conscientes ou inconscientes, por detrás do que é narrado, tais como eliminação, distorção e generalização, mecanismos estes que passamos a aprofundar, para melhor compreensão.

A comunicação interpessoal ocorre em dois níveis: Numa estrutura superficial, que é o modo habitual da fala de uma pessoa, e uma estrutura profunda da mesma frase, quando construída de modo adequado, incluindo sujeito (quem fala), verbo (a ação referida) e predicado (a qualidade do que é falado). Assim sendo, quando o falante subtrai qualquer dessas partes fundamentais da comunicação, gera mal-entendidos, que irão prejudicar a compreensão do que está sendo dito, de forma escrita ou falada.

Outro aspecto importante é  constituído pelos pressupostos da Psiconeurolinguística que nos ensinam que “Palavras são gatilhos que disparam emoções e sensações” e que "A linguagem determina a visão de mundo”. Assim o modo como alguma coisa é falada, também terá conteúdos subliminares, através do tom de voz e da expressão de quem fala, lembrando-nos, ainda que noventa e três por cento da comunicação é feita através da comunicação não verbal, representada pela postura corporal, expressão, tom de voz...Portando, ao ouvir ou ler uma notícia, verifique a confiabilidade da fonte de informação, procure perceber se as frases estão completas, contendo os elementos essenciais obrigatórios numa comunicação verdadeira e a quem pode interessar determinados tipos de informação.

Em tempos de crise civilizatória, muitas notícias objetivam promover alarmes, discórdias e divisões de grupos, com o objetivos de enfraquecê-los e facilitar a dominação de massas, colocando-as a serviço de interesses nem sempre claros e que tenham como objetivo o bem comum.

                                          Sueli Meirelles, em Nova Friburgo, 01 de março de 2024.

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sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

O QUE É O TEMPO - Ensaio

 


         Em tempos modernos, sob os efeitos da Ressonância Schummam, a aceleração do biorritmo do planeta ou da nossa própria aceleração mental, corremos contra o tempo, procurando dar conta de nossas atividades pessoais e profissionais, com anotações precisas em nossas agendas. Mas será que sempre foi assim? Onde estão os dias tranquilos e silenciosos de outrora, quando o tempo parecia escorrer mais lentamente?... Curiosa diante desta questão, resolvi voltar atrás no próprio tempo, para pesquisar dados históricos, empíricos e simbólicos relacionados às medições do tempo.

Os registros históricos relatam que povos antigos como os Babilônios e Egípcios criaram o “Relógio do Sol”, no qual uma haste fincada no sentido vertical, no centro de um espaço circular, dividido em 12 partes, marcava a passagem do tempo pelo movimento da sombra projetada pela haste, no decorrer de um dia, atribuindo a mesma medida de 12 partes para representar a noite, independentemente de serem mais longas ou mais curtas, segundo o sistema duodecimal utilizado na época, totalizando 24 horas para cada ciclo de dia e noite. Em composição com o sistema sexagesimal, dividiram cada hora em 60 minutos e cada minuto em sessenta segundos. Posteriormente, os gregos criaram a clepsidra, um “Relógio D’Agua”, em que o líquido contido na parte superior de um reservatório escoava, através de um furo, para a parte inferior, marcando assim a passagem da mesma medida de tempo. Esse processo deu origem a ampulheta, na qual a água foi substituída pela areia, para a organização das atividades diárias. Chronos é o nome dado ao tempo, pela mitologia grega. Era considerado o mais novo dos seis poderosos titãs que pertenciam a primeira geração de seres divinos, filho caçula de Urano (representação do céu) e de Gaia (personificação da terra). Atualmente, Cronos é a definição do tempo cronológico e físico, compreendido como medida de anos, meses, dias, horas, minutos e segundos.  Para os Maias, o referencial de tempo era o Calendário Lunar, dividido em 13 meses de 28 dias e um dia extra, o qual eles chamavam de dia do não tempo e era reservado à interiorização e reflexões. E assim os séculos se passaram!...

Com base no Calendário Lunar dos Maias, em 2020, gravei uma Live com uma meditação sobre o “Tempo do não Tempo”, onde com fundamentos nos conhecimentos da Cultura desse povo antigo, conduzi uma meditação na qual, cada pessoa podia despedir-se das memórias disfuncionais do seu passado, delas recolhendo as aprendizagens úteis à própria evolução, tendo também a oportunidade de esvaziarem as ansiedades e expectativas em relação a tudo aquilo que poderia ocorrer no futuro. Aliás, sobre isso, também é importante lembrarmos que o que chamamos de futuro é um conjunto de probabilidades de ocorrência de eventos, que poderão ainda ser por nós alterados, a partir do nosso livre arbítrio, evitando que consequências inadequadas venham a ocorrer. Associado a esta mesma live, em 2005, publiquei um poema inspirado por uma visita à cidade de Conservatória, intitulado “Três Tempos”, no qual ressalto a importância da integração do psiquismo, no tempo presente. E em 2016, publiquei um artigo intitulado Cenários, onde também teço algumas reflexões filosóficas sobre as expectativas em relação à passagem de Ano Novo. A partir dessas memórias e continuando minhas buscas em relação aos significados do tempo, reuni conhecimentos da Física para o aprofundamento dessa influência temporal sobre o nosso psiquismo e o dia a dia de nossas vidas.

