Neste momento em que os ataques
terroristas na Europa dividem a opinião mundial entre o respeito às tradições
religiosas e o respeito à vida, recorremos à Visão Holística e Abordagem
Transdisciplinar, em seus pressupostos básicos, que incluem a política, a
economia, a religião e demais áreas de atividades humanas, num movimento de
síntese capaz de promover a paz entre os opostos e cuidar do ser humano
integral. O requisito fundamental para esta síntese é a dissolução da fantasia de
separatividade gerada pelo Ego, que nos impede de ver o outro como expressão do
mesmo Ser Divino que nos habita, apenas manifestando aspectos diversos de
nossas crenças religiosas e ideologias políticas.
Tal proposta nos exige autoconhecimento
e elevação de consciência, para que possamos alcançar a transreligiosidade e o
transpartidarismo capazes de nos permitir
transcender e fazer política, sem as paixões que nos levam a querer impor ao
outro nossas crenças religiosas e ideologias partidárias. Se conseguirmos falar de espiritualidade sem citarmos
religiões; se conseguirmos falar de política, sem citarmos partidos, estaremos
exercendo nossa sublime missão de promotores da paz, redimensionando nossas
visões de mundo e sociedade, a partir dos valores essenciais de solidariedade,
honestidade, respeito e compaixão... Contexto propício ao surgimento do
"Terceiro Incluso" definido pela Física Quântica, como a energia
resultante do encontro entre diferentes propostas civilizatórias.
Com base nos estudos
da Psiconeurolinguística sob o enfoque da ATH-Abordagem Transdisciplinar
Holística, podemos perceber, pelos verbos utilizados, qual o estado de
consciência que orienta nossas ações, junto à comunidade, para a construção da
paz.
Os verbos ter,
possuir, reter... Expressam os desejos materiais do primeiro estado de consciência, no qual tendemos a acumular bens ou nos proibirmos de possuí-los.
Os verbos seduzir, atrair,
satisfazer... Expressam os desejos sexuais do segundo estado de consciência, que nos levam a querer usufruir das benesses da vida, sem maiores responsabilidades, ou manter-nos aprisionados ao sofrimento.
Os verbos mandar,
obedecer, opor, resistir, combater, lutar, dominar... Expressam os desejos de poder do terceiro
estado de consciência, onde tendemos a querer somente mandar nos outros, ou somente nos submetermos à dominação externa.
Os verbos amar,
cuidar, acolher... Expressam o afeto do quarto estado de consciência, a partir
do qual desejamos o bem do outro e podemos qualificar amorosamente os três desejos
anteriores, geradores da maioria dos conflitos humanos, relacionados a
dinheiro, sexo e poder. O amor nos coloca fora das oposições e, ao mesmo tempo,
permite-nos atuar harmoniosamente sobre elas, para que o diálogo entre os
opostos possa acontecer.
Os verbos compreender,
superar, avaliar, ponderar, julgar... Expressam os desejos do quinto estado de consciência da
racionalidade, no qual avaliamos se o outro está certo ou errado, segundo
nossos conceitos e preconceitos.
Os verbos intuir,
visualizar, inspirar, vibrar... Expressam a intuição característica do sexto
estado de consciência, através do qual o Divino pode orientar nossas ações, de acordo com as Leis Evolutivas.
Os verbos
compartilhar, mentalizar, doar, expandir... Expressam a espiritualidade característica
do sétimo estado de consciência, que nos conduz à compaixão por tudo e por
todos, até mesmo por aqueles que ainda julgamos, a partir de nossa visão
imperfeita, como não merecedores.
Se nós queremos
contribuir para a paz em nosso planeta, precisamos elevar nossos estados de
consciência, entrando em sintonia com o Divino dentro de nossos semelhantes,
para que nesse nível de Unidade com tudo e com todos, possamos nos conectar com
o melhor do outro, alcançando a comunicação sutil da Unidade.
Com esse objetivo,
convido a todos para que, em nossas meditações e orações noturnas, procuremos
identificar em que estado de consciência estamos vibrando, para que possamos
nos elevar, expandindo a PAZ para os opositores em todos os pontos do planeta,
pedindo que o Divino ilumine a mente e o coração de cada um, dissolvendo os
desejos inferiores que fomentam as guerras. Pedindo, principalmente, que o Divino
ilumine a cada um de nós, para que possamos ser instrumentos de PAZ, atuando no
mundo a nossa volta, como promotores da síntese e integração entre o melhor de
cada aspecto diverso. Que depois disso, possamos nos recolher e ouvir as orientações do Divino, no silêncio de nossas mentes inquietas
e polemizadoras. Se este artigo tocou o seu coração, comente, compartilhe e seja um instrumento de PAZ na Terra.
Sueli Meirelles, Nova Friburgo
15/01/15