A ARTE DE SER SOGRA
Em
princípio, sogra é o grau de parentesco da genitora de cada um dos membros do
casal, mas em ligeira pesquisa nas imagens do Google percebemos o quanto a
nossa cultura estigmatiza a figura das sogras, através de jargões pejorativos que
em respeito a todas (até porque também sou sogra,) deixo aqui de mencionar. Por
que será que isto acontece? Por que as relações entre sogras, genros e noras
passam por tantas dificuldades? Vamos ver!
Em
primeiro lugar porque, quando duas pessoas se casam, trazem em suas memórias existenciais,
modelos de pai e mãe, que serão internalizado como referenciais de vida. A
esposa tende a reproduzir, conscientemente, os aspectos positivos da
personalidade de sua mãe, embora também vá apresentar, inconscientemente, os
padrões maternos negativos, o mesmo acontecendo com o marido, cuja
expectativa em relação a cônjuge será fundamentada nas experiências geradas no relacionamento com sua mãe. Caso algum dos cônjuges tenha vivenciado experiências negativas com madrasta, esses aspectos também irão interferir no relacionamento
conjugal.
Do
ponto de vista da sogra, assumir este novo papel, acrescido ainda pelas novas
funções de avó (biológica ou adotiva) exige um profundo autoconhecimento e
elaboração de sua trajetória de vida: O primeiro movimento é no sentido de
ceder sua vez nas comemorações de aniversário, em relação ao primeiro pedaço de
bolo, do filho ou filha aniversariante. E, amiga sogra, lembre-se! É necessário
ceder a vez para a nora ou genro, que têm direito a esta prioridade. A vez não
é mais sua! Você também fez isto com seus genitores.
A
outra questão está relacionada ao amor desapegado aos novos membros
da família. Se o seu filho ou filha escolhe alguém, aprenda a amar esta pessoa
escolhida, como sua filha ou filho. Isto irá contribuir para a felicidade
deles. Mas, se em algum momento do tempo, ocorrer uma separação conjugal, ajude-os
a serem amigos, principalmente se tiverem filhos, porque filho não é troféu[1].
Depois, você precisará exercitar seu desapego e abrir espaço em seu
coração, para acolher uma nova pessoa, sem criar expectativas... Sabemos o
quanto as sogras sofrem com a separação dos filhos ou filhas.
A
mesma coisa, em relação aos hábitos do novo casal, tais como biorritmo,
logística de tarefas, frequência de visitas, desentendimentos conjugais,
educação dos netos... A lista pode ser longa! Aproveite e faça uma reflexão
sobre todos esses aspectos! Lembre-se de que cada geração tem seu modo de vida.
Respeite! Coloque-se na posição de consultora e opine apenas quando for
solicitada. A vida é deles!... Procure ser equânime e trate seu genro e sua
nora com o mesmo carinho dispensado aos seus filhos. Abra espaço no seu coração
e adote-os, identifique afinidades e reconheça suas qualidades naturais, contribuindo
para a união familiar.
Aproveite
também para olhar para as vantagens de sua nova posição: Você poderá curtir
seus netos, sem a obrigação de educá-los ou sustentá-los. Brinque com eles e
reavive a sua criança interior. Lembre-se também de que você já cumpriu suas
tarefas e se aposentou como mãe. Aproveite o tempo livre de obrigações para
curtir o relacionamento a dois se estiver casada. Caso contrário, tenha amigas,
saia com elas, cante num coral, curta seus passeios e viagens, estude algo,
navegue na Web, dedique-se a um trabalho voluntário, ajude ao próximo e
fortaleça a sua fé. Abençoe a si mesma e á sua família, agradecendo pelos novos
membros incluídos. Eles não estão aí por acaso... Aprenda as lições da vida e
seja uma boa sogra. A felicidade irá bater a sua porta! Acredite!!
Texto de Autoria de Sueli
Meirelles: Especialista em Psicologia Clínica (Regressão de Memória, Hipnose
Ericksoniana e Reprogramação Mental). Consultora em Desenvolvimento Humano,
Saúde Integral, Ecologia Integral e Educação para a Paz. Escritora e
Palestrante. Mãe, sogra e avó.
Site: www.suelimeirelles.com
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