         Em relação à vida no mundo tridimensional, que tem as medidas de comprimento, altura e largura, o tempo era compreendido como uma quarta dimensão, referente ao período necessário para percorrermos um espaço linear. E assim pensávamos, até que Albert Einstein criasse a teoria da Relatividade e a noção de tempo circular, segundo a qual, “Na presença de massa o espaço se curva e o tempo se acelera”. Efetivamente, na realidade virtual de hoje em dia, zeramos o tempo cronológico, quando conversamos em tempo real, com alguém que se encontra em outro fuso horário, em qualquer outro ponto do planeta e descobrimos que o tempo cronológico, atualmente, tornou-se relativo e serve apenas para agendarmos nossos compromissos com outras pessoas.

No site da Unipampa – Universidade do Rio Grande do Sul, encontrei um interessante texto sobre o tempo, ainda segundo a Mitologia Grega: “O mais corajoso e jovem dos Titãs, foi o único a ter coragem de ajudar sua mãe Gaia a se livrar dos castigos de seu pai UranoCronos tornou-se rei supremo dos deuses no lugar de seu pai e gerou muitos filhos com sua esposa-irmã Réia.” Neste mito, Cronos é descrito como um pai cruel, que devora seus filhos para que eles não lhe roubem o trono e o poder. Pela tradução do mito, compreendemos que à medida que o tempo passa, ele devora as experiências vividas, que vão ficando para trás, apenas como memórias de um passado que não volta mais, já que não temos corpo no passado, assim como não temos corpo no futuro que ainda está por vir, ambos refletindo, apenas, projeções do nosso psiquismo, em experiências de regressão ou premonição, quando a mente está expandida. Desse modo, Cronos se afigura como implacável em seus movimentos e afeta nossos estados emocionais, causando-nos estresse informacional, quando não conseguimos processar todas as notícias que chegam até nós, dificultando a formação de engramas, que são as células de memória, que se desenvolvem após a percepção, avaliação e arquivamento das informações apreendidas pelos canais de visão, audição e sinestesia. Cronos também nos traz a sensação de envelhecimento, quando comparamos o tempo médio de vida de cada ser humano na terra, podendo afetar nossos sonhos e projetos, quando acreditamos que estamos velhos demais para iniciar uma nova atividade de vida. Mas será que nossa caminhada evolutiva está limitada a esta contagem dos dias que vivemos na terra?

Com relação ao nosso inconsciente, segundo a Psicologia Transpessoal, sabemos que este é atemporal e liga experiências do passado, presente ou futuro por semelhança de padrões emocionais, independentes da relação cronológica, podendo associar acontecimentos de alguns anos atrás, ou até mesmo com intervalo de séculos, como ocorre com as memórias transpessoais do inconsciente coletivo da humanidade, acessíveis através das técnicas regressivas. Este conhecimento levou-me a aprofundar um pouco mais as minhas buscas, encontrando um significado bem interessante relacionado ao tempo: O termo kairós tem origem na Grécia Antiga, berço da civilização ocidental, onde era diretamente relacionado ao deus do tempo, Cronos. Na época, a expressão tinha o sentido de “momento certo” ou “momento oportuno”. Para os gregos, kairós era considerado o momento ideal para se estar presente numa determinada situação. Por influência dos deuses gregos, é claro, o indivíduo deveria aproveitar a oportunidade para realização de tarefas, missões ou processos. Na Bíblia, o termo é usado para se referir ao tempo de Deus, diferente do tempo humano (Chronos), conduzindo-nos a uma profunda reflexão sobre os nossos estados emocionais e a nossa relação com a passagem do tempo: Se nos deixamos oprimir por Cronos, o tempo humano, ficaremos ansiosos e estressados com a idade, com as pressões sociais, metas e objetivos a serem alcançados ou até mesmo acreditando que o nosso tempo já passou e que na velhice, somente nos resta aguardar o término desta existência, como intervalo vivenciado entre o nascimento e a morte do corpo físico. Mas, se conhecemos o significado de Kairós, o Tempo de Deus, desenvolvemos resiliência, a nossa capacidade de enfrentarmos as adversidades, mantendo a habilidade adaptativa, aprendendo com erros e acertos, contornando obstáculos e criando projetos, dentro da realidade de cada momento, agindo como bons alunos na Escola da Vida, até o último dia de aula.  Com Kairós, descobrimos que podemos imprimir qualidade a cada dia; podemos criar boas memórias de nossos relacionamentos afetivos e sociais; podemos desenvolver o hábito de perceber as qualidades das pessoas e os momentos em que podemos ser úteis ao nosso entorno social. Assim sendo, segundo os pressupostos básicos da Psiconeurolinguística, “a linguagem determina a visão de mundo” e “palavras são gatilhos que disparam emoções e sensações” ou ainda “se o que você está fazendo não está dando resultados, faça diferente”, compreendemos que a nossa percepção da realidade depende do estado de consciência em que vibramos. Como nos ensina o Psicólogo Francês, Pierre Weil, introdutor da Psicologia Transpessoal no Brasil, se escolhemos nos deixar direcionar por Cronos ou se nos deixamos conduzir à ampliação de nossas consciências por Kairós, de qualquer forma estamos certos, exercendo o livre arbítrio de nossas próprias escolhas evolutivas...

