Em tempos de transição civilizatória, as relações afetivas também sofrem
transformações. Se antes, havia um mapa de aproximação, correspondente ao
próprio processo de desenvolvimento da personalidade, começando pelo olhar,
beijar, tocar, até chegar ao relacionamento sexual, hoje, os casais atropelam
esta sequência, com envolvimentos sexuais precoces, sem a prévia avaliação da
compatibilidade de perfis.
Depois de três mil anos de Patriarcado,
há uma grande diferença na criação de meninos e meninas: Os meninos são
educados para focar trabalho e sexo, enquanto as meninas, desde a mais tenra
idade, são condicionadas para o cuidado com os filhos e a busca de relações
estáveis. Somente no século passado, as mulheres abriram espaço para a vida
profissional. Assim sendo, se homens são de Marte e mulheres são de Vênus, como
o convívio entre ambos poderá ser harmonizado? Em tempos de “ficar” sem
compromisso, uma espécie de “Contrato Secreto do Relacionamento” é instalado
inconscientemente. Modelos parentais, expectativas e objetivos de vida não
revelados ao parceiro, começam a gerar insatisfações de parte a parte, até o
rompimento definitivo. Caso não tenham gerado filhos, os ex-parceiros seguem seus
caminhos de vida, na expectativa de encontar o modelo idealizado. Quando um
filho resulta da frágil relação, o vínculo parental torna-se permanente, pelo menos
até a maioridade do pequeno. Diante deste quadro, que critérios podem abalizar
a escolha de um bom companheiro ou companheira? Então, vejamos:
1.
Em primeiro lugar é preciso tornar explícitas as
expectativas de ambos os parceiros. O possível candidato também busca um relacionamento
estável ou quer apenas uma amizade colorida?
2.
Quais os modelos conjugais, herdados de pai, mãe
e avós?
3.
Ser bom marido ou boa esposa significa fazer o
que, na opinião de cada um?
4.
Viver a dois significa fazer o que,
especificamente?
5.
Há desejo de progresso em comum? De construção
de um caminho a dois ou está bom do jeito que está?
6.
Os objetivos de vida combinam?
7.
Há afinidades de gostos?
8.
Há tolerância suficiente para lidar com os
aspectos negativos do outro?
9.
Se for o caso, como lidar com as interferências
de um ex-cônjuge?
10.
Qual a disponibilidade para acolher possíveis
enteados?
Como relacionamentos são construídos no dia a dia do convívio,
cada casal precisará encontrar sua própria receita de convivência, para que o
relacionamento possa ser duradouro. Pense nisso!
Sueli Meirelles, em Nova Friburgo, 23 de
Janeiro de 2020.
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