Outro conhecimento importante para a compreensão do modo como lidamos com o tempo está relacionado a qual das funções psíquicas predominantemente utilizamos em nossas relações com o mundo. Carl Gustava Jung, em sua Psicologia Analítica nos ensina que podemos utilizar a razão, a emoção a sensação e a intuição, as quais, por sua vez, definem os quatro campos do conhecimento humano: Ciência (compreensão racional do que é percebido através dos cinco sentidos de visão, audição, olfato tato e paladar, voltados para o mundo tridimensional); filosofia (compreensão racional do que é percebido através da nossa capacidade de intuição e transcendência, como funções das glândulas hipófise e pineal); arte (expressão emocional desses potenciais no mundo externo: pintura, escultura, poesia...); religiosidade (expressão emocional do que intuímos). Através da aplicação da Técnica das Quatro Funções Psíquicas, podemos identificar, de forma gráfica e com percentuais matemáticos, qual dessas funções cada pessoa mais utiliza em suas relações consigo mesma e com o mundo a sua volta. Quando uma pessoa utiliza mais a lógica e a racionalidade, torna-se objetiva, determinado, focada na avaliação do certo e do errado; se esta função for utilizada em excesso, a pessoa perderá o ponto de equilíbrio entre os extremos e ficará aprisionada ao julgamento e rigidez de conceitos. Uma pessoa regida pelo hábito de dialogar, terá flexibilidade em seus relacionamentos e será ponderada e mediadora em relação a terceiros; quando em excesso, este padrão mental irá gerar dúvidas e inseguranças, em função da tendência de se deixar levar pelas opiniões alheias. Se a pessoa usa mais a religiosidade, terá suporte emocional para lidar com as dificuldades da vida e dar suporte a outras pessoas; quando em excesso, pode gerar fanatismo e distanciamento da realidade. Uma pessoa regida pela tendência artística e lazer, será alegre, de bem com a natureza, criativa e, por outro lado, poderá negligenciar regras e compromissos importantes para a realização de seus objetivos, perdendo foco e determinação. Assim sendo, o equilíbrio entre essas quatro funções psíquicas é fundamental para a saúde física, emocional, mental e espiritual, tornando-se um referencial de avaliação de quais aspectos precisam ser trabalhados, no processo de autoconhecimento.

Como podemos ver, nossas representações simbólicas do que chamamos de tempo, sofreram influências culturais e evolutivas, ao longo da história, mostrando-nos a complexidade do tema. De posse dessas informações, que possamos repensar os significados que atribuímos ao passar dos anos, aproveitando-os da melhor forma possível; buscando imprimir qualidade a cada momento vivido, criando bons momentos e aproveitando novas oportunidades, colecionando boas lembranças ao longo do percurso existencial, o que certamente será fundamental para a manutenção da  saúde e da jovialidade, independentemente de nossa idade cronológica.

Regidos por Cronos, usaremos, predominantemente, nossas funções de razão e sensação, com nossos sentidos voltados para o mundo externo, deixando-nos influenciar pelos modelos sociais que muitas vezes já se tornaram disfuncionais, perdendo nossas motivações e possibilidades de renovação, pela simples ideia de que sempre foi assim e sempre será...

Regidos por Kairós, utilizaremos mais nossas funções de intuição e emoção, seremos inspirados por nossa sabedoria interior, expandindo nossos olhares para além do horizonte físico, onde novos cenários poderão ser descortinados, novos sonhos poderão ser alimentados e transformados em projetos adaptados e passíveis de serem concretizados no presente, desse modo orientando a razão e a sensação rumo à   autorrealização neste eterno aqui-e-agora; neste eterno presente, que tem este nome tão lindo e que chega até cada um de nós como dádiva atemporal, através da qual deixamos para trás os sentimentos depressivos, em relação aos erros do passado que não volta mais e nos libertamos da ansiedade e das expectativas de resultados,  em relação ao futuro que ainda não chegou, permitindo-nos a manifestação de   nossas missões existenciais, com base em nossos propósitos de vida.

Finalizando nossas reflexões, convidamos a todos que lerem este ensaio, para a desafiante proposta de reconexão com a sua sabedoria interior, com o objetivo de rever os símbolos inconscientes, arquivados no mais profundo do seu ser, promovendo a reorganização de todo este material psíquico, de modo a abrir novos espaços de realização pessoal, independente do tempo que tenha transcorrido...

                                             Sueli Meirelles em Nova Friburgo, 02 de Fevereiro de 2024